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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

KARL MARX - RAIZ E FOLHAS

A capacidade de abstração é de fundamental importância para fortalecermos a nossa vontade, não resta dúvida. Uma mente confusa perceberá e agirá sobre o mundo de uma forma equivocada. Karl Marx, a meu ver, representa a raiz de uma árvore (Ontologia), pois inverteu, magistralmente, o idealismo hegeliano que representa as folhas(Ideologia). Este pequeno texto representa uma reflexão superficial que fiz sobre uma analogia entre a raiz de uma árvore e as folhas. A primeira, pressupõe ver as coisas com a agudeza de quem enxerga como uma águia; a segunda, a de quem vê o mundo com óculos escuros. Pior: cor-de-rosa.

Tudo é práxis. O que seria o ser humano sem práxis? Nada. Ao transformar a natureza, o homem transforma a si mesmo. Karl Marx, a meu ver, foi à raiz do problema humano. Para mim essa é a questão ontológica. Ninguém é humano e nem pode se tornar humano, se não for através das relações sociais de produção. Sem produção econômica, não há humanidade. O problema é que o ser humano está alienado, logo onde não poderia: na organização social da produção. Esta é alienação nuclear. As outras, ou seja, a religiosa, política, filosófica e social são derivações da primeira. O ser humano vai ter que sofrer muito até aprender a enxergar o óbvio. Mas fazer o quê? Paciência. Pior: muitos confundem Cuba, China e a ex-URSS, com o socialismo. Capitalismo de Estado seria o conceito correto, penso eu.

Em Filosofia, as ideias devem ser flexíveis. Todavia, discordo dessa tese como se fosse um dogma absoluto a seguir. Vejamos: algumas ideias eu não abro mão de jeito nenhum. Este fundamento ontológico marxista ao preconizar que, em última análise, a economia determina tudo, para mim, é como se fosse a raiz de uma árvore. Estou aguardando o ser humano que nascerá e me convencerá de que essa ideia não seja uma verdade absoluta. Quando se relativiza tudo, fica muito fácil manipular. A raiz é a raiz. Ela não pode ser uma folha.

Não acho que Marx se enganou. Quase tudo pode ser questionado, e é salutar que seja assim. Mas a ideia nuclear, essencial, de que a economia e o modo de produção determinam as nossas ideias e não o contrário, para mim, é uma verdade absoluta. É a raiz ontológica de tudo. É o que faz o ser humano ser um ser humano, e não um bicho. Se o homem se encontra alienado no modo de produção, então, acabou-se. Se eu viver 100 anos, vai ser difícil alguém me convencer de que essa ideia não seja uma verdade absoluta. Deixe a humanidade ficar sem produzir uma semana. Rapidinho vocês vão se lembrar de Karl Marx. O cara foi um gênio. Se não souberam colocar a sua teoria em prática, ou se as forças conservadoras impediram, não é problema de Marx. É a alienação de quem não soube lidar com uma realidade diferente. As forças conservadoras vão fazer o possível e o impossível para preconizar a morte de Marx. A mim, porém, ele continua mais vivo do que nunca. O tempo vai dizer quem estava com a razão.

As folhas, a meu ver, representam a ideologia e a alienação. A raiz está dentro do chão. Não se vê. Contudo, sem raiz ( modo de produção) não há frutos( produção de bens). Se eu produzo e não sou dono, não me realizo no que produzo, porque o produto é usurpado pelo patrão; logo, não tenho prazer no que faço. Por isso, a presença estatal é um fardo, pois ela garante a propriedade privada dos meios de produção. O Estado está a serviço dos poderosos. E tem o aparato jurídico e militar para conservar a propriedade. É por isso que em Cuba e nos demais países ditos socialistas, nunca tivemos uma experiência de emancipação humana. O Estado tem que desaparecer, para que haja uma auto-organização humana. O agigantamento estatal, é o CAPITALISMO DE ESTADO. A DIMINUIÇÃO ESTATAL É O NEOLIBERALISMO. LEMA: ESTADO MÍNIMO=MERCADO MÁXIMO. Simples assim. Um Estado, pelo menos por enquanto, que não fosse máximo e nem mínimo, seria, a meu ver, uma social-democracia. Se caminharmos rumo a ela nestes tempos, já me dou por satisfeito. Mas a luta continua em direção à emancipação humana. Esta não depende de babá estatal. Deus deu escritura e um modelo econômico a ser seguido? Não. Então, podemos fazer diferente, ora.

Se não houvesse a teoria marxista, não haveria a possibilidade de conhecermos as transformações sociais; as artimanhas capitalistas e as suas principais gêneses: a mais-valia, a ideologia e as diversas alienações; além do avanço social-democrata. Os ricos perderam alguns anéis para não perderem os dedos, não é mesmo? A Social-democracia está longe de ser o ideal. Falta colocar um limite no consumo artificial de mercadorias, pois mesmo com uma maior divisão das riquezas e maior igualdade social, ela representa as folhas que deixa o mundo mais belo, mas nos impedem de postular que uma árvore para se manter em pé precisa ser sustentada por uma raiz. A raiz é a economia, o modo de produção. É aí que a HUMANIDADE se perde.

Teremos que escolher, pois a natureza não fala, mas o recado que ela tem dado para quem enxerga, não é muito difícil de se compreender. O homem é determinado pela HISTÓRIA, mas ele também é capaz de transformá-la, pois não existe HISTÓRIA como uma alma penada que fica a vagar por aí, não é mesmo? A escolha é nossa...apenas nossa!!

Texto: Marco Aurélio Machado