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terça-feira, 30 de junho de 2015

DILEMAS DA "ESPÉCIE HUMANA"

O "ser humano" sempre teve muitos dilemas, principalmente, no que tange à sobrevivência. O homem primitivo tinha compromisso com carências básicas, porém, naturais e necessárias. Na História da Filosofia, particularmente, no Helenismo, vemos que o filósofo do jardim, Epicuro, já nos alertava para termos uma vida simples...Sem dizer,  outras orientações preciosas de filósofos e sábios de todos os tempos, portanto, as desculpas são desnecessárias.

No decorrer da História, tivemos muitos "progressos" para facilitar a vida do homem. Desde a criação intuitiva de objetos pontiagudos para resolver situações práticas do cotidiano à invenção da bomba atômica e dos foguetes espaciais.

O homem criou e destruiu muitas coisas, afinal trata-se de um ser "racional", "inteligente". O único ser conhecido, pois não sei se existe no Universo, comprovadamente, outros seres com tal capacidade. Acredito que sim, mas crença, apenas, não é um fato. 

Dos dilemas que a "espécie humana" criou, porque não se trata dos desafios da natureza (como terremotos, maremotos, tsunamis, tufões, furações, entre outros) , os piores são os econômicos, políticos, sociais e culturais ( este último é o resultado "irracional" da separação entre cultura e natureza). Pagaremos caro por isso, alguém ainda duvida?!! 

Nas esferas supracitadas, a maior parte da Humanidade, apenas opina,  que o capitalismo é o melhor modo de produzir e de gerar riquezas, todavia, não questiona que tal sistema também é o responsável por destruir o planeta e acabar com os recursos naturais, inclusive, o mais importante deles: a água, mais preciosa do que diamantes. Alguém já viu  um capitalista rico comer diamantes? São muito duros,  não é mesmo?!!!! A ideologia capitalista  dominante "demoniza" outras alternativas de o homem viabilizar a salvação do planeta. Palavras como "socialismo", "comunismo", "anarquismo" são vistas como ideologias obsoletas, ultrapassadas e sem futuro. O que temos visto no sistema capitalista atual (presente) é o ideal para o futuro das próximas gerações? Duvido. 

Afinal, o planeta é de quem? É da Humanidade ou de uma parte irrisória dela, mas que manda e desmanda, porque detém a última palavra sobre a política, a economia, a sociedade e a cultura, mormente, porque faz isso por intermédio de um poder muito importante: os meios de comunicação, e a força bruta,  se necessária...

O capitalismo existe em nível planetário e ele não cumpriu as promessas do "sonho americano" para todos, pelo contrário, causou fome e miséria para bilhões de pessoas. Quanto ao socialismo, a meu ver, nunca houve, pois desde quando ele foi uma conquista planetária? Ficou restrito a alguns países e mesmo assim que sofreram retaliações e sanções econômicas graves. Como poderiam obter "sucesso"? O comunismo é uma utopia, porque precisa da primeira etapa, o socialismo, que em tese,  seria uma transição,  cuja finalidade é a extinção estatal e a cooperação econômica entre os "trabalhadores livremente associados". O anarquismo é interessante, entretanto, tão utópico quanto o comunismo, pois é difícil imaginar como seria uma sociedade anárquica em nível planetário. Insisto em referir-me numa situação global, pois é onde o capitalismo chegou e não resolveu os graves problemas da Humanidade. Como resolveria, se ele é ontologicamente desumano?

Não se deve ser hipócrita e preconizar que não se gosta do conforto capitalista. O problema não está no conforto, mas no excesso dele. É um buraco sem fundo, pois tudo torna-se obsoleto, rapidamente. Talvez uma alternativa a médio prazo fosse a socialdemocracia - não a de um partido político no Brasil que tem o nome deste sistema-, mas a união de alguns princípios capitalista e do socialismo. A dificuldade aqui é como colocar limite à produção e ao consumo de mercadorias e serviços, além, evidentemente, do cassino global, também conhecido como Bolsa de Valores ou capitalismo financeiro. 

Conclusão: ou aprendemos a ter o planeta como horizonte, ou vamos todos sucumbir à ganância!! A escolha é nossa...Tenho inveja do instinto animal. Ainda bem que eles não são "racionais"...



TEXTO: Marco Aurélio Machado





domingo, 31 de maio de 2015

ONTOLOGIA

Pretendo, neste texto, escrever sobre um tema filosófico da maior relevância, e, mais uma vez, sem fazer  consultas. Penso que assim fico mais à vontade e reafirmo a proposta deste blog,  de trazer a Filosofia para o cotidiano, logo, longe do academicismo que, quase sempre, não articula teoria e prática.  A ontologia foi esquecida durante muito tempo,  por boa  parte  dos filósofos,  principalmente, na Filosofia Moderna,  quando houve um deslocamento da ontologia para a epistemologia  mas,   que,  na  Filosofia Contemporânea,  voltou a ser debatida.


Mas o que é ontologia? Não tenho condições de fazer uma História da Filosofia e explicitar,  em minúcias,  um dos temas filosóficos mais difíceis.  Portanto, vou apenas "roçar" de leve o assunto,   para que os interessados tenham uma ideia e possam investigar a respeito de um tema tão complexo. A ontologia, numa definição bem simples, é a parte da Filosofia que estuda o ser da forma mais geral possível. Todavia, não devemos confundir o "ser" como  verbo,  pois aqui ele deve ser compreendido como substantivo.


Há um outro problema: reportar-se ao "ser" é algo  abstrato;  por exemplo, quando pergunto sobre o que é a "verdade",  este conceito diz respeito ao "ser",  mas como descrever a "beleza" sem me dirigir a algo belo? Em vez de usar o conceito abstrato de "verdade", é mais simples definir o que é  o"verdadeiro".  Ao insistir na pura abstração nos perdemos em devaneios insolúveis. Por outro lado, quando questiono o que é  o "verdadeiro", refiro-me a algo particular, concreto, enfim, estou dizendo sobre aquilo que tenho contato ou que posso  pensar sobre ele de alguma forma, ou seja, refiro-me ao "ente". O ente pode ser uma pessoa, uma árvore,  uma pedra,  um pensamento,  uma possibilidade, entre outros.


A ontologia preocupa-se com inteligibilidade  do "todo",  aquilo que é comum a todos os entes, e as suas possíveis conexões.  Ela quer compreender o que "é"o que "é",  o porquê existe este mundo e quais são as entidades  mais simples e primitivas que constituem a estrutura da realidade . É evidente que não existe apenas uma explicação ontológica. Há muitas divergências entre os filósofos. Desde aqueles que negam a possibilidade de uma ontologia, porque, para tais filósofos, as ciências já estudam os objetos particulares e concretos, até os filósofos que, no século XX,  tentaram reduzir a Filosofia a uma simples análise da linguagem. O Positivismo, por exemplo, é uma destas correntes que rejeitam a ontologia, todavia, não percebem que fazem uma ontologia empobrecida, afinal,  como podem dizer algo sobre o mundo e as entidades que estão nele e, portanto, existem? Se não existissem, como fazer ciência? Sobre o nada? Mas o nada também é um assunto ontológico!!! Logo...


A ontologia faz um esforço enorme para compreender a relação, a duração, a identidade, a liberdade, o tempo, o espaço, a substância, os predicados, as categorias como qualidade, quantidade,  modo,  possibilidade, etc.


Eis alguns problemas colocados pela mais universal e abstrata das disciplinas  da Filosofia. Não é nada fácil dizer sobre a inteligibilidade deste mundo e de outros mundos possíveis.  Esta discussão existe desde os "pré-socráticos", e, até o momento,  não chegou-se  num consenso entre as diversas doutrinas filosóficas. Espero que compreendam o caráter superficial deste texto. Ele não tem a intenção de esgotar o assunto, mesmo porque, penso que se eu dedicasse a minha vida toda a estudar só tal disciplina, ainda, assim, ficaria apenas na superfície deste imenso oceano: A ONTOLOGIA.




TEXTO: Marco Aurélio Machado

quarta-feira, 29 de abril de 2015

RENASCIMENTO

As pessoas geralmente "vivem"e dificilmente pensam sobre a morte. Refletir sobre a dita cuja então nem se fala...


Vivemos a nossa rotina diária quase que como robôs programados. Até que um dia...Zás!!! Eis a "vida" escapando...Um acidente, uma batida de carro, uma queda, entre outras possibilidades...Um AVC, um infarto, e pode ser o fim da dádiva da natureza: a vida, a loteria pouco provável do nascimento de um ser em geral e a do ser humano em particular...


Ninguém está "livre" das contingências e do acaso: ninguém...Quando os fatos acontecem há opiniões, explicações e crenças para todos os gostos. É a velha tentativa dos seres humanos em dar um "sentido", um "significado" à existência. Sempre foi assim, sempre será assim...
Infelizmente, quando as situações supracitadas acontecem conosco, a "ficha" custa a cair!! Temos a mania de pensar que as coisas ruins só acontecem com os outros.


Quando menos esperamos eis a "dona morte" com a sua "foice" a nos tocar o ombro e nos chamar...No meu caso em particular ela não tocou no coração: arrombou-o e fez um grande estrago, "matando" boa parte desta bomba que distribui sangue e oxigênio por todo o organismo...Eis um verdadeiro encontro com a morte: um infarto agudo do miocárdio grave, muito grave...


Um filme passou pela minha mente quando saiu o diagnóstico: "você teve um infarto". Uma sentença de morte? No meu caso, felizmente,  para a minha família, amigos e cadelinhas, foi um susto muito grande...Para mim,  a "certeza" que aconteceria um dia, talvez por isso eu ter a mania de me despedir das pessoas...Vá saber o porquê de comportamento tão estranho a um "cético"...


Os dias que passei no hospital foram de grande aprendizado para mim. Lá tive a companhia até de uma psicóloga. Gostava de "filosofar" com ela sobre a vida e a morte: complementos necessários à própria renovação da vida. Um dia ela me perguntou como eu lidaria com os meus fantasmas...No aconchego de um hospital, do nível em que fiquei, não havia assombrações e fantasmas, pois me sentia seguro. Respondi que só saberia lidar ou não com os meus receios e medos depois que ganhasse alta. A alta tornou-se a minha "liberdade" e a minha "prisão".


Para quem carrega um pedaço da morte dentro do peito ( necrose de boa parte do coração), vou tentar encarar os meus fantasmas de frente, mesmo sabendo que jamais serei o mesmo, nem do ponto de vista físico nem psicológico. Muitas coisas morreram dentro de mim, e pouquíssimas renasceram. Todavia, o que nunca morreu foi o imenso carinho pela família, alguns amigos,  amigas e as minhas cadelinhas...
Ainda não foi desta vez, senhora morte!! Pode ficar longe de mim por mais alguns anos...




TEXTO: Marco Aurélio Machado