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segunda-feira, 23 de junho de 2014

REFLEXÃO SOBRE A NATUREZA

O homem faz parte da natureza, mas enquanto esta, segundo quase a totalidade da humanidade, não tem "consciência" de si mesma, aquele é capaz de ter não apenas consciência de um mundo exterior, quanto da dimensão interior, ou seja, autoconsciência. Numa palavra: consciência da própria consciência. Todavia, tal noção  merece uma reflexão nem que seja superficial. O objetivo, como sempre, é antes provocar que chegar a conclusões. Estas deixamos para os dogmáticos...

A concepção de um homem separado da natureza tem sido nefasta, deletéria para a espécie humana. Não percebemos a natureza como um TODO,  como parte de outros TODOS, o Universo,  ou quem sabe,  vários outros Universos, nem mesmo temos uma compreensão holística sobre  a natureza da qual fazemos parte: o planeta Terra. Há uma cisão, uma dicotomia: de um lado temos a natureza bruta, "irracional", sem nenhuma finalidade ou objetivo; do outro, o homem, como ser cultural, "racional", e que transforma a natureza a seu bel-prazer, adequando-a às suas necessidades.

É a velha crença da arrogância humana: Cultura x Natureza. A primeira,  representa a liberdade, a segunda, o determinismo. O homem teoricamente é o ser livre, que faz escolhas, que tem o destino da própria vida; a natureza, ao contrário, é determinista e segue leis naturais que não poderiam ser de outra maneira. Será? Isto é um fato? É uma necessidade lógica,  portanto,  necessária e universal? Hume desconfiava que não...

Vários filósofos foram os responsáveis por tal forma de conceber a realidade. Entre eles, René Descartes e Kant. Citei os dois, mas não vou entrar em detalhes, primeiro, porque teria que fazer uma pesquisa extensa, segundo, que a finalidade deste texto é aguçar a curiosidade dos interessados neste assunto tão fascinante e ao mesmo tempo deixado de lado pela sociedade que ama artefatos tecnológicos e despreza a beleza e os horrores da "natureza bruta".

Se o homem faz parte da natureza, como dizer que a natureza não é "inteligente"? Talvez, a forma humana de pensar, sentir e agir fosse completamente diferente de se relacionar,  se por acaso tivéssemos uma concepção diferente da natureza. Como preconizar que o homem é racional, livre, se construímos bombas atômicas e outros artefatos mortíferos para matar e destruir o planeta, a nossa "casa natural"? Se somos natureza, então ela é inteligente, consciente e, por isso, em tese, poderíamos edificar uma história em harmonia com outros humanos e todos os demais seres vivos, além da responsabilidade de transformar os recursos naturais disponíveis com o devido respeito.

O fato é que enquanto existir seres humanos na natureza ela será racional, inteligente, capaz de escolhas para fazer o bem ou o mal. O que seria o bem neste caso específico? Preservar e tirar da natureza apenas o necessário para a sobrevivência humana. O que seria o mal? A destruição do planeta e, portanto, a extinção da espécie humana. Se a humanidade não é capaz de realizar este projeto, então a conclusão é evidente: SOMOS A PRÓPRIA NATUREZA BRUTA E IRRACIONAL!!


TEXTO: Marco Aurélio Machado