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domingo, 11 de maio de 2014

O ESTADO E O PODER POLÍTICO!

Desde o nascimento da Filosofia,  por volta do século VI a.C, até os nossos dias, que os filósofos, cientistas políticos e sociólogos têm escrito, debatido e discutido sobre o Estado. O que é o Estado? Qual é a origem do Estado? Qual é a função do Estado? A serviço de quem está o Estado? Qual deve ser o tamanho do Estado? O Estado deve intervir na economia? Enfim, poderíamos fazer um texto só com perguntas a respeito do Estado. Entretanto, neste texto,  vou me deter em alguns aspectos bem gerais  com o intuito de provocar reflexões;  não tenho a intenção de ter a última palavra sobre o tema,  aliás, como em todos os outros textos que escrevi.

Em primeiro lugar, discordo do grande filósofo grego, Aristóteles, pois ele afirmava que os homens, naturalmente,  procuram se organizar e instituir o poder político,  para que a vida em sociedade seja possível. Ele cai numa contradição, afinal,  chamava de bárbaros,  os povos que não tinham tal organização. Ora, se o Estado fosse algo natural, todos os povos fariam o mesmo, inclusive, as tribos primitivas. Existiu, existe e existirá,  necessariamente,  a forma estatal nas sociedades primitivas? Duvido. Há outras teorias: origem divina, o contrato social, entre outras, contudo, como não faço consultas ao escrever, não procurarei entrar em detalhes sobre o fundamento do Estado.

A meu ver, o Estado, independentemente da sua origem, tem um papel na chamada luta de classes e na produção e reprodução da subsistência material da humanidade. Todavia, ele não é essencial, necessário, nem fruto de um decreto divino, caso contrário, as comunidades indígenas não produziriam coletivamente e dividiriam os bens produzidos para todos os membros da comunidade. Afirmar que são sociedades mais simples não é um argumento peremptório, porque, mesmo sendo sociedades primitivas,  valida logicamente e ontologicamente  a possibilidade de produção e  reprodução da subsistência humana, e retirando apenas o necessário para a sua sobrevivência.  Ou alguém vai dizer que os índios não são humanos?

Na verdade, o que perpassa a ideia de que o Estado é fundamental,  não passa de uma ideologia empobrecida,  pois se há algo fundamental,  ontológica na ação humana é a produção  material da vida. Sem ela não há ser humano e muito menos filosofia, ciência, religião, arte... Numa palavra: não há cultura, pois ninguém produz nada com a barriga vazia. Quem produz a riqueza? O povo!  Quem mais usufrui a riqueza produzida? Não seria, por acaso,  quem mais precisa da instituição estatal, mas  preconiza que o Estado não deve intervir na economia? O Estado não é sinônimo de poder político? E o poder político aparece num primeiro momento como a arte de resolver conflitos de classes por meio de representantes "legitimamente" eleitos pelo povo, mas o que a ideologia dos que "mandam," de fato,  oculta, é que o ESTADO é o outro nome da "força militar".

O Estado e o poder político são verso e reverso da mesma moeda. Para que precisamos da política? Quem mais precisa do Estado? Não seria, afinal, aqueles que preconizam que o Estado não deve se intrometer na economia? Política e economia estão separadas? Aqueles que detêm os meios de produção são os que mais necessitam do Estado. Comprova-se tal tese quando acontece uma crise financeira. Sem a ajuda estatal, como banqueiros e empresários irresponsáveis e falidos fariam? Se o Estado não deve intervir na economia, na hora das crises, também,  tal tese deveria ser verdadeira, não é mesmo? O discurso contra o Estado é só de fachada,   pois a doutrina de que a lei de oferta e procura regula tudo não passa de uma falácia.

O Estado é a condição ontológica para a existência do atual modo de produção no planeta, mas não foi, não é, e nunca será fundamental para que o ser humano possa resolver os seus dilemas e conflitos. Não estou defendendo nenhum modo de produção específico, contudo, aceitar os argumentos falaciosos de que o Estado que promove o bem-estar do maior número de pessoas possível, é paternalista,  já é demais...

Ser paternalista com banqueiros, empresários falidos, jogadores nas bolsas de valores no planeta, pode, não é?  Distribuir renda e promover o bem comum entre aqueles que realmente trabalham e produzem a riqueza material para a humanidade, não pode?

Concluo com a seguinte questão: POR QUE aqueles que normalmente são assalariados, mas que fazem parte da classe A e B no Brasil,  preconizam que o Estado brasileiro é paternalista, e que o povo deve trabalhar e não depender de esmolas, são os mesmos que geralmente não trabalham, dependem dos pais para tudo: estudam nas melhores escolas particulares, fazem viagens, cursos de línguas, intercâmbios, moram em palacetes ou edifícios de luxo? E em muitos casos, dependem do SUS e estudam nas universidades federais também, não é mesmo? Mais: muitos financiamentos para comprar imóveis e outros bens materiais são feitos por meio dos bancos estatais...Pois é!! Quem mais precisa do Estado e dos pais mesmo? Para os mais pobres, o trabalho; para os ricos e a classe média alta, o ócio,  para depois poderem mandar, inclusive, nos melhores cargos estatais...É ou não uma comédia?


Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO

domingo, 6 de abril de 2014

FRASES EXISTENCIAIS!!

Se uma pessoa tiver prazer em se vingar de mim,  psicologicamente, eu sugiro que dê a si mesma tal oportunidade. Eu prometo que farei o possível para não ter pena da sua tolice.

Eu não busco a felicidade, estou muito ocupado em observar as crianças...

Excesso de desejos tem o sabor amargo do sofrimento psicológico; a realização da maioria deles deixa marcas no corpo e na "alma". Mas não se preocupe: a cura talvez venha com a morte e ninguém viverá para sempre...

Há pessoas que diante de um espelho se acham maravilhosas; sonho com o dia em que a CIÊNCIA invente um espelho para que a pessoa observe a própria alma, mas antes deixe um psiquiatra de plantão!!

O homem não deve se "casar" apenas com um corpo, pois ele corre o risco de contribuir para que as palavras dignidade, ética, solidariedade, companheirismo e cumplicidade desapareçam dos dicionários.

O que é uma tempestade para você, pode ser apenas uma brisa para quem está acostumado ao sofrimento desde a mais tenra idade.

Se é que tive alguns momentos de lucidez, eles vieram na mais profunda angústia existencial...

Faça as suas escolhas sempre, mas quando as consequências vierem, tenha a dignidade de não solicitar a ajuda de quem foi vítima da sua liberdade de escolher: carregue a sua cruz de chumbo.

Construir a própria história pessoal é tão difícil quanto um cachorro deixar de "amar" o dono.

Não queira ser referência para ninguém, pois você despertará a imaginação da pessoa e ela o comparará aos deuses. O problema é que os deuses têm todos os defeitos humanos, afinal quem os criou foi o homem...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO



sábado, 15 de março de 2014

A ETERNIDADE E O TÉDIO!

A maioria dos seres humanos acredita numa alma imortal que supostamente transcenderá  este mundo temporal, logo, de transformações e mudanças, mas quantos  fizeram estas perguntas: existem a eternidade e uma alma? O que são,  respectivamente,  a eternidade e a alma?

O fato de uma pessoa acreditar não significa que ela saiba. Ela faz uma aposta que dê um sentido, um significado à vida dela, porém, o saber vai muito além de "explicações" religiosas de livros ditos sagrados, pois várias culturas têm os seus livros sagrados e cada uma quer ser a guardiã da palavra divina. Se existe um deus, em qual idioma ele se expressa? Livros sagrados já foram traduzidos desde tempos imemoriais para diversas línguas, e sabemos que nem sempre uma tradução é capaz de corresponder à ideia, ao significado, ao sentido de uma palavra. Os próprios hermeneutas não se entendem...A humanidade vai penar muito ainda para compreender o óbvio: somos ignorantes a respeito do próprio mundo físico, material, imagine a arrogância do entendimento  da palavra divina?

Viver  neste mundo espaço-temporal já é uma luta árdua...A certeza da morte alivia àqueles que têm uma concepção da finitude, já que morremos em vida aos poucos. Isto porque não temos certeza de nada que ultrapasse este mundo dos fenômenos. Este mundo se transforma pela ação do tempo, mas o que seria a eternidade? Uma crença, um conceito? A crença e o conceito correspondem à existência de uma eternidade? O que é ser eterno? Existir para sempre? Nunca morrer? Quem já experimentou isso? Ninguém! Se tivesse experimentado, não teria nascido, pois o que é eterno não nasce nem morre. O que é eterno não muda; não gera vida como a conhecemos, logo a eternidade, se existe, existe sem movimento, mudança e transformação.

Eis o tédio...Somos capazes de elaborar os conceitos mais profundos e refinados sobre a eternidade, mas incapazes de experimentá-la, afinal somos corpos físicos. Há pensadores que afirmam ser a eternidade um eterno presente; uma espécie de fusão com o Universo sem as lembranças do passado e as projeções futuras. Todavia, se isto for verdade, então só posso penetrar na eternidade por meio de um recurso material: o meu corpo. O que é uma suposta alma sem um corpo? Não sei. O que é "viver" numa dimensão eterna sem mutações?  Não sei.
A eternidade, por enquanto, é apenas uma crença religiosa ou um conceito metafísico. Se  "existe",  deve ser um tédio...


TEXTO: Marco Aurélio Machado

domingo, 9 de fevereiro de 2014

EXISTÊNCIA E INEXISTÊNCIA!

O ser humano geralmente passa pela vida  e nunca faz esta pergunta: onde eu estava antes de nascer? Entretanto, quase sempre faz este questionamento: para aonde vou quando morrer? Ele parte do pressuposto de que existia como um espírito, uma alma ou qualquer forma de energia vital antes do nascimento. Logo, se existia antes, viverá num corpo físico temporariamente neste planeta e, posteriormente,  voltará para uma suposta dimensão espiritual. E de acordo com a fé e a crença da pessoa, há muitas nuances. Desde o julgamento final,  passando pelo purgatório,  ou mesmo o castigo eterno no inferno.  Será?

Em primeiro lugar, os fatos mostram o seguinte: excluindo as doutrinas céticas radicais e apostando no naturalismo, temos um mundo físico do qual fazemos parte; percebemos que os seres vivos "morrem". Desde os mais simples micro-organismos até o homem, ou seja, o ente que além de conviver com a finitude, o aniquilamento de todos os outros animais e plantas, sabe que também morrerá. Pior: pode ser a qualquer momento. O que os fatos mostram? A morte do corpo físico. A certeza de que ao menos de um ponto de vista material o fim de tudo é inevitável. Adeus sorrisos, lágrimas, dores, afetos, amizades, ódio, rancor, amor. Enfim, é o desaparecimento da pessoa e da consciência exterior e interior.

Contudo, a maioria dos seres humanos se recusa a aceitar a morte como um fenômeno natural. Acredita que a consciência, a alma, o espírito sobrevive a destruição do corpo físico. Como podemos compreender tal tipo de crença? Afinal, o que sobrevive? O ego humano com os seus desejos, esperanças, medo do desaparecimento total? Por que deveríamos ter medo justamente daquilo que nos faz tanto mal? Continuar convivendo com o conjunto de toda a nossa história, psicologicamente,  é o outro nome do inferno, porém, se queremos continuar acreditando numa vida após a morte, não seria dar sequência a tudo o que nos permite alguns curtos momentos de felicidade e muito mais sofrimentos? O Eu, o Ego desejam a permanência, mas existe de fato a permanência neste mundo?

Tudo muda: o nosso corpo, a aparência, a forma de pensar, sentir e agir. Todavia, o desejo de permanecer na impermanência é um grande problema psicológico. Queremos levar para uma outra dimensão tudo isso que nos faz sofrer? Pior: nem temos certeza disso, apenas fazemos uma aposta. Penso que a morte é o desaparecimento de tudo. Assim como não temos a menor ideia de onde estávamos antes de nascermos, porque não podemos pensar o nada sem que existamos, aprendamos uma linguagem e então podemos perguntar pelo nada; assim também só podemos especular sobre o pós-túmulo. Há um desejo, uma crença, uma fé de que somos eternos.  

O fato é que não sabemos, mas queremos ser especiais diante de uma natureza que nos é indiferente. Se a natureza não se importa conosco, buscamos um ser superior que em tese poderia fundamentar as nossas crenças de permanência. Conclusão: esperanças, nada mais...


Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

VIDA E "ANO NOVO"!!




 Eu queria viver como tantos por aí. "Aproveitar" muito a vida, como a maioria gosta de dizer. Entretanto, viver para mim, é muito mais que os instintos; sei que sou um animal como qualquer outro da natureza, mas, diferente de outros animais, posso fazer escolhas. E os desejos que tenho, que não são poucos, passam por reflexões.

E é justamente uma boa reflexão que me faz perc
eber que sou muito mais do que um bicho, transcendo os meus instintos "naturais", mesmo à custa de algum sofrimento. Se viver é realizar todos os desejos possíveis, então não estou vivendo, pois tenho aberto mão de quase todos eles, porque sei que o prazer contém a dor. E mais ainda quando damos vazão aos nossos instintos, principalmente, àqueles que geram VIDA.

Penso que se realmente não valer a pena, se não houver ao menos uma "química" forte, é melhor se abster. Seres humanos não ficam no cio, caso vivessem nesse estado, bastaria ficar com o primeiro que a pessoa visse na rua: mas cada um tem que lidar com o seu "fogo infernal"...Observe a vida de quem o aconselha, mesmo que seja um poço de virtudes e não apenas uma montanha de músculos, a escolha é sua e as consequências também: NINGUÉM ESTÁ NA SUA PELE...

Devemos, sempre que possível, ser os senhores da situação, nem sempre conseguimos, todavia, o preço a pagar justifica o "viver" por "viver"? Bom, vou continuar não vivendo, se a maioria pensa que viver é o que temos por aí. Fazemos as nossas escolhas e somos os responsáveis por elas.

Escuto muitas pessoas, mas quem escolhe sou eu. E acho muito interessante escutar, mormente quando há lucidez, bom senso das pessoas que ouço. Melhor ainda quando há harmonia entre o que ouço e as atitudes das pessoas. Ninguém consegue tal harmonia o tempo todo: É DIFÍCIL, muito difícil, afinal, animais humanos se contradizem, o que é natural.

Diante do que foi exposto, neste pequeno texto, tal qual Sísifo, vou continuar rolando a minha rocha morro acima. Mas vou devagar, porque sei que se for muito depressa, as minhas viagens serão mais cansativas e dolorosas, porque a rocha cairá de novo. É o castigo dos deuses para Sísifo!! Para mim, basta o castigo da minha consciência, e nela não povoam deuses e crenças, pois não pode existir uma ética verdadeira, se o fundamento não for apenas a consciência humana.

Conheço tantos por aí, que oram, rezam, e vivem bem piores que eu; talvez seja pelo fato de acreditar que podem fazer o que quiserem, pois no último suspiro pedirão perdão a Deus e serão perdoados. Eu não posso contar com esse recurso... A minha consciência, na medida do possível, está leve. E a sua, está? PENSE NISSO para o "ANO NOVO". Contudo, como sou um cético, continuo sem muita esperança nesta espécie que também faço parte: o ser humano! O ser que diz ser racional, imagine se não o fosse? 




 TEXTO: Marco Aurélio Machado