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domingo, 17 de janeiro de 2010

Filosofia - A alienação ontológica

O modo de produção (economia) é o responsável pela alienação ontológica, fundamental. As outras alienações são derivadas, como, por exemplo, a política, a social, a filosófica(idealismo) e a pior forma de alienação em que um indivíduo pode se perder, que é a religiosa. A inversão total do mundo. Por aí, você mesmo pode responder em que nível o "ser humano" chegou. Basta ver o que aconteceu no Haiti. Depois de toda aquela tragédia as pessoas continuavam rezando. Vontade de Deus? Duvido. Livre arbítrio? Mais absurdo ainda. Enfim, a cada dia que passa a minha esperança com a HUMANIDADE está menor. Ela ainda existe, mas é do tamanho de um átomo. Infelizmente...

Não é à toa que o Estado e a Igreja são essenciais para a exploração. O primeiro detém o poder temporal e material; a segunda, detém o poder espiritual. São os supostos representantes divinos na Terra. Essa aliança é essencial para a exploração. O Estado, ontologicamente, está a serviço dos proprietários dos meios de produção privados; a Igreja vende a esperança no além túmulo. Pior: a Igreja faz uma lavagem cerebral na cabeça das crianças quando elas não têm a mínima capacidade de fazer escolhas. Simplesmente, a semente da alienação religiosa e o comércio metafísico de almas começam na mais tenra idade. Assim, já não é a exploração do homem pelo homem atráves das relações sociais equivocadas de produção as responsáveis pela miséria humana, mas a vontade de Deus. A promessa é que os pobres e humildes de coração entrarão no REINO DOS CÉUS, enquanto o REINO de quem explora e se dá muito bem no REINO DA TERRA ( o único que existe, pelo menos por enquanto) é dos exploradores do suor alheio: os capitalistas nas suas várias dimensões, ou seja, banqueiros, fazendeiros, grandes empresários e por aí vai.

Tudo isso me gera uma tristeza profunda. E não há argumentos plausíveis capazes de fazer um fanático refletir. Daí o meu ceticismo e a minha indignação contra aqueles que exploram e aqueles que fazem o povo ajoelhar diante dos deuses inventados pelos sacerdotes de todas as épocas. A meu ver, está aí a gênese de todas as desgraças humanas. Fazer o quê? Quase nada! Pessoas que vivem piores do que o diabo neste mundo ainda querem tentar me converter! É para achar graça? Eu fico é muito triste...

Texto: Marco Aurélio Machado