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domingo, 9 de fevereiro de 2014

EXISTÊNCIA E INEXISTÊNCIA!

O ser humano geralmente passa pela vida  e nunca faz esta pergunta: onde eu estava antes de nascer? Entretanto, quase sempre faz este questionamento: para aonde vou quando morrer? Ele parte do pressuposto de que existia como um espírito, uma alma ou qualquer forma de energia vital antes do nascimento. Logo, se existia antes, viverá num corpo físico temporariamente neste planeta e, posteriormente,  voltará para uma suposta dimensão espiritual. E de acordo com a fé e a crença da pessoa, há muitas nuances. Desde o julgamento final,  passando pelo purgatório,  ou mesmo o castigo eterno no inferno.  Será?

Em primeiro lugar, os fatos mostram o seguinte: excluindo as doutrinas céticas radicais e apostando no naturalismo, temos um mundo físico do qual fazemos parte; percebemos que os seres vivos "morrem". Desde os mais simples micro-organismos até o homem, ou seja, o ente que além de conviver com a finitude, o aniquilamento de todos os outros animais e plantas, sabe que também morrerá. Pior: pode ser a qualquer momento. O que os fatos mostram? A morte do corpo físico. A certeza de que ao menos de um ponto de vista material o fim de tudo é inevitável. Adeus sorrisos, lágrimas, dores, afetos, amizades, ódio, rancor, amor. Enfim, é o desaparecimento da pessoa e da consciência exterior e interior.

Contudo, a maioria dos seres humanos se recusa a aceitar a morte como um fenômeno natural. Acredita que a consciência, a alma, o espírito sobrevive a destruição do corpo físico. Como podemos compreender tal tipo de crença? Afinal, o que sobrevive? O ego humano com os seus desejos, esperanças, medo do desaparecimento total? Por que deveríamos ter medo justamente daquilo que nos faz tanto mal? Continuar convivendo com o conjunto de toda a nossa história, psicologicamente,  é o outro nome do inferno, porém, se queremos continuar acreditando numa vida após a morte, não seria dar sequência a tudo o que nos permite alguns curtos momentos de felicidade e muito mais sofrimentos? O Eu, o Ego desejam a permanência, mas existe de fato a permanência neste mundo?

Tudo muda: o nosso corpo, a aparência, a forma de pensar, sentir e agir. Todavia, o desejo de permanecer na impermanência é um grande problema psicológico. Queremos levar para uma outra dimensão tudo isso que nos faz sofrer? Pior: nem temos certeza disso, apenas fazemos uma aposta. Penso que a morte é o desaparecimento de tudo. Assim como não temos a menor ideia de onde estávamos antes de nascermos, porque não podemos pensar o nada sem que existamos, aprendamos uma linguagem e então podemos perguntar pelo nada; assim também só podemos especular sobre o pós-túmulo. Há um desejo, uma crença, uma fé de que somos eternos.  

O fato é que não sabemos, mas queremos ser especiais diante de uma natureza que nos é indiferente. Se a natureza não se importa conosco, buscamos um ser superior que em tese poderia fundamentar as nossas crenças de permanência. Conclusão: esperanças, nada mais...


Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

VIDA E "ANO NOVO"!!




 Eu queria viver como tantos por aí. "Aproveitar" muito a vida, como a maioria gosta de dizer. Entretanto, viver para mim, é muito mais que os instintos; sei que sou um animal como qualquer outro da natureza, mas, diferente de outros animais, posso fazer escolhas. E os desejos que tenho, que não são poucos, passam por reflexões.

E é justamente uma boa reflexão que me faz perc
eber que sou muito mais do que um bicho, transcendo os meus instintos "naturais", mesmo à custa de algum sofrimento. Se viver é realizar todos os desejos possíveis, então não estou vivendo, pois tenho aberto mão de quase todos eles, porque sei que o prazer contém a dor. E mais ainda quando damos vazão aos nossos instintos, principalmente, àqueles que geram VIDA.

Penso que se realmente não valer a pena, se não houver ao menos uma "química" forte, é melhor se abster. Seres humanos não ficam no cio, caso vivessem nesse estado, bastaria ficar com o primeiro que a pessoa visse na rua: mas cada um tem que lidar com o seu "fogo infernal"...Observe a vida de quem o aconselha, mesmo que seja um poço de virtudes e não apenas uma montanha de músculos, a escolha é sua e as consequências também: NINGUÉM ESTÁ NA SUA PELE...

Devemos, sempre que possível, ser os senhores da situação, nem sempre conseguimos, todavia, o preço a pagar justifica o "viver" por "viver"? Bom, vou continuar não vivendo, se a maioria pensa que viver é o que temos por aí. Fazemos as nossas escolhas e somos os responsáveis por elas.

Escuto muitas pessoas, mas quem escolhe sou eu. E acho muito interessante escutar, mormente quando há lucidez, bom senso das pessoas que ouço. Melhor ainda quando há harmonia entre o que ouço e as atitudes das pessoas. Ninguém consegue tal harmonia o tempo todo: É DIFÍCIL, muito difícil, afinal, animais humanos se contradizem, o que é natural.

Diante do que foi exposto, neste pequeno texto, tal qual Sísifo, vou continuar rolando a minha rocha morro acima. Mas vou devagar, porque sei que se for muito depressa, as minhas viagens serão mais cansativas e dolorosas, porque a rocha cairá de novo. É o castigo dos deuses para Sísifo!! Para mim, basta o castigo da minha consciência, e nela não povoam deuses e crenças, pois não pode existir uma ética verdadeira, se o fundamento não for apenas a consciência humana.

Conheço tantos por aí, que oram, rezam, e vivem bem piores que eu; talvez seja pelo fato de acreditar que podem fazer o que quiserem, pois no último suspiro pedirão perdão a Deus e serão perdoados. Eu não posso contar com esse recurso... A minha consciência, na medida do possível, está leve. E a sua, está? PENSE NISSO para o "ANO NOVO". Contudo, como sou um cético, continuo sem muita esperança nesta espécie que também faço parte: o ser humano! O ser que diz ser racional, imagine se não o fosse? 




 TEXTO: Marco Aurélio Machado