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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A TORRE DE BABEL DOS INTERESSES HUMANOS!!

Na natureza os animais nascem com instintos rígidos em muitos casos, como, por exemplo, os insetos. Todavia, tal determinação não é absoluta,  uma vez que há mais flexibilidade de ação e comportamento na escala da evolução, por exemplo: os mamíferos são capazes de aprender muitas coisas, portanto, há uma certa "inteligência", mesmo que não tenha o mesmo teor de abstração da de um ser humano. No caso deles, podemos afirmar que trata-se de uma "inteligência" concreta, para realizar tarefas simples, sem criatividade, como acontece com os seres humanos. Se bem que ainda sabemos muito pouco sobre a "inteligência" dos animais,  e a comparação com seres humanos é complicada, pois,  como já dizia o filósofo cético, Michel de Montaigne, em muitos aspectos os animais nos são muito superiores...

O ser humano, com raras exceções, é egoísta, ganancioso, ambicioso e outros adjetivos pejorativos que não valem a pena colocar aqui, porque é do conhecimento de quase todos. O ser humano tem a mania de pensar que é racional e que os demais animais são irracionais, entretanto, quero fazer uma provocação: somos racionais de uma forma imanente,  essencial? Penso que não precisamos nem lembrar que sem a sociedade não haveria humanização da espécie humana, logo, se fôssemos racionais essencialmente, nunca deixaríamos tal racionalidade. Mas é realmente isso o que acontece? Somos, ou usamos a razão de vez em quando?

O ser humano, em sua maioria, criou o Estado político. Há várias teorias sobre a origem do Estado. Desde a origem divina, passando pela natural, e a tese do contrato social. Não entrarei em detalhes aqui, mas espero que estas questões sejam explicitadas,  na proporção que o texto avançar. A verdade é que o ser humano é complexo demais, e, afirmar, peremptoriamente, que a espécie humana é racional,  essencialmente é, no mínimo, leviana. Se fosse, como seria possível o sistema capitalista de produção? Produzir, acumular, vender, e destruir o planeta e não compreender que os recursos naturais são finitos; depois recomeçar o processo numa escala e velocidade cada vez maior!!! Podemos chamar estas ações de racionais?  Vou um passo além: como não questionar uma "riqueza" inexistente, abstrata, como a que se "consegue" nas bolsas de valores de todo o mundo? Eis o paradoxo: ser proprietário e não proprietário simultaneamente,  porque tal "dinheiro" é apenas números transferidos para onde se supõe ganhar-se mais, ou ganhar-se menos, porém,  ter-se mais "segurança". Há um porém: às vezes, a pessoa que investe em ações,  perde tudo da noite para o dia. Onde está a riqueza, se ela não foi produzida e depende muito mais de apostas de onde investir, que a racionalidade de quem investe de forma conservadora? Daí a loucura do mercado financeiro!! Basta um boato e os investidores comportam como se fossem uma "boiada". Eis a razão da espécie humana. A meu ver,  um ardil para ficar rico sem produzir...

Percebe-se, na situação acima, não uma racionalidade, mas a total irracionalidade, pois é o desequilíbrio psicológico e emocional que fica evidente nos agentes a serviço do capitalismo financeiro. A TORRE DE BABEL, em vez de ser "destruída", como na alegoria bíblica, é motivo de conflitos entre os que defendem o capital voltado para a produção; os que fazem apologia do capital financeiro e não produzem um parafuso, como é o caso dos banqueiros e "especialistas" que só vivem da especulação, e aqueles que produzem, mas que também  têm ações nas bolsas. Contudo, o que é comum a todos é o papel do Estado. Infelizmente, neste caso, por ideologia, estupidez, irracionalidade, ou má-fé, quase todos defendem o mesmo: o Estado não deve interferir na economia e no mercado financeiro, embora  a irracionalidade daqueles que só usam a razão para ganhar dinheiro, dependam ontologicamente do Estado. Este foi, é , e provavelmente será a "mão invisível" para os cegos, mas para quem utiliza a razão para refletir sobre o todo, a TORRE DE BABEL econômica é apenas uma parte da realidade, talvez a mais importante. Aliás, Karl Marx já dizia que a economia determina tudo, apesar de ele ter se referido apenas à economia que produz, afinal o filósofo alemão desenvolveu as suas teorias  no século XIX e não conheceu a bolsa de valores em nível planetário. Se o modo de produção capitalista, que subtrai mais-valia relativa e absoluta da "classe trabalhadora", foi motivo para uma teoria socialista, comunista,  imagine se Karl Marx vivesse na nossa época? Ele, com certeza, ficaria horrorizado com a "produção" de riqueza financeira abstrata. Ser proprietário de números e não de algo concreto e palpável...E o que é pior: números que podem desaparecer da tela do computador com a mesma rapidez que apareceram. Eis o irracional com verniz de racionalidade do capitalismo...Ideologia, nada mais.

A TORRE DE BABEL, no atual sistema, e na nossa época, não é apenas uma questão de misturar as línguas por um suposto Deus bíblico, mas uma balbúrdia infernal sobre interesses diversos. Estamos voltando à Grécia, dos antigos sofistas, contemporâneos de Sócrates, porém com uma roupagem linguística mais sofisticada. Isto porque a comunicação é globalizada também. A velha e surrada luta de classes não é mais entre quem explora e quem é explorado; entre opressores e oprimidos. São ricos contra ricos, dependendo de como "produzem" riqueza; de ricos e pobres; da classe média alta contra pobres;  das mais diversas classes de profissionais, ou seja, uma fragmentação que o irracionalismo não pode compreender,  além dos interesses morais, políticos, sociais, ideológicos, culturais, entre outros.

Evidentemente, este tema merece um livro, tal é a quantidade de assuntos a ser abordados. No entanto, é necessário fazer apenas algumas observações e provocações para que sejam refletidas pelos interessados. Vou dar um exemplo aqui, que deve ser do conhecimento da maioria, e que está caminhando para acontecer em nível mundial. Refiro-me à briga, às discussões, às acusações recíprocas entre os taxistas tradicionais e o aplicativo UBER. Muitos desses pretensos motoristas de táxi preconizam que o Estado é burocrático, inchado de apadrinhados, antro de corruptos, etc., porém, com a concorrência do livre mercado, a quem eles recorrem? Ao Estado, não é mesmo? Querem ser protegidos pelo papai estatal. O mesmo serve para todas as situações supracitadas. O Estado deve ser mínimo para o povo e máximo para os ricos. Estes fundaram o Estado, portanto, se forem à falência, a babá estatal deve protegê-los... Dei tais exemplo, mas cada leitor deste texto pode fazer um exercício mental e tentar lembrar das divergências entre os seres humanos na luta pela sobrevivência.

Uma pergunta: em qualquer sentido, se alguém estivesse numa situação oposta à que defende, será que ele seria capaz de colocar-se no lugar do outro? Em  outras palavras, se um motorista de táxi fosse alguém que trabalhasse com o UBER, ele defenderia o direito de quem? Relembro aqui o grande Protágoras de Abdera, porém, não com as mesmas palavras: " Sobre qualquer discurso é possível fazer um oposto com o mesmo nível de persuasão"!!!Em outras palavras, troca-se raciocínios lógicos, por um jogo de palavras que muda de acordo com os interesses e a conveniência. A astúcia em detrimento da verdade. A ética kantiana aqui não passa de uma fábula, não é mesmo?

No modo de produção atual, cada um defende o seu lado, e quase sempre,  sem bons argumentos,  pelo contrário, com provocações rasas e uso da força bruta. O que move o ser humano é a razão? Duvido. O darwinismo natural não estaria sendo utilizado pela ideologia para legitimar o darwinismo social? Estaria o ser humano virando uma besta, ou está sendo estimulado a agir como tal? A TORRE DE BABEL, aqui, não poderia ser representada pelo irracionalismo? O animal é "irracional", mas não sabe disso. O homem tem a possibilidade de usar a razão, mas a História tem provado que ele é irracional, tem consciência dela e, ainda assim,  prefere agir como um autômato...Há algumas exceções, raras, porém,  como um diamante...


TEXTO: Marco Aurélio Machado 

sexta-feira, 31 de julho de 2015

FRASES DA CONDIÇÃO HUMANA!

A felicidade é uma busca inútil, pois queremos que a realidade seja determinada por nós!!


Não confunda momentos "felizes" com o conceito de felicidade. Este é estático, aquele é dinâmico!!


O tédio é o amigo íntimo de um pensador.


A morte deve ser o fim de tudo, por isso nem devemos dizer que ela é o "nada", pois este 
depende do ser humano para poder ser pensado.


O homem é o maior aborto que a natureza já produziu, todavia,  a minha "felicidade" é saber que tal praga será extinta.


Os maiores canalhas que conheço acreditam em Deus, mas vivem como se "Ele" não existisse.


Os melhores seres humanos que conheço são céticos, ateus, agnósticos; fazem o bem e não esperam recompensas divina.


A angústia é o "parto" sem anestesia de um ser que sofre sem saber o motivo. E se você ouvir alguém que diz saber a sua causa, desconfie que seja um placebo psicológico.


A liberdade é amarga, mas é bem melhor que a doçura dos escravos das certezas...



A ilusão de ser especial é o orgasmo do idiota!!



FRASES: Marco Aurélio Machado

terça-feira, 30 de junho de 2015

DILEMAS DA "ESPÉCIE HUMANA"

O "ser humano" sempre teve muitos dilemas, principalmente, no que tange à sobrevivência. O homem primitivo tinha compromisso com carências básicas, porém, naturais e necessárias. Na História da Filosofia, particularmente, no Helenismo, vemos que o filósofo do jardim, Epicuro, já nos alertava para termos uma vida simples...Sem dizer,  outras orientações preciosas de filósofos e sábios de todos os tempos, portanto, as desculpas são desnecessárias.

No decorrer da História, tivemos muitos "progressos" para facilitar a vida do homem. Desde a criação intuitiva de objetos pontiagudos para resolver situações práticas do cotidiano à invenção da bomba atômica e dos foguetes espaciais.

O homem criou e destruiu muitas coisas, afinal trata-se de um ser "racional", "inteligente". O único ser conhecido, pois não sei se existe no Universo, comprovadamente, outros seres com tal capacidade. Acredito que sim, mas crença, apenas, não é um fato. 

Dos dilemas que a "espécie humana" criou, porque não se trata dos desafios da natureza (como terremotos, maremotos, tsunamis, tufões, furações, entre outros) , os piores são os econômicos, políticos, sociais e culturais ( este último é o resultado "irracional" da separação entre cultura e natureza). Pagaremos caro por isso, alguém ainda duvida?!! 

Nas esferas supracitadas, a maior parte da Humanidade, apenas opina,  que o capitalismo é o melhor modo de produzir e de gerar riquezas, todavia, não questiona que tal sistema também é o responsável por destruir o planeta e acabar com os recursos naturais, inclusive, o mais importante deles: a água, mais preciosa do que diamantes. Alguém já viu  um capitalista rico comer diamantes? São muito duros,  não é mesmo?!!!! A ideologia capitalista  dominante "demoniza" outras alternativas de o homem viabilizar a salvação do planeta. Palavras como "socialismo", "comunismo", "anarquismo" são vistas como ideologias obsoletas, ultrapassadas e sem futuro. O que temos visto no sistema capitalista atual (presente) é o ideal para o futuro das próximas gerações? Duvido. 

Afinal, o planeta é de quem? É da Humanidade ou de uma parte irrisória dela, mas que manda e desmanda, porque detém a última palavra sobre a política, a economia, a sociedade e a cultura, mormente, porque faz isso por intermédio de um poder muito importante: os meios de comunicação, e a força bruta,  se necessária...

O capitalismo existe em nível planetário e ele não cumpriu as promessas do "sonho americano" para todos, pelo contrário, causou fome e miséria para bilhões de pessoas. Quanto ao socialismo, a meu ver, nunca houve, pois desde quando ele foi uma conquista planetária? Ficou restrito a alguns países e mesmo assim que sofreram retaliações e sanções econômicas graves. Como poderiam obter "sucesso"? O comunismo é uma utopia, porque precisa da primeira etapa, o socialismo, que em tese,  seria uma transição,  cuja finalidade é a extinção estatal e a cooperação econômica entre os "trabalhadores livremente associados". O anarquismo é interessante, entretanto, tão utópico quanto o comunismo, pois é difícil imaginar como seria uma sociedade anárquica em nível planetário. Insisto em referir-me numa situação global, pois é onde o capitalismo chegou e não resolveu os graves problemas da Humanidade. Como resolveria, se ele é ontologicamente desumano?

Não se deve ser hipócrita e preconizar que não se gosta do conforto capitalista. O problema não está no conforto, mas no excesso dele. É um buraco sem fundo, pois tudo torna-se obsoleto, rapidamente. Talvez uma alternativa a médio prazo fosse a socialdemocracia - não a de um partido político no Brasil que tem o nome deste sistema-, mas a união de alguns princípios capitalista e do socialismo. A dificuldade aqui é como colocar limite à produção e ao consumo de mercadorias e serviços, além, evidentemente, do cassino global, também conhecido como Bolsa de Valores ou capitalismo financeiro. 

Conclusão: ou aprendemos a ter o planeta como horizonte, ou vamos todos sucumbir à ganância!! A escolha é nossa...Tenho inveja do instinto animal. Ainda bem que eles não são "racionais"...



TEXTO: Marco Aurélio Machado





domingo, 31 de maio de 2015

ONTOLOGIA

Pretendo, neste texto, escrever sobre um tema filosófico da maior relevância, e, mais uma vez, sem fazer  consultas. Penso que assim fico mais à vontade e reafirmo a proposta deste blog,  de trazer a Filosofia para o cotidiano, logo, longe do academicismo que, quase sempre, não articula teoria e prática.  A ontologia foi esquecida durante muito tempo,  por boa  parte  dos filósofos,  principalmente, na Filosofia Moderna,  quando houve um deslocamento da ontologia para a epistemologia  mas,   que,  na  Filosofia Contemporânea,  voltou a ser debatida.


Mas o que é ontologia? Não tenho condições de fazer uma História da Filosofia e explicitar,  em minúcias,  um dos temas filosóficos mais difíceis.  Portanto, vou apenas "roçar" de leve o assunto,   para que os interessados tenham uma ideia e possam investigar a respeito de um tema tão complexo. A ontologia, numa definição bem simples, é a parte da Filosofia que estuda o ser da forma mais geral possível. Todavia, não devemos confundir o "ser" como  verbo,  pois aqui ele deve ser compreendido como substantivo.


Há um outro problema: reportar-se ao "ser" é algo  abstrato;  por exemplo, quando pergunto sobre o que é a "verdade",  este conceito diz respeito ao "ser",  mas como descrever a "beleza" sem me dirigir a algo belo? Em vez de usar o conceito abstrato de "verdade", é mais simples definir o que é  o"verdadeiro".  Ao insistir na pura abstração nos perdemos em devaneios insolúveis. Por outro lado, quando questiono o que é  o "verdadeiro", refiro-me a algo particular, concreto, enfim, estou dizendo sobre aquilo que tenho contato ou que posso  pensar sobre ele de alguma forma, ou seja, refiro-me ao "ente". O ente pode ser uma pessoa, uma árvore,  uma pedra,  um pensamento,  uma possibilidade, entre outros.


A ontologia preocupa-se com inteligibilidade  do "todo",  aquilo que é comum a todos os entes, e as suas possíveis conexões.  Ela quer compreender o que "é"o que "é",  o porquê existe este mundo e quais são as entidades  mais simples e primitivas que constituem a estrutura da realidade . É evidente que não existe apenas uma explicação ontológica. Há muitas divergências entre os filósofos. Desde aqueles que negam a possibilidade de uma ontologia, porque, para tais filósofos, as ciências já estudam os objetos particulares e concretos, até os filósofos que, no século XX,  tentaram reduzir a Filosofia a uma simples análise da linguagem. O Positivismo, por exemplo, é uma destas correntes que rejeitam a ontologia, todavia, não percebem que fazem uma ontologia empobrecida, afinal,  como podem dizer algo sobre o mundo e as entidades que estão nele e, portanto, existem? Se não existissem, como fazer ciência? Sobre o nada? Mas o nada também é um assunto ontológico!!! Logo...


A ontologia faz um esforço enorme para compreender a relação, a duração, a identidade, a liberdade, o tempo, o espaço, a substância, os predicados, as categorias como qualidade, quantidade,  modo,  possibilidade, etc.


Eis alguns problemas colocados pela mais universal e abstrata das disciplinas  da Filosofia. Não é nada fácil dizer sobre a inteligibilidade deste mundo e de outros mundos possíveis.  Esta discussão existe desde os "pré-socráticos", e, até o momento,  não chegou-se  num consenso entre as diversas doutrinas filosóficas. Espero que compreendam o caráter superficial deste texto. Ele não tem a intenção de esgotar o assunto, mesmo porque, penso que se eu dedicasse a minha vida toda a estudar só tal disciplina, ainda, assim, ficaria apenas na superfície deste imenso oceano: A ONTOLOGIA.




TEXTO: Marco Aurélio Machado