As 
pessoas de bom senso, lúcidas e inteligentes não aceitam quaisquer tipos
 de intolerância: esportiva, econômica, cultural, social, política, 
entre outras. Todavia, a intolerância religiosa é inaceitável, por 
vários motivos.
Primeiro, que a CF/88 preconiza que o Estado é 
laico, ou seja, não tem uma religião oficial. Segundo, que para ser 
possível a vida na sociedade é extremamente necessário a
 tolerância e o respeito recíproco entre os cidadãos. E, por último, a 
educação é fundamental para se ampliar a visão de mundo na mais tenra 
idade. Dever-se-ia estudar a História das Religiões, assim, não 
prevaleceria apenas a visão cristã do mundo. Diga-se de passagem que até
 entre a religião cristã há divergências...
O ser humano é um eterno buscador da verdade. Por ser carente e não ter
 a maioria das respostas sobre a sua condição no mundo, muitos 
religiosos querem impor a sua verdade, contudo, não levam em conta que 
fazem parte de um planeta composto de várias culturas. E cada uma delas 
acredita que os seus valores são únicos, e a religião tem um peso muito 
grande nessas circunstâncias, pois trata-se de crença na salvação das 
almas e, portanto, da vida eterna.
Não é fácil acabar com 
preconceitos arraigados há anos, porém, o diálogo, o respeito, 
inclusive, àqueles que não professam nenhuma fé, é essencial para que 
possamos ter no Brasil concepções de mundo diferentes, desde que 
possamos nos colocar no lugar daqueles que pensam e agem de outras 
formas. O fortalecimento da democracia é muito importante para o combate
 à intolerância, ao fanatismo e ao sectarismo religioso.
TEXTO: Marco Aurélio Machado
* TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM DE 2016
 
