Hoje quero fazer uma reflexão sobre os três pontos, a meu ver, mais importantes da linguagem humana escrita, falada ou em forma de gestos: os pontos de ( ?, !, ...).
Há pessoas que passam pela vida e quase nunca utilizam esses verdadeiros "sinais" inventados pelo homem. A maioria gosta mesmo é do ponto final (.) e dos dois pontos (:). Afirmam e negam premissas baseadas no senso comum, no ouvir dizer, nas fofocas, nos discursos das "autoridades": políticos, cientistas, padres, pastores, professores, enfim, em supostos proprietários do "saber". Fazer perguntas, indagar, questionar é sinônimo de chatice, de querer ser o "dono" da verdade, de curiosidade inútil...É uma espécie de tabu para quem encontrou a verdade: "DOS OUTROS"!!!!!
Quantas pessoas tenho encontrado pela vida que baseiam o seu "conhecimento" em livros escritos por "especialistas, sagrados, pessoas de renome, autoridades, doutores, pós-doutores? Evidentemente, é impossível que uma pessoa possa descobrir sozinha teorias, fatos científicos e demais áreas do conhecimento humano. A maior parte do que sabemos é de "segunda mão". Contudo, quem é a referência neste mundo para nos dizer que tem a última palavra sobre quaisquer assuntos?
Podemos não saber as respostas para a maioria dos nossos questionamentos, e a famosa frase de Sócrates já nos alertava: "SEI QUE NADA SEI". Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe que há uma contradição com a frase supracitada, mas tal contradição é lógica. A linguagem humana gera muitos paradoxos dessa natureza, e quem não estiver atento para isso, confundirá o conceito de fome com a fome real. Bom, mas quem quiser mergulhar nessas discussões lógicas, fique à vontade. O compromisso deste autor e deste blog, é trazer a Filosofia para o cotidiano, para a vida comum dos homens. Aqui não há muito interesse por uma grande erudição, repetir tal qual um papagaio o que os outros disseram, mas usar a linguagem para resolver problemas práticos. Alguma coincidência com o livro "INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS", de Wittgenstein?
É muito importante, numa época em que as pessoas usam de artimanhas e recursos para a persuasão, analisar as frases e atitudes com muito cuidado. Uma pessoa não precisa ser paranóica, mas perguntar, espantar-se, e evitar o ponto final (.) e os dois pontos (:), como se fossem verdades divinas, evitará muitos problemas na vida...
Particularmente, gosto muito de observar discursos, atitudes, me espantar e me admirar com coisas simples, fazer perguntas "inocentes", contemplar coisas e situações de um ponto de vista amplo. Talvez seja por isso que eu goste de ter uma visão de conjunto das coisas; relacionar aquilo que aos "olhos" do leigo está fragmentado, separado...
Ao escrever este texto, me lembrei da minha mãe...Desde criança fazia muitas perguntas a ela. PIOR: não ficava satisfeito com quaisquer respostas. Será que me apaixonei pela Filosofia por causa disso??? Quem sabe!!! Quem sabe...
TEXTO: Marco Aurélio Machado