O que é a felicidade? Sempre escuto alguém dizer: "Eu sou muito feliz"! Mas quase nunca escuto alguém perguntar: "O que é a felicidade"? Penso ser muito difícil responder tal pergunta e não sei se alguém tem respostas, mas de qualquer forma, às vezes, que não eu tive consciência da minha felicidade, percebi que era feliz em ato. Não há tempo e nem espaço. A ação da pessoa está focada num grande prazer, que, por incrível que pareça, as palavras não são capazes de descrevê-lo. Não há nada de místico nisso. É apenas uma constatação. Quantas vezes já ouvir alguém dizendo que era feliz e não sabia?
O que é a felicidade? Se não sei o que é uma coisa, como posso saber que tenho ou sou essa coisa? Estas questões me lembram a constante presença de Platão. A assombração de uma suposta alma que já vivera no Mundo das Ideias e que conhecera a felicidade. Como? Através do método dialético platônico, que preconizava a purificação dos erros e equívocos "fabricados" pelas nossas opiniões, para chegar ao mundo "verdadeiro". É a chamada Teoria das Reminiscências. A alma conheceu antes e, por isso, pode reconhecer...Mas não é sobre isso que quero escrever...
Outros dizem que são felizes, porque sentem a felicidade. O que é sentir a felicidade? Mas as coisas se complicam, pois outra pergunta continua a nos incomodar: "O que é o sentimento"? Vou tentar responder, todavia, não tenho a intenção de ter a última palavra sobre assunto tão espinhoso. Enquanto houver pensamentos dirigidos a um fim, não haverá felicidade. Uma criança é feliz em ato. Se você tem consciência da própria felicidade, então, não há felicidade alguma. Uma pessoa feliz não lembra do passado e nem antecipa o futuro. Ela vive num eterno presente. Não há pensamento e nem sentimento. Há somente o ato no presente. Nada mais!
Vou citar um princípio cristão, apesar de não ser religioso: " Se vós não voltares a ser como as crianças, não entrarás no Reino do Céus". Jesus Cristo. As crianças são puras, inocentes. Brigam e, logo em seguida, estão brincando. Não guardam mágoas. E não sabem o que é o egoísmo. Não sabem, porque agem e não ficam raciocinando sobre se agiram certo ou errado. É do ponto de vista de um adulto que as crianças ganham os rótulos. Elas simplesmente são o que são. Nunca querem ser o que não são. Depois que se vira adulto, isto por acaso acontece? Quantos são capazes disso? Eis a felicidade: a felicidade das crianças!
O mais engraçado disso tudo, é que ainda dizemos que é preciso educar as crianças. Deveríamos, isto, sim, sermos educados por elas...
TEXTO: Marco Aurélio Machado
O que é a felicidade? Se não sei o que é uma coisa, como posso saber que tenho ou sou essa coisa? Estas questões me lembram a constante presença de Platão. A assombração de uma suposta alma que já vivera no Mundo das Ideias e que conhecera a felicidade. Como? Através do método dialético platônico, que preconizava a purificação dos erros e equívocos "fabricados" pelas nossas opiniões, para chegar ao mundo "verdadeiro". É a chamada Teoria das Reminiscências. A alma conheceu antes e, por isso, pode reconhecer...Mas não é sobre isso que quero escrever...
Outros dizem que são felizes, porque sentem a felicidade. O que é sentir a felicidade? Mas as coisas se complicam, pois outra pergunta continua a nos incomodar: "O que é o sentimento"? Vou tentar responder, todavia, não tenho a intenção de ter a última palavra sobre assunto tão espinhoso. Enquanto houver pensamentos dirigidos a um fim, não haverá felicidade. Uma criança é feliz em ato. Se você tem consciência da própria felicidade, então, não há felicidade alguma. Uma pessoa feliz não lembra do passado e nem antecipa o futuro. Ela vive num eterno presente. Não há pensamento e nem sentimento. Há somente o ato no presente. Nada mais!
Vou citar um princípio cristão, apesar de não ser religioso: " Se vós não voltares a ser como as crianças, não entrarás no Reino do Céus". Jesus Cristo. As crianças são puras, inocentes. Brigam e, logo em seguida, estão brincando. Não guardam mágoas. E não sabem o que é o egoísmo. Não sabem, porque agem e não ficam raciocinando sobre se agiram certo ou errado. É do ponto de vista de um adulto que as crianças ganham os rótulos. Elas simplesmente são o que são. Nunca querem ser o que não são. Depois que se vira adulto, isto por acaso acontece? Quantos são capazes disso? Eis a felicidade: a felicidade das crianças!
O mais engraçado disso tudo, é que ainda dizemos que é preciso educar as crianças. Deveríamos, isto, sim, sermos educados por elas...
TEXTO: Marco Aurélio Machado