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MAPA DOS VISITANTES DESDE O DIA 29/11/2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A TORRE DE BABEL DOS INTERESSES HUMANOS!!

Na natureza os animais nascem com instintos rígidos em muitos casos, como, por exemplo, os insetos. Todavia, tal determinação não é absoluta,  uma vez que há mais flexibilidade de ação e comportamento na escala da evolução, por exemplo: os mamíferos são capazes de aprender muitas coisas, portanto, há uma certa "inteligência", mesmo que não tenha o mesmo teor de abstração da de um ser humano. No caso deles, podemos afirmar que trata-se de uma "inteligência" concreta, para realizar tarefas simples, sem criatividade, como acontece com os seres humanos. Se bem que ainda sabemos muito pouco sobre a "inteligência" dos animais,  e a comparação com seres humanos é complicada, pois,  como já dizia o filósofo cético, Michel de Montaigne, em muitos aspectos os animais nos são muito superiores...

O ser humano, com raras exceções, é egoísta, ganancioso, ambicioso e outros adjetivos pejorativos que não valem a pena colocar aqui, porque é do conhecimento de quase todos. O ser humano tem a mania de pensar que é racional e que os demais animais são irracionais, entretanto, quero fazer uma provocação: somos racionais de uma forma imanente,  essencial? Penso que não precisamos nem lembrar que sem a sociedade não haveria humanização da espécie humana, logo, se fôssemos racionais essencialmente, nunca deixaríamos tal racionalidade. Mas é realmente isso o que acontece? Somos, ou usamos a razão de vez em quando?

O ser humano, em sua maioria, criou o Estado político. Há várias teorias sobre a origem do Estado. Desde a origem divina, passando pela natural, e a tese do contrato social. Não entrarei em detalhes aqui, mas espero que estas questões sejam explicitadas,  na proporção que o texto avançar. A verdade é que o ser humano é complexo demais, e, afirmar, peremptoriamente, que a espécie humana é racional,  essencialmente é, no mínimo, leviana. Se fosse, como seria possível o sistema capitalista de produção? Produzir, acumular, vender, e destruir o planeta e não compreender que os recursos naturais são finitos; depois recomeçar o processo numa escala e velocidade cada vez maior!!! Podemos chamar estas ações de racionais?  Vou um passo além: como não questionar uma "riqueza" inexistente, abstrata, como a que se "consegue" nas bolsas de valores de todo o mundo? Eis o paradoxo: ser proprietário e não proprietário simultaneamente,  porque tal "dinheiro" é apenas números transferidos para onde se supõe ganhar-se mais, ou ganhar-se menos, porém,  ter-se mais "segurança". Há um porém: às vezes, a pessoa que investe em ações,  perde tudo da noite para o dia. Onde está a riqueza, se ela não foi produzida e depende muito mais de apostas de onde investir, que a racionalidade de quem investe de forma conservadora? Daí a loucura do mercado financeiro!! Basta um boato e os investidores comportam como se fossem uma "boiada". Eis a razão da espécie humana. A meu ver,  um ardil para ficar rico sem produzir...

Percebe-se, na situação acima, não uma racionalidade, mas a total irracionalidade, pois é o desequilíbrio psicológico e emocional que fica evidente nos agentes a serviço do capitalismo financeiro. A TORRE DE BABEL, em vez de ser "destruída", como na alegoria bíblica, é motivo de conflitos entre os que defendem o capital voltado para a produção; os que fazem apologia do capital financeiro e não produzem um parafuso, como é o caso dos banqueiros e "especialistas" que só vivem da especulação, e aqueles que produzem, mas que também  têm ações nas bolsas. Contudo, o que é comum a todos é o papel do Estado. Infelizmente, neste caso, por ideologia, estupidez, irracionalidade, ou má-fé, quase todos defendem o mesmo: o Estado não deve interferir na economia e no mercado financeiro, embora  a irracionalidade daqueles que só usam a razão para ganhar dinheiro, dependam ontologicamente do Estado. Este foi, é , e provavelmente será a "mão invisível" para os cegos, mas para quem utiliza a razão para refletir sobre o todo, a TORRE DE BABEL econômica é apenas uma parte da realidade, talvez a mais importante. Aliás, Karl Marx já dizia que a economia determina tudo, apesar de ele ter se referido apenas à economia que produz, afinal o filósofo alemão desenvolveu as suas teorias  no século XIX e não conheceu a bolsa de valores em nível planetário. Se o modo de produção capitalista, que subtrai mais-valia relativa e absoluta da "classe trabalhadora", foi motivo para uma teoria socialista, comunista,  imagine se Karl Marx vivesse na nossa época? Ele, com certeza, ficaria horrorizado com a "produção" de riqueza financeira abstrata. Ser proprietário de números e não de algo concreto e palpável...E o que é pior: números que podem desaparecer da tela do computador com a mesma rapidez que apareceram. Eis o irracional com verniz de racionalidade do capitalismo...Ideologia, nada mais.

A TORRE DE BABEL, no atual sistema, e na nossa época, não é apenas uma questão de misturar as línguas por um suposto Deus bíblico, mas uma balbúrdia infernal sobre interesses diversos. Estamos voltando à Grécia, dos antigos sofistas, contemporâneos de Sócrates, porém com uma roupagem linguística mais sofisticada. Isto porque a comunicação é globalizada também. A velha e surrada luta de classes não é mais entre quem explora e quem é explorado; entre opressores e oprimidos. São ricos contra ricos, dependendo de como "produzem" riqueza; de ricos e pobres; da classe média alta contra pobres;  das mais diversas classes de profissionais, ou seja, uma fragmentação que o irracionalismo não pode compreender,  além dos interesses morais, políticos, sociais, ideológicos, culturais, entre outros.

Evidentemente, este tema merece um livro, tal é a quantidade de assuntos a ser abordados. No entanto, é necessário fazer apenas algumas observações e provocações para que sejam refletidas pelos interessados. Vou dar um exemplo aqui, que deve ser do conhecimento da maioria, e que está caminhando para acontecer em nível mundial. Refiro-me à briga, às discussões, às acusações recíprocas entre os taxistas tradicionais e o aplicativo UBER. Muitos desses pretensos motoristas de táxi preconizam que o Estado é burocrático, inchado de apadrinhados, antro de corruptos, etc., porém, com a concorrência do livre mercado, a quem eles recorrem? Ao Estado, não é mesmo? Querem ser protegidos pelo papai estatal. O mesmo serve para todas as situações supracitadas. O Estado deve ser mínimo para o povo e máximo para os ricos. Estes fundaram o Estado, portanto, se forem à falência, a babá estatal deve protegê-los... Dei tais exemplo, mas cada leitor deste texto pode fazer um exercício mental e tentar lembrar das divergências entre os seres humanos na luta pela sobrevivência.

Uma pergunta: em qualquer sentido, se alguém estivesse numa situação oposta à que defende, será que ele seria capaz de colocar-se no lugar do outro? Em  outras palavras, se um motorista de táxi fosse alguém que trabalhasse com o UBER, ele defenderia o direito de quem? Relembro aqui o grande Protágoras de Abdera, porém, não com as mesmas palavras: " Sobre qualquer discurso é possível fazer um oposto com o mesmo nível de persuasão"!!!Em outras palavras, troca-se raciocínios lógicos, por um jogo de palavras que muda de acordo com os interesses e a conveniência. A astúcia em detrimento da verdade. A ética kantiana aqui não passa de uma fábula, não é mesmo?

No modo de produção atual, cada um defende o seu lado, e quase sempre,  sem bons argumentos,  pelo contrário, com provocações rasas e uso da força bruta. O que move o ser humano é a razão? Duvido. O darwinismo natural não estaria sendo utilizado pela ideologia para legitimar o darwinismo social? Estaria o ser humano virando uma besta, ou está sendo estimulado a agir como tal? A TORRE DE BABEL, aqui, não poderia ser representada pelo irracionalismo? O animal é "irracional", mas não sabe disso. O homem tem a possibilidade de usar a razão, mas a História tem provado que ele é irracional, tem consciência dela e, ainda assim,  prefere agir como um autômato...Há algumas exceções, raras, porém,  como um diamante...


TEXTO: Marco Aurélio Machado 

sexta-feira, 31 de julho de 2015

FRASES DA CONDIÇÃO HUMANA!

A felicidade é uma busca inútil, pois queremos que a realidade seja determinada por nós!!


Não confunda momentos "felizes" com o conceito de felicidade. Este é estático, aquele é dinâmico!!


O tédio é o amigo íntimo de um pensador.


A morte deve ser o fim de tudo, por isso nem devemos dizer que ela é o "nada", pois este 
depende do ser humano para poder ser pensado.


O homem é o maior aborto que a natureza já produziu, todavia,  a minha "felicidade" é saber que tal praga será extinta.


Os maiores canalhas que conheço acreditam em Deus, mas vivem como se "Ele" não existisse.


Os melhores seres humanos que conheço são céticos, ateus, agnósticos; fazem o bem e não esperam recompensas divina.


A angústia é o "parto" sem anestesia de um ser que sofre sem saber o motivo. E se você ouvir alguém que diz saber a sua causa, desconfie que seja um placebo psicológico.


A liberdade é amarga, mas é bem melhor que a doçura dos escravos das certezas...



A ilusão de ser especial é o orgasmo do idiota!!



FRASES: Marco Aurélio Machado

terça-feira, 30 de junho de 2015

DILEMAS DA "ESPÉCIE HUMANA"

O "ser humano" sempre teve muitos dilemas, principalmente, no que tange à sobrevivência. O homem primitivo tinha compromisso com carências básicas, porém, naturais e necessárias. Na História da Filosofia, particularmente, no Helenismo, vemos que o filósofo do jardim, Epicuro, já nos alertava para termos uma vida simples...Sem dizer,  outras orientações preciosas de filósofos e sábios de todos os tempos, portanto, as desculpas são desnecessárias.

No decorrer da História, tivemos muitos "progressos" para facilitar a vida do homem. Desde a criação intuitiva de objetos pontiagudos para resolver situações práticas do cotidiano à invenção da bomba atômica e dos foguetes espaciais.

O homem criou e destruiu muitas coisas, afinal trata-se de um ser "racional", "inteligente". O único ser conhecido, pois não sei se existe no Universo, comprovadamente, outros seres com tal capacidade. Acredito que sim, mas crença, apenas, não é um fato. 

Dos dilemas que a "espécie humana" criou, porque não se trata dos desafios da natureza (como terremotos, maremotos, tsunamis, tufões, furações, entre outros) , os piores são os econômicos, políticos, sociais e culturais ( este último é o resultado "irracional" da separação entre cultura e natureza). Pagaremos caro por isso, alguém ainda duvida?!! 

Nas esferas supracitadas, a maior parte da Humanidade, apenas opina,  que o capitalismo é o melhor modo de produzir e de gerar riquezas, todavia, não questiona que tal sistema também é o responsável por destruir o planeta e acabar com os recursos naturais, inclusive, o mais importante deles: a água, mais preciosa do que diamantes. Alguém já viu  um capitalista rico comer diamantes? São muito duros,  não é mesmo?!!!! A ideologia capitalista  dominante "demoniza" outras alternativas de o homem viabilizar a salvação do planeta. Palavras como "socialismo", "comunismo", "anarquismo" são vistas como ideologias obsoletas, ultrapassadas e sem futuro. O que temos visto no sistema capitalista atual (presente) é o ideal para o futuro das próximas gerações? Duvido. 

Afinal, o planeta é de quem? É da Humanidade ou de uma parte irrisória dela, mas que manda e desmanda, porque detém a última palavra sobre a política, a economia, a sociedade e a cultura, mormente, porque faz isso por intermédio de um poder muito importante: os meios de comunicação, e a força bruta,  se necessária...

O capitalismo existe em nível planetário e ele não cumpriu as promessas do "sonho americano" para todos, pelo contrário, causou fome e miséria para bilhões de pessoas. Quanto ao socialismo, a meu ver, nunca houve, pois desde quando ele foi uma conquista planetária? Ficou restrito a alguns países e mesmo assim que sofreram retaliações e sanções econômicas graves. Como poderiam obter "sucesso"? O comunismo é uma utopia, porque precisa da primeira etapa, o socialismo, que em tese,  seria uma transição,  cuja finalidade é a extinção estatal e a cooperação econômica entre os "trabalhadores livremente associados". O anarquismo é interessante, entretanto, tão utópico quanto o comunismo, pois é difícil imaginar como seria uma sociedade anárquica em nível planetário. Insisto em referir-me numa situação global, pois é onde o capitalismo chegou e não resolveu os graves problemas da Humanidade. Como resolveria, se ele é ontologicamente desumano?

Não se deve ser hipócrita e preconizar que não se gosta do conforto capitalista. O problema não está no conforto, mas no excesso dele. É um buraco sem fundo, pois tudo torna-se obsoleto, rapidamente. Talvez uma alternativa a médio prazo fosse a socialdemocracia - não a de um partido político no Brasil que tem o nome deste sistema-, mas a união de alguns princípios capitalista e do socialismo. A dificuldade aqui é como colocar limite à produção e ao consumo de mercadorias e serviços, além, evidentemente, do cassino global, também conhecido como Bolsa de Valores ou capitalismo financeiro. 

Conclusão: ou aprendemos a ter o planeta como horizonte, ou vamos todos sucumbir à ganância!! A escolha é nossa...Tenho inveja do instinto animal. Ainda bem que eles não são "racionais"...



TEXTO: Marco Aurélio Machado





domingo, 31 de maio de 2015

ONTOLOGIA

Pretendo, neste texto, escrever sobre um tema filosófico da maior relevância, e, mais uma vez, sem fazer  consultas. Penso que assim fico mais à vontade e reafirmo a proposta deste blog,  de trazer a Filosofia para o cotidiano, logo, longe do academicismo que, quase sempre, não articula teoria e prática.  A ontologia foi esquecida durante muito tempo,  por boa  parte  dos filósofos,  principalmente, na Filosofia Moderna,  quando houve um deslocamento da ontologia para a epistemologia  mas,   que,  na  Filosofia Contemporânea,  voltou a ser debatida.


Mas o que é ontologia? Não tenho condições de fazer uma História da Filosofia e explicitar,  em minúcias,  um dos temas filosóficos mais difíceis.  Portanto, vou apenas "roçar" de leve o assunto,   para que os interessados tenham uma ideia e possam investigar a respeito de um tema tão complexo. A ontologia, numa definição bem simples, é a parte da Filosofia que estuda o ser da forma mais geral possível. Todavia, não devemos confundir o "ser" como  verbo,  pois aqui ele deve ser compreendido como substantivo.


Há um outro problema: reportar-se ao "ser" é algo  abstrato;  por exemplo, quando pergunto sobre o que é a "verdade",  este conceito diz respeito ao "ser",  mas como descrever a "beleza" sem me dirigir a algo belo? Em vez de usar o conceito abstrato de "verdade", é mais simples definir o que é  o"verdadeiro".  Ao insistir na pura abstração nos perdemos em devaneios insolúveis. Por outro lado, quando questiono o que é  o "verdadeiro", refiro-me a algo particular, concreto, enfim, estou dizendo sobre aquilo que tenho contato ou que posso  pensar sobre ele de alguma forma, ou seja, refiro-me ao "ente". O ente pode ser uma pessoa, uma árvore,  uma pedra,  um pensamento,  uma possibilidade, entre outros.


A ontologia preocupa-se com inteligibilidade  do "todo",  aquilo que é comum a todos os entes, e as suas possíveis conexões.  Ela quer compreender o que "é"o que "é",  o porquê existe este mundo e quais são as entidades  mais simples e primitivas que constituem a estrutura da realidade . É evidente que não existe apenas uma explicação ontológica. Há muitas divergências entre os filósofos. Desde aqueles que negam a possibilidade de uma ontologia, porque, para tais filósofos, as ciências já estudam os objetos particulares e concretos, até os filósofos que, no século XX,  tentaram reduzir a Filosofia a uma simples análise da linguagem. O Positivismo, por exemplo, é uma destas correntes que rejeitam a ontologia, todavia, não percebem que fazem uma ontologia empobrecida, afinal,  como podem dizer algo sobre o mundo e as entidades que estão nele e, portanto, existem? Se não existissem, como fazer ciência? Sobre o nada? Mas o nada também é um assunto ontológico!!! Logo...


A ontologia faz um esforço enorme para compreender a relação, a duração, a identidade, a liberdade, o tempo, o espaço, a substância, os predicados, as categorias como qualidade, quantidade,  modo,  possibilidade, etc.


Eis alguns problemas colocados pela mais universal e abstrata das disciplinas  da Filosofia. Não é nada fácil dizer sobre a inteligibilidade deste mundo e de outros mundos possíveis.  Esta discussão existe desde os "pré-socráticos", e, até o momento,  não chegou-se  num consenso entre as diversas doutrinas filosóficas. Espero que compreendam o caráter superficial deste texto. Ele não tem a intenção de esgotar o assunto, mesmo porque, penso que se eu dedicasse a minha vida toda a estudar só tal disciplina, ainda, assim, ficaria apenas na superfície deste imenso oceano: A ONTOLOGIA.




TEXTO: Marco Aurélio Machado

quarta-feira, 29 de abril de 2015

RENASCIMENTO

As pessoas geralmente "vivem"e dificilmente pensam sobre a morte. Refletir sobre a dita cuja então nem se fala...


Vivemos a nossa rotina diária quase que como robôs programados. Até que um dia...Zás!!! Eis a "vida" escapando...Um acidente, uma batida de carro, uma queda, entre outras possibilidades...Um AVC, um infarto, e pode ser o fim da dádiva da natureza: a vida, a loteria pouco provável do nascimento de um ser em geral e a do ser humano em particular...


Ninguém está "livre" das contingências e do acaso: ninguém...Quando os fatos acontecem há opiniões, explicações e crenças para todos os gostos. É a velha tentativa dos seres humanos em dar um "sentido", um "significado" à existência. Sempre foi assim, sempre será assim...
Infelizmente, quando as situações supracitadas acontecem conosco, a "ficha" custa a cair!! Temos a mania de pensar que as coisas ruins só acontecem com os outros.


Quando menos esperamos eis a "dona morte" com a sua "foice" a nos tocar o ombro e nos chamar...No meu caso em particular ela não tocou no coração: arrombou-o e fez um grande estrago, "matando" boa parte desta bomba que distribui sangue e oxigênio por todo o organismo...Eis um verdadeiro encontro com a morte: um infarto agudo do miocárdio grave, muito grave...


Um filme passou pela minha mente quando saiu o diagnóstico: "você teve um infarto". Uma sentença de morte? No meu caso, felizmente,  para a minha família, amigos e cadelinhas, foi um susto muito grande...Para mim,  a "certeza" que aconteceria um dia, talvez por isso eu ter a mania de me despedir das pessoas...Vá saber o porquê de comportamento tão estranho a um "cético"...


Os dias que passei no hospital foram de grande aprendizado para mim. Lá tive a companhia até de uma psicóloga. Gostava de "filosofar" com ela sobre a vida e a morte: complementos necessários à própria renovação da vida. Um dia ela me perguntou como eu lidaria com os meus fantasmas...No aconchego de um hospital, do nível em que fiquei, não havia assombrações e fantasmas, pois me sentia seguro. Respondi que só saberia lidar ou não com os meus receios e medos depois que ganhasse alta. A alta tornou-se a minha "liberdade" e a minha "prisão".


Para quem carrega um pedaço da morte dentro do peito ( necrose de boa parte do coração), vou tentar encarar os meus fantasmas de frente, mesmo sabendo que jamais serei o mesmo, nem do ponto de vista físico nem psicológico. Muitas coisas morreram dentro de mim, e pouquíssimas renasceram. Todavia, o que nunca morreu foi o imenso carinho pela família, alguns amigos,  amigas e as minhas cadelinhas...
Ainda não foi desta vez, senhora morte!! Pode ficar longe de mim por mais alguns anos...




TEXTO: Marco Aurélio Machado

domingo, 29 de março de 2015

FILOSOFIA: UMA DISCIPLINA PARA A VIDA TODA

Se tem algo que me incomoda um pouco,  na sociedade, em geral, e, na escola,  em particular,  é o sentimento velado, portanto, implícito, sobre a "importância" da Filosofia, principalmente, no Ensino Médio. Evidentemente,  que as disciplinas da área de Humanas também sofrem preconceito, todavia, não se comparam à Filosofia.  Há uma espécie de deboche mascarado a respeito de tal disciplina: fato. Diante da situação supracitada, proponho, neste texto,  fazer uma análise e uma reflexão sobre o tema, afinal professores e profissionais da área precisam trazer à luz o que está oculto...


É importante relembrar aqui que a Filosofia é uma "senhora" idosa: existe desde o século VI a.C., só por isso, este texto já poderia ser concluído,  afinal,  a razão é histórica, foi inventada na Grécia, e a Filosofia é uma enciclopédia viva,  apesar de ter milênios de vida...Podemos dizer o mesmo de todas as outras disciplinas? Elas existiriam, se os gregos antigos não tivessem inventado a razão? Algum outro povo, contemporâneo dos gregos,  foi capaz de organizar o pensamento, sistematizar e abstrair conceitos,  muito além das "técnicas rudimentares" de outras "culturas" antigas? Basta refletir um pouco, para perceber o óbvio, mas quem se especializou numa determinada disciplina, quase sempre só vê a "realidade" de forma fragmentada; não tem uma visão de conjunto;  para simplificar a compreensão, vou ser bem didático: não percebe a totalidade da existência humana...


A pessoa que estuda Matemática e Física, por exemplo, as disciplinas mais valorizadas na sociedade capitalista contemporânea, mas que no Brasil são extremamente valorizadas,  apesar de que os professores que as lecionam não serem recompensados, financeiramente, por isso, são importantes até o estudante passar no "vestibular", no ENEM, ou se for fazer um curso superior que exija muito a presença de tais disciplinas. O mesmo se pode dizer em relação a quase todas as outras matérias, principalmente, as chamadas ciências naturais:  são necessárias até um certo ponto, depois depender-se-á da profissão que o indivíduo escolherá.


Entretanto, as disciplinas da área de Humanas são consideradas,  pela maioria, fáceis, quando,  não,  desnecessárias. Reflita sobre a ironia e o grau de ideologia e alienação a que estamos submetidos!! Seres humanos que dispensam a condição de humanos...


O que dizer, então, da Filosofia? Ela, só com muito esforço, poderia ser encaixada na área de Humanas, porque ela, além de poder ser interdisciplinar é, por natureza,  transdisciplinar. Ou seja, não tem um objeto específico,  mas contribui para que o saber não seja compartimentado, fragmentado...Ela "costura" uma percepção da realidade como um todo: enxerga além do horizonte, percebe o que está subentendido, implícito, e por isso traz à tona como os seres humanos poderiam ser mais "ricos". Não financeiramente, mas na relação com os seus semelhantes e com a natureza.


Filosofar deveria ser uma experiência ímpar na vida de uma pessoa, pois a Filosofia reflete, analisa, compara,  problematiza todos os objetos e saberes humanos. E ela está em toda parte, pois tudo é objeto da reflexão filosófica: a política, a ética, a arte, a religião, a ciência, o senso comum, o conhecimento, a lógica, a metafísica, a história, a cultura, e todas as demais práticas humanas.


A Filosofia só não é importante para quem abriu mão da autonomia e da liberdade para ser escravo da heteronomia e da manipulação. Estes estão a serviço dos deuses mitológicos do atual sistema escravagista do consumismo exacerbado e garantidor de uma felicidade até chegar a fatura do cartão de crédito. PIOR: quem mais fala mal da Filosofia são os que se acham adultos e esclarecidos, mas, que, na verdade, usam fraldas nos neurônios e não aprenderam a respeitar, por absoluta ignorância, a mãe de todas as demais disciplinas: A FILOSOFIA, O OUTRO NOME DA LIBERDADE...




Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O MITO DA "MERITOCRACIA"!!

Há uma discussão rasa,  preconceituosa, ideológica e alienada sobre a "meritocracia", principalmente, com o advento das reformas neoliberais no mundo, em geral, e, no Brasil, em particular. O mantra não vem de um místico, nem foi contemplado na metafísica platônica, por parte de algum capitalista "iluminado". Aliás, um capitalista iluminado existe? Acredito que sim!! Pelos holofotes em suas variadas formas: mídia, festas, badalação, ostentação...Depois? As trevas da alma!! Todavia, "a alma", neste contexto, não deve ser confundida com alguma substância eterna e imortal preconizada pelas religiões e " o esoterismo" dogmático.

A perplexidade só aumenta no atual sistema, pois a impressão que passa,  àqueles que têm uma percepção ampla da situação, é que há uma espécie de escatologia histórica e que o sistema capitalista de produção existe como se fosse o outro nome da História  e esta tem uma finalidade inexorável decretada por Deus!! Um Deus que estaria de acordo com a exploração e a opressão; com a destruição da criação, ou seja, a natureza?  Deus aceitaria a extinção da própria espécie humana por causa da ambição, ganância e egoísmo? Será? Duvido...

O maior problema é que a maioria das pessoas não desvela problema nesta concepção!! Enquanto o apocalipse não chega, podemos fazer deste mundo um "eterno" CARNAVAL!! Contudo, onde entra, neste texto,  a tal "meritocracia"? O que é meritocracia? O poder do mérito!! E de onde vem o mérito? Segundo a "nata" bem nascida,  sabe-se lá como, vence na vida quem é "esforçado", que estuda e trabalha duro"; que tem uma imensa "força de vontade"; que acredita em Deus e é abençoada por "Ele"; que a inteligência é apenas "inata", ou seja, está no DNA do indivíduo que nasceu para vencer, porque é merecedor!! Uma pessoa realmente inteligente acredita nisso? Duvido...

Evidentemente, que o esforço pessoal, a força de vontade, o estudo e o trabalho duro são essenciais para uma pessoa "vencer na vida". Mas,  não podemos esquecer,  que uma pessoa que nasceu numa família das classes com maior poder aquisitivo, tem muito mais possiblidade de garantir o "mérito". Senão, vejamos: a alimentação balanceada, o acesso à cultura: teatro, cinema, livros, intercâmbios, escolas particulares, aprendizado de línguas, maior preparo, por causa do sustento dos pais, que bancam os estudos nas melhores escolas públicas federais, inclusive, a extensão desses privilégios,  até mesmo nas melhores universidades do mundo, fará ou não,  alguma diferença?

Eis a prova cabal desta tese: basta supor a adoção, de algumas crianças pobres,  desde a mais tenra idade, por famílias abastadas. Elas teriam, ou não, mais chances de conseguirem a tal "meritocracia"? Usufruiriam o conforto e as benesses, incluindo, além do supracitado, as diversas influências: política, econômica, social e cultural. Se tais crianças nascessem e crescessem numa família pobre ou miserável, só com muita "força de vontade", todavia, esta é uma exceção e não uma regra, afinal o fundamento da MERITOCRACIA é o "berço" em que se nasce. Algumas pessoas conseguem fugir do destino de reprodução da pobreza, porém, não é fácil.


Conclusão: A MERITOCRACIA É UM MITO, uma ideologia que inverte a realidade, cujo objetivo é naturalizar o que é social, econômico, político, histórico e cultural. "Os denominados "coxinhas" não sabem disso, porque a alienação faz com que o sujeito não saiba a diferença entre ele e um objeto...Ele não pensa, é pensado!! A sua voz é um eco do que há de mais podre neste País: o ódio de ter que dividir o mesmo espaço com os sem quase tudo...


TEXTO: Marco Aurélio Machado





quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

REFLEXÃO SOBRE LIVROS DE AUTOAJUDA!!

Os denominados livros de autoajuda e aqueles "especialistas" que fazem das palestras sobre tal tema,  um meio de ganhar a vida, sobretudo os mais "famosos",  provavelmente,  não devem ter o que reclamar em termos financeiros, pois o mercado referente à autoajuda parece que aumenta na proporção que se aprofunda a depressão, a angústia, o vazio existencial e o desejo infinito de ser feliz das pessoas.


Estamos "vivendo" numa época em que trocamos a reflexão pessoal pela "sabedoria" superficial dos vendedores de soluções fáceis para a tal decantada "felicidade". O importante é ser feliz, mas não perguntamos, questionamos, indagamos ou problematizamos o que significa a felicidade. Substituímos um tempo, que deveria ser necessário para mergulhamos profundamente nas questões essenciais da existência,  para lermos livros e frequentar palestras  dos conselheiros de autoajuda,  de como devemos pensar, sentir e agir.


Em outras palavras, trocamos a autonomia pela heteronomia; a escolha pessoal pelas escolhas dos especialistas da "alma humana"; a liberdade pela suposta experiência de quem sabe o que é a vida e a felicidade. Será que tais livros e "especialistas" de autoajuda sabem mesmo o que é ser feliz e são felizes em ato e não apenas em potência, como talvez diria Aristóteles?
É difícil acreditar naqueles que preconizam soluções para todos os dilemas e sofrimentos da vida, vivam, de fato, a felicidade ditada em livros e em frases decoradas nas constantes palestras. Parece-me, para relembrar aqui o grande filósofo, Epicuro, que aquilo que não é natural nem necessário, não pode nos proporcionar alegria e uma vida digna, honrada e feliz.


Pelo contrário, a ânsia de fama, poder, glória e muito dinheiro são desejos artificiais que podem nos trazer muitas amarguras. Não seria justamente isso, que a sociedade do consumo faz apologia,  como a panaceia de uma vida feliz?


A meu ver, os livros de autoajuda deveriam ser "lidos" com uma lupa. Deveriam ser comparados com a biografia dos autores, porque parece-me que quem propõe soluções fáceis para os grandes desafios da existência,  quase sempre não consegue resolver os próprios problemas. Dizer o que o outro precisa fazer em tal e qual situação é uma coisa; colocar em prática as "teorias" (conselhos),  é outra muito diferente...


Além do mais, é preciso ter-se uma visão de conjunto da realidade humana, afinal as vicissitudes  pessoais estão num contexto mais amplo, não são apenas psicológicas: o homem é um ser econômico, religioso, cético, cultural, social, político, entre outros. Ao nos depararmos com livros de autoajuda e especialistas da área, devemos nos perguntar: estes livros e as pessoas que os escreveram são sujeitos que escolhem e vivem a felicidade, ou estão mais interessados em serem escravos do dinheiro e são tão vazios e infelizes quanto a maioria das pessoas que os idolatram? É possível ser feliz sem saber o que é a dita cuja ou a felicidade só pode existir em ato,  neste sentido,  as crianças seriam os nossos melhores exemplos? Pois é...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

"AFORISMOS SOBRE A COMÉDIA HUMANA"

Troque as suas marcas de consumo por uma bela reflexão sobre a importância de malhar os neurônios!


Enriqueça o seu vocabulário e ganhe de presente uma concepção de mundo mais ampla!!


Preste atenção ao discurso dos hipócritas, reflita profundamente sobre ele; e, então, você descobrirá o verdadeiro significado desta frase:" FAÇA O QUE EU DIGO, MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO"!


Quando o homem se olha no espelho,  ele pode até não saber, mas "enxerga" a imagem do demônio. Este ser é a imagem e semelhança dele ( homem), projetada num suposto mundo sobrenatural.


A melhor educação é o exemplo e não o discurso, todavia, lembre-se, querer ser um ideal para os outros, além de ser um postura vaidosa, é esquecer-se que somos humanos e não deuses!


Livre-arbítrio é o mantra sagrado de quase toda a humanidade, todavia, a dita cuja não consegue deixar de ser prisioneira dos seus desejos naturais...PIOR: entra na prisão "livremente" do consumo capitalista e ainda agradece a DEUS por ser alienada!! Eis a HUMANIDADE despida!!!


Se existe um inferno, lá foi inventada a política...


Sabe o "Ano Novo"?!! Então, não passa de um ritual "maquiavélico", inventado pelas elites, para que o povo acredite num futuro próspero!! 


As elites vendem a ilusão, mas elas usufruem a "realidade"!!


Alexandre, "o grande", foi pequeno diante de homens como  Diógenes, o Cão!!!


Conheço muitos "ateus" e crentes que adoram "deuses humanos, contudo, grande parte deles são prisioneiros de uma maçã mordida...Detalhe: e não é uma fruta!!


Compreenda que uma crítica ácida não é inveja. Para a massa acéfala, tudo é "recalque e inveja".  Eu seria o homem mais invejoso e ambicioso do mundo se tivesse o poder da imortalidade!!



TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO





















sábado, 29 de novembro de 2014

"ÉTICA CAPITALISTA" E PUBLICIDADE INFANTIL



O Brasil é um país capitalista. Partindo de tal pressuposto, quais seriam os limites e os critérios éticos para decisões importantes que destinam-se a um ser ainda em formação?
O assunto é polêmico, no entanto, numa sociedade que engatinha na democracia, não deve ser uma espécie de tabu. Afinal, se a publicidade e a propaganda estimulam desejos e necessidades artificiais nos adultos, é preciso imaginar e refletir sobre os efeitos nefastos na mente das crianças.


O público infantil será os jovens e os adultos de amanhã, ou seja, do futuro. O ser humano não é apenas um consumidor, um ator apenas econômico. Pelo contrário, é um ser cultural, social, político e, por isso, deve ter uma formação integral, uma visão holística e um sentimento de pertencimento a uma coletividade.


Todavia, para muitos cidadãos, pais, mães, entre outros, nem toda publicidade infantil é prejudicial. Há vários assuntos que são considerados proibidos ao público infantil por parte dos conservadores, que deveriam ser debatidos e discutidos numa sociedade pluralista como o é a brasileira. Assuntos polêmicos como a união homoafetiva, o respeito às crenças e descrenças religiosas, as cotas reservadas aos negros nos mais diversos espaços da convivência humana, a inclusão social e a participação política. Esta, talvez, seja a mais importante de todas, pois o poder político está em toda parte e a carta magna brasileira diz que "todo poder emana do povo". Logo, o debate sobre a publicidade infantil é muito importante para ser decidido por aqueles que teoricamente representam o povo: a classe política.


Portanto, numa democracia não apenas abstrata, mas substantiva e concreta, o tema da publicidade infantil é fundamental, porque uma criança não deve ter a concepção apenas de nascer, crescer, trabalhar, reproduzir e morrer. Uma compreensão mais ampla da vida e, principalmente, de que é necessário ter uma identidade, saber e agir para a preservação do planeta para as futuras gerações, e compreender mais tarde que a publicidade infantil não é boa ou má em si, embora possa ser utilizada para formar futuros cidadãos críticos e conscientes ou alienados a serviço de um consumo desenfreado e irresponsável.


P.S: O TEXTO SUPRACITADO FOI PENSADO E ESCRITO A PARTIR DO TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM DESTE ANO.
 


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

FRASES POLÍTICAS, SOCIAIS E ECÔNOMICAS NO BRASIL!!

A maior parte da imprensa no Brasil não informa, manipula...

A classe média alta se identifica mais com os ricos do que com os pobres, mesmo quando é assalariada!!

A democracia no Brasil é abstrata na igualdade, todavia, do mais rico ao mendigo, o voto tem o mesmo valor,  mas a maioria das classes A e B  pensa que cada voto deveria valer por dois, afinal é uma injustiça ter o mesmo peso numa eleição.

As classes mais abastadas querem um Estado mínimo com os votos de quem precisa de um Estado que distribua parte das riquezas e promova o bem comum.

As elites preconizam um refinamento social, mas, em termos políticos,  os chicotes estão na "alma".

Eles usam black-tie e calçam ferraduras contra a vontade popular.

A maioria dos ricos e a classe média que têm fé cristã acreditam que Jesus era de direita.

Ao contrário dos ricos e da classe média B, não chamarei os que votaram no candidato do PSDB,  de burros, pois estes não merecem ser comparados com os "inteligentes" que não sabem reconhecer que o país não é o paraíso, mas está longe de ser o inferno.

Eis uma frase dita na ditadura, mas que serve para a nossa atual democracia: "BRASIL, ame-o ou deixe-o". Espero que a direita reacionária faça as malas e nunca mais volte. Já vai tarde!!

Os "inteligentes", que votaram no PSDB, ainda não fizeram as contas, pois o PT teve mais votos no SUL, SUDESTE e CENTRO-OESTE, do que no Nordeste e Norte.

Se as classes A e B são minoria, não deveriam espernear e espumar com os votos da maioria das classes C, D e E. O povão pode até não saber falar línguas, frequentar teatros e ser culto, mas sabe o que é a fome e o desemprego. Entre o conceito e a experiência, resolveu escolher esta última.

Bens materiais podem até fazer o seu corpo ficar mais bonito, mas não podem curar a podridão da alma dos "inteligentes" que não sabem a diferença entre uma democracia abstrata e uma democracia substantiva,  concreta...

Se for por falta de adeus,  mudem do Brasil e levem o Lobão!!!

Queremos muito pouco: apenas 30% da CF/88 colocada em prática neste país.

Eu tenho um sonho: desejo que todos os avanços sociais que aconteceram neste país se espalhem por todo o planeta. Seria o outro nome da cidadania, paz, solidariedade e fraternidade entre todos os povos. As forças "inteligentes" no Brasil estão a serviço das trevas, todavia pensam que brilham como o SOL...Doce ilusão...


TEXTO: Marco Aurélio Machado












domingo, 28 de setembro de 2014

DEUSES HUMANOS!!

O ser humano já foi definido pelos maiores pensadores e filósofos até os dias de hoje de diversas maneiras: desde o animal racional ao ser econômico. O homem é tudo e nada. É o ser mais inteligente da natureza e o mais estúpido; é o mais genial e concomitantemente é aquele que entra num labirinto por conta própria e esquece de levar o torvelinho de linha. É um ser sério e a maior comédia...


Ele é efêmero, transitório, temporal, finito e carente, mas por causa das crenças que inventa, torna-se o prisioneiro das suas próprias ideias, ilusões, superstições, crendices e opiniões. Por elas mata ou morre, comete as maiores loucuras e sandices, porque por não se lembrar da origem do que foi supracitado, perde-se em devaneios...Será que o ser humano é um esquizofrênico, mesmo sem o diagnóstico de um psiquiatra? O próprio psiquiatra não seria mais um esquizofrênico,  afinal não é um Deus, portanto, compartilha a loucura humana.
Se por acaso existirem  alienígenas e se eles "perdessem" um pouco do seu "tempo" com a "humanidade",  talvez as suas naves servissem como arquibancadas para que eles assistissem a um grande e deprimente espetáculo teatral que poderia ter como título: "OS CIVILIZADOS DAS CAVERNAS". Provavelmente, se o suposto alienígena for mais ético, racional, responsável e altruísta, em vez de morrer de rir da comédia humana, choraria tal qual Heráclito, porque diante da ganância, egoísmo, egocentrismo, orgulho, ambição e outros supostos instintos preconizados pelos profetas do darwinismo social, pois segundo estes, só  há mesmo uma forma de produzir, consumir, distribuir e reproduzir no planeta: o modo de produção capitalista. Eis a riqueza que se torna pobreza...


Quem sabe o alienígena chorasse mais ainda do discurso ideológico das classes dominantes,  que ao mesmo tempo que arrota o darwinismo social, inventaram o Estado para proteger a propriedade privada dos meios de produção. Não seria a criação do Estado a prova inconteste da capacidade racional humana, porque ao lado de outras criações culturais, como, por exemplo, a escrita, a moeda, a leitura, a técnica, a lógica, a Filosofia e mais tarde as ciências e a sua filha nobre e podre, dependendo da forma que se usa, a ciência aplicada ou tecnológica?
O ser humano, como já afirmara Sartre, deseja ser um Deus, mas, sinceramente, o que pensaria do homem o nosso alienígena? Principalmente, quando se trata do poder político? O que ele pensaria dos ratos de esgoto de um determinado partido político aqui no Brasil? Aquele que é considerado por muitos o menos pior, mas também como os criadores desse partido conseguiram transformá-lo numa nova religião. Os seus líderes têm certeza que são deuses; são os messias da nova ERA...Os seus seguidores em sua maioria dizem amém, mesmo que tenham "doutorado". Imagine a maioria!! Claro, há exceção...


Se fomos criados por alienígenas, talvez um dia entenderemos o porquê estamos em estado de derrelição e a carência é a condição ontológica humana. O ser que anseia tornar-se um Deus, mas que morre de inveja dos outros animais. Coitado do alienígena. Veio ver um espetáculo e assistiu à morte de uma humanidade que pensa estar viva,  mas que não passa de um ZUMBI...






TEXTO:  Marco Aurélio Machado


sábado, 23 de agosto de 2014

A RAZÃO "ENLOUQUECIDA"!

Desde o surgimento da Filosofia,  por volta do século VI a. C, há conflitos e divergências sobre todas as dimensões da "realidade".  E o conceito de realidade aqui deve ser entendido da forma mais amplo possível, ou seja, desde a natureza última do Universo e de tudo o que o constitui até à questão cultural...Em outras palavras, todas as instituições e demais saberes teóricos, práticos, produzidos e reproduzidos pelo homem: artefatos, política, ética, Filosofia, Ciência, Religião, Arte, enfim, tudo aquilo que a razão, a imaginação, a capacidade de criação, recriação e destruição que a espécie humana é capaz de realizar.

O homem é um ser paradoxal: é melhor e pior (ao mesmo tempo) do que todos os demais seres vivos. Melhor, porque é capaz de realizar coisas e situações maravilhosas, pelo distanciamento, pela reflexão, pelo cálculo e pela imaginação;  de se "descolar" da natureza bruta e produzir cultura do mais alto nível; pior,  porque,  a despeito disso, criou um poder de destruição tão grande,  que pode acabar com  tudo, afinal, ainda reside nele  a pior besta selvagem: o instinto animal que parece ultrapassar a sua capacidade de reflexão sobre o seu lugar no Universo em geral e no  minúsculo planeta Terra em particular.

Quem vai nos apontar o caminho a seguir? Infelizmente, ninguém. Como diria o grande filósofo francês, Sartre: "Estamos condenados a sermos livres". Eis mais um paradoxo: condenação e liberdade não são contradições? Em termos lógicos, sim, no contexto do Existencialismo, não. Ele quer dizer o seguinte: estamos condenados, porque não escolhemos nascer, muito menos onde nascemos, em qual país, classe social, família...E, livres, porque temos que fazer escolhas o tempo todo e assumir a responsabilidade por elas. Em outras palavras, segundo o filósofo francês, o homem tem uma liberdade absoluta e, por isso, ele não é mais do que aquilo que faz. Ele é o responsável incondicional pelos seus projetos e estes são sempre inacabados.  " O homem é um operário em construção",  para relembrar aqui o genial poeta, Vinícius de Morais.

Onde vamos buscar consolo? Nas religiões? Não. Elas não se entendem...Não se entendendo, geram fanatismos e estes geram conflitos e guerras; nos esportes? Não, pois eles geram paixões e estas são responsáveis pelas bestas que moram em nós, logo, promovem  discussões, brigas, ambições e a vontade de ganhar a qualquer custo. No caso de alguns esportes, como o futebol, por exemplo, os assassinatos são muito comuns...Nas ciências? Não, pois apesar de ela não ser nem boa nem má, o uso que o atual sistema faz dela, torna-a um instrumento do lucro e este está a serviço de uma minoria em detrimento da Humanidade; nas artes? Seria uma saída, mas quem determina o que é arte ou não hoje em dia? Por acaso, não seria o mesmo sistema econômico supracitado? Quem promoveria o que de "melhor" o homem foi capaz de produzir em termos de música, literatura, teatro, pintura, escultura, enfim, nas artes em geral, se as máquinas reproduzem cópias num ritmo mais rápido, intenso e mais barato? A arte nobre fica para uma elite que pode pagar...às massas, sobram caricaturas "artísticas"; a Filosofia? Não. Qual doutrina filosófica nos salvaria? Não há consenso entre doutrinas e filósofos. Na política? Jamais, porque esta é sinônima de poder e onde há poder não pode existir paz, pelo contrário, a diplomacia política quase sempre fracassa e a política costuma se legitimar pela força militar...

Enfim, estamos sós e condenados, infelizmente, fizemos a escolha de uma liberdade incondicional: O DESAPARECIMENTO DA ESPÉCIE HUMANA. É uma questão de tempo...Ao menos sobrará uma esperança: o instinto dos animais "irracionais" vai superar a razão humana. Infelizmente, o fogo que PROMETEU "subtraiu" dos deuses não foi suficiente para usarmos a razão em prol da Humanidade. Antes fôssemos apenas puro instinto, afinal não teríamos capacidade de produzir cultura e estaríamos integrados à natureza tal qual os outros animais. Parabéns, demônios humanos, vocês venceram algumas batalhas, mas perderão a guerra, pois fizeram da razão não um instrumento da liberdade, mas da escravidão. A razão, enlouquecida,  transformou-se em instinto, contudo, não da preservação da espécie,  como acontece  nos animais "irracionais", mas no instinto de destruição do planeta e do homem. Até nos instintos somos inferiores... O feiticeiro ficou refém do próprio feitiço. Uma pena...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO

quinta-feira, 24 de julho de 2014

BRINCANDO COM AS PALAVRAS!!

Uma inteligência aguda não é capaz de prever o futuro, mas quase sempre chega a conclusões que parecem profecias.
  

Brincar com os sentimentos dos tolos é uma coisa; conviver com pessoas que se fingem de tolas é outra muita diferente, pois elas enxergam o que está por detrás até de uma máscara de "ferro".

Use a sua inteligência para explicar; utilize as suas atitudes para comprovar a sua explicação.
  

A arte de fazer perguntas é a arma mortífera para desmascarar todos os vendedores de ilusões.

Eu já quebrei o meu espelho faz tempo, desde então tenho me divertido com o espelho de cristal de quem vive de aparências.

Desista sempre de quem prefere o futuro ao presente: este existe, aquele é pura imaginação.

Quem busca a felicidade vai encontrar apenas o conceito no dicionário.

A sabedoria trágica é a certeza de que tudo o existe no tempo é fonte de prazer e de dor.
Viva de tal forma que a sua palavra seja mais importante do que a sua assinatura. Todavia, não prometa nada a pessoas que não são capazes de fazer o mesmo.

Prepare-se sempre para as rupturas, pois na vida os rompimentos são mais frequentes do que a permanência.
  
Divirta-se, mas não se esqueça: uma hora a solidão será a sua companheira. Relembrar o passado é fonte de dor; antecipar o futuro é o outro nome da ansiedade. Contudo, não se desespere, pois logo, logo, uma nova distração será a sua companhia. "Escolha" até que a morte chegue. Boa sorte!



TEXTO: Marco Aurélio Machado


segunda-feira, 23 de junho de 2014

REFLEXÃO SOBRE A NATUREZA

O homem faz parte da natureza, mas enquanto esta, segundo quase a totalidade da humanidade, não tem "consciência" de si mesma, aquele é capaz de ter não apenas consciência de um mundo exterior, quanto da dimensão interior, ou seja, autoconsciência. Numa palavra: consciência da própria consciência. Todavia, tal noção  merece uma reflexão nem que seja superficial. O objetivo, como sempre, é antes provocar que chegar a conclusões. Estas deixamos para os dogmáticos...

A concepção de um homem separado da natureza tem sido nefasta, deletéria para a espécie humana. Não percebemos a natureza como um TODO,  como parte de outros TODOS, o Universo,  ou quem sabe,  vários outros Universos, nem mesmo temos uma compreensão holística sobre  a natureza da qual fazemos parte: o planeta Terra. Há uma cisão, uma dicotomia: de um lado temos a natureza bruta, "irracional", sem nenhuma finalidade ou objetivo; do outro, o homem, como ser cultural, "racional", e que transforma a natureza a seu bel-prazer, adequando-a às suas necessidades.

É a velha crença da arrogância humana: Cultura x Natureza. A primeira,  representa a liberdade, a segunda, o determinismo. O homem teoricamente é o ser livre, que faz escolhas, que tem o destino da própria vida; a natureza, ao contrário, é determinista e segue leis naturais que não poderiam ser de outra maneira. Será? Isto é um fato? É uma necessidade lógica,  portanto,  necessária e universal? Hume desconfiava que não...

Vários filósofos foram os responsáveis por tal forma de conceber a realidade. Entre eles, René Descartes e Kant. Citei os dois, mas não vou entrar em detalhes, primeiro, porque teria que fazer uma pesquisa extensa, segundo, que a finalidade deste texto é aguçar a curiosidade dos interessados neste assunto tão fascinante e ao mesmo tempo deixado de lado pela sociedade que ama artefatos tecnológicos e despreza a beleza e os horrores da "natureza bruta".

Se o homem faz parte da natureza, como dizer que a natureza não é "inteligente"? Talvez, a forma humana de pensar, sentir e agir fosse completamente diferente de se relacionar,  se por acaso tivéssemos uma concepção diferente da natureza. Como preconizar que o homem é racional, livre, se construímos bombas atômicas e outros artefatos mortíferos para matar e destruir o planeta, a nossa "casa natural"? Se somos natureza, então ela é inteligente, consciente e, por isso, em tese, poderíamos edificar uma história em harmonia com outros humanos e todos os demais seres vivos, além da responsabilidade de transformar os recursos naturais disponíveis com o devido respeito.

O fato é que enquanto existir seres humanos na natureza ela será racional, inteligente, capaz de escolhas para fazer o bem ou o mal. O que seria o bem neste caso específico? Preservar e tirar da natureza apenas o necessário para a sobrevivência humana. O que seria o mal? A destruição do planeta e, portanto, a extinção da espécie humana. Se a humanidade não é capaz de realizar este projeto, então a conclusão é evidente: SOMOS A PRÓPRIA NATUREZA BRUTA E IRRACIONAL!!


TEXTO: Marco Aurélio Machado

domingo, 11 de maio de 2014

O ESTADO E O PODER POLÍTICO!

Desde o nascimento da Filosofia,  por volta do século VI a.C, até os nossos dias, que os filósofos, cientistas políticos e sociólogos têm escrito, debatido e discutido sobre o Estado. O que é o Estado? Qual é a origem do Estado? Qual é a função do Estado? A serviço de quem está o Estado? Qual deve ser o tamanho do Estado? O Estado deve intervir na economia? Enfim, poderíamos fazer um texto só com perguntas a respeito do Estado. Entretanto, neste texto,  vou me deter em alguns aspectos bem gerais  com o intuito de provocar reflexões;  não tenho a intenção de ter a última palavra sobre o tema,  aliás, como em todos os outros textos que escrevi.

Em primeiro lugar, discordo do grande filósofo grego, Aristóteles, pois ele afirmava que os homens, naturalmente,  procuram se organizar e instituir o poder político,  para que a vida em sociedade seja possível. Ele cai numa contradição, afinal,  chamava de bárbaros,  os povos que não tinham tal organização. Ora, se o Estado fosse algo natural, todos os povos fariam o mesmo, inclusive, as tribos primitivas. Existiu, existe e existirá,  necessariamente,  a forma estatal nas sociedades primitivas? Duvido. Há outras teorias: origem divina, o contrato social, entre outras, contudo, como não faço consultas ao escrever, não procurarei entrar em detalhes sobre o fundamento do Estado.

A meu ver, o Estado, independentemente da sua origem, tem um papel na chamada luta de classes e na produção e reprodução da subsistência material da humanidade. Todavia, ele não é essencial, necessário, nem fruto de um decreto divino, caso contrário, as comunidades indígenas não produziriam coletivamente e dividiriam os bens produzidos para todos os membros da comunidade. Afirmar que são sociedades mais simples não é um argumento peremptório, porque, mesmo sendo sociedades primitivas,  valida logicamente e ontologicamente  a possibilidade de produção e  reprodução da subsistência humana, e retirando apenas o necessário para a sua sobrevivência.  Ou alguém vai dizer que os índios não são humanos?

Na verdade, o que perpassa a ideia de que o Estado é fundamental,  não passa de uma ideologia empobrecida,  pois se há algo fundamental,  ontológica na ação humana é a produção  material da vida. Sem ela não há ser humano e muito menos filosofia, ciência, religião, arte... Numa palavra: não há cultura, pois ninguém produz nada com a barriga vazia. Quem produz a riqueza? O povo!  Quem mais usufrui a riqueza produzida? Não seria, por acaso,  quem mais precisa da instituição estatal, mas  preconiza que o Estado não deve intervir na economia? O Estado não é sinônimo de poder político? E o poder político aparece num primeiro momento como a arte de resolver conflitos de classes por meio de representantes "legitimamente" eleitos pelo povo, mas o que a ideologia dos que "mandam," de fato,  oculta, é que o ESTADO é o outro nome da "força militar".

O Estado e o poder político são verso e reverso da mesma moeda. Para que precisamos da política? Quem mais precisa do Estado? Não seria, afinal, aqueles que preconizam que o Estado não deve se intrometer na economia? Política e economia estão separadas? Aqueles que detêm os meios de produção são os que mais necessitam do Estado. Comprova-se tal tese quando acontece uma crise financeira. Sem a ajuda estatal, como banqueiros e empresários irresponsáveis e falidos fariam? Se o Estado não deve intervir na economia, na hora das crises, também,  tal tese deveria ser verdadeira, não é mesmo? O discurso contra o Estado é só de fachada,   pois a doutrina de que a lei de oferta e procura regula tudo não passa de uma falácia.

O Estado é a condição ontológica para a existência do atual modo de produção no planeta, mas não foi, não é, e nunca será fundamental para que o ser humano possa resolver os seus dilemas e conflitos. Não estou defendendo nenhum modo de produção específico, contudo, aceitar os argumentos falaciosos de que o Estado que promove o bem-estar do maior número de pessoas possível, é paternalista,  já é demais...

Ser paternalista com banqueiros, empresários falidos, jogadores nas bolsas de valores no planeta, pode, não é?  Distribuir renda e promover o bem comum entre aqueles que realmente trabalham e produzem a riqueza material para a humanidade, não pode?

Concluo com a seguinte questão: POR QUE aqueles que normalmente são assalariados, mas que fazem parte da classe A e B no Brasil,  preconizam que o Estado brasileiro é paternalista, e que o povo deve trabalhar e não depender de esmolas, são os mesmos que geralmente não trabalham, dependem dos pais para tudo: estudam nas melhores escolas particulares, fazem viagens, cursos de línguas, intercâmbios, moram em palacetes ou edifícios de luxo? E em muitos casos, dependem do SUS e estudam nas universidades federais também, não é mesmo? Mais: muitos financiamentos para comprar imóveis e outros bens materiais são feitos por meio dos bancos estatais...Pois é!! Quem mais precisa do Estado e dos pais mesmo? Para os mais pobres, o trabalho; para os ricos e a classe média alta, o ócio,  para depois poderem mandar, inclusive, nos melhores cargos estatais...É ou não uma comédia?


Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO

domingo, 6 de abril de 2014

FRASES EXISTENCIAIS!!

Se uma pessoa tiver prazer em se vingar de mim,  psicologicamente, eu sugiro que dê a si mesma tal oportunidade. Eu prometo que farei o possível para não ter pena da sua tolice.

Eu não busco a felicidade, estou muito ocupado em observar as crianças...

Excesso de desejos tem o sabor amargo do sofrimento psicológico; a realização da maioria deles deixa marcas no corpo e na "alma". Mas não se preocupe: a cura talvez venha com a morte e ninguém viverá para sempre...

Há pessoas que diante de um espelho se acham maravilhosas; sonho com o dia em que a CIÊNCIA invente um espelho para que a pessoa observe a própria alma, mas antes deixe um psiquiatra de plantão!!

O homem não deve se "casar" apenas com um corpo, pois ele corre o risco de contribuir para que as palavras dignidade, ética, solidariedade, companheirismo e cumplicidade desapareçam dos dicionários.

O que é uma tempestade para você, pode ser apenas uma brisa para quem está acostumado ao sofrimento desde a mais tenra idade.

Se é que tive alguns momentos de lucidez, eles vieram na mais profunda angústia existencial...

Faça as suas escolhas sempre, mas quando as consequências vierem, tenha a dignidade de não solicitar a ajuda de quem foi vítima da sua liberdade de escolher: carregue a sua cruz de chumbo.

Construir a própria história pessoal é tão difícil quanto um cachorro deixar de "amar" o dono.

Não queira ser referência para ninguém, pois você despertará a imaginação da pessoa e ela o comparará aos deuses. O problema é que os deuses têm todos os defeitos humanos, afinal quem os criou foi o homem...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO



sábado, 15 de março de 2014

A ETERNIDADE E O TÉDIO!

A maioria dos seres humanos acredita numa alma imortal que supostamente transcenderá  este mundo temporal, logo, de transformações e mudanças, mas quantos  fizeram estas perguntas: existem a eternidade e uma alma? O que são,  respectivamente,  a eternidade e a alma?

O fato de uma pessoa acreditar não significa que ela saiba. Ela faz uma aposta que dê um sentido, um significado à vida dela, porém, o saber vai muito além de "explicações" religiosas de livros ditos sagrados, pois várias culturas têm os seus livros sagrados e cada uma quer ser a guardiã da palavra divina. Se existe um deus, em qual idioma ele se expressa? Livros sagrados já foram traduzidos desde tempos imemoriais para diversas línguas, e sabemos que nem sempre uma tradução é capaz de corresponder à ideia, ao significado, ao sentido de uma palavra. Os próprios hermeneutas não se entendem...A humanidade vai penar muito ainda para compreender o óbvio: somos ignorantes a respeito do próprio mundo físico, material, imagine a arrogância do entendimento  da palavra divina?

Viver  neste mundo espaço-temporal já é uma luta árdua...A certeza da morte alivia àqueles que têm uma concepção da finitude, já que morremos em vida aos poucos. Isto porque não temos certeza de nada que ultrapasse este mundo dos fenômenos. Este mundo se transforma pela ação do tempo, mas o que seria a eternidade? Uma crença, um conceito? A crença e o conceito correspondem à existência de uma eternidade? O que é ser eterno? Existir para sempre? Nunca morrer? Quem já experimentou isso? Ninguém! Se tivesse experimentado, não teria nascido, pois o que é eterno não nasce nem morre. O que é eterno não muda; não gera vida como a conhecemos, logo a eternidade, se existe, existe sem movimento, mudança e transformação.

Eis o tédio...Somos capazes de elaborar os conceitos mais profundos e refinados sobre a eternidade, mas incapazes de experimentá-la, afinal somos corpos físicos. Há pensadores que afirmam ser a eternidade um eterno presente; uma espécie de fusão com o Universo sem as lembranças do passado e as projeções futuras. Todavia, se isto for verdade, então só posso penetrar na eternidade por meio de um recurso material: o meu corpo. O que é uma suposta alma sem um corpo? Não sei. O que é "viver" numa dimensão eterna sem mutações?  Não sei.
A eternidade, por enquanto, é apenas uma crença religiosa ou um conceito metafísico. Se  "existe",  deve ser um tédio...


TEXTO: Marco Aurélio Machado

domingo, 9 de fevereiro de 2014

EXISTÊNCIA E INEXISTÊNCIA!

O ser humano geralmente passa pela vida  e nunca faz esta pergunta: onde eu estava antes de nascer? Entretanto, quase sempre faz este questionamento: para aonde vou quando morrer? Ele parte do pressuposto de que existia como um espírito, uma alma ou qualquer forma de energia vital antes do nascimento. Logo, se existia antes, viverá num corpo físico temporariamente neste planeta e, posteriormente,  voltará para uma suposta dimensão espiritual. E de acordo com a fé e a crença da pessoa, há muitas nuances. Desde o julgamento final,  passando pelo purgatório,  ou mesmo o castigo eterno no inferno.  Será?

Em primeiro lugar, os fatos mostram o seguinte: excluindo as doutrinas céticas radicais e apostando no naturalismo, temos um mundo físico do qual fazemos parte; percebemos que os seres vivos "morrem". Desde os mais simples micro-organismos até o homem, ou seja, o ente que além de conviver com a finitude, o aniquilamento de todos os outros animais e plantas, sabe que também morrerá. Pior: pode ser a qualquer momento. O que os fatos mostram? A morte do corpo físico. A certeza de que ao menos de um ponto de vista material o fim de tudo é inevitável. Adeus sorrisos, lágrimas, dores, afetos, amizades, ódio, rancor, amor. Enfim, é o desaparecimento da pessoa e da consciência exterior e interior.

Contudo, a maioria dos seres humanos se recusa a aceitar a morte como um fenômeno natural. Acredita que a consciência, a alma, o espírito sobrevive a destruição do corpo físico. Como podemos compreender tal tipo de crença? Afinal, o que sobrevive? O ego humano com os seus desejos, esperanças, medo do desaparecimento total? Por que deveríamos ter medo justamente daquilo que nos faz tanto mal? Continuar convivendo com o conjunto de toda a nossa história, psicologicamente,  é o outro nome do inferno, porém, se queremos continuar acreditando numa vida após a morte, não seria dar sequência a tudo o que nos permite alguns curtos momentos de felicidade e muito mais sofrimentos? O Eu, o Ego desejam a permanência, mas existe de fato a permanência neste mundo?

Tudo muda: o nosso corpo, a aparência, a forma de pensar, sentir e agir. Todavia, o desejo de permanecer na impermanência é um grande problema psicológico. Queremos levar para uma outra dimensão tudo isso que nos faz sofrer? Pior: nem temos certeza disso, apenas fazemos uma aposta. Penso que a morte é o desaparecimento de tudo. Assim como não temos a menor ideia de onde estávamos antes de nascermos, porque não podemos pensar o nada sem que existamos, aprendamos uma linguagem e então podemos perguntar pelo nada; assim também só podemos especular sobre o pós-túmulo. Há um desejo, uma crença, uma fé de que somos eternos.  

O fato é que não sabemos, mas queremos ser especiais diante de uma natureza que nos é indiferente. Se a natureza não se importa conosco, buscamos um ser superior que em tese poderia fundamentar as nossas crenças de permanência. Conclusão: esperanças, nada mais...


Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO