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sexta-feira, 31 de julho de 2015

FRASES DA CONDIÇÃO HUMANA!

A felicidade é uma busca inútil, pois queremos que a realidade seja determinada por nós!!


Não confunda momentos "felizes" com o conceito de felicidade. Este é estático, aquele é dinâmico!!


O tédio é o amigo íntimo de um pensador.


A morte deve ser o fim de tudo, por isso nem devemos dizer que ela é o "nada", pois este 
depende do ser humano para poder ser pensado.


O homem é o maior aborto que a natureza já produziu, todavia,  a minha "felicidade" é saber que tal praga será extinta.


Os maiores canalhas que conheço acreditam em Deus, mas vivem como se "Ele" não existisse.


Os melhores seres humanos que conheço são céticos, ateus, agnósticos; fazem o bem e não esperam recompensas divina.


A angústia é o "parto" sem anestesia de um ser que sofre sem saber o motivo. E se você ouvir alguém que diz saber a sua causa, desconfie que seja um placebo psicológico.


A liberdade é amarga, mas é bem melhor que a doçura dos escravos das certezas...



A ilusão de ser especial é o orgasmo do idiota!!



FRASES: Marco Aurélio Machado

terça-feira, 30 de junho de 2015

DILEMAS DA "ESPÉCIE HUMANA"

O "ser humano" sempre teve muitos dilemas, principalmente, no que tange à sobrevivência. O homem primitivo tinha compromisso com carências básicas, porém, naturais e necessárias. Na História da Filosofia, particularmente, no Helenismo, vemos que o filósofo do jardim, Epicuro, já nos alertava para termos uma vida simples...Sem dizer,  outras orientações preciosas de filósofos e sábios de todos os tempos, portanto, as desculpas são desnecessárias.

No decorrer da História, tivemos muitos "progressos" para facilitar a vida do homem. Desde a criação intuitiva de objetos pontiagudos para resolver situações práticas do cotidiano à invenção da bomba atômica e dos foguetes espaciais.

O homem criou e destruiu muitas coisas, afinal trata-se de um ser "racional", "inteligente". O único ser conhecido, pois não sei se existe no Universo, comprovadamente, outros seres com tal capacidade. Acredito que sim, mas crença, apenas, não é um fato. 

Dos dilemas que a "espécie humana" criou, porque não se trata dos desafios da natureza (como terremotos, maremotos, tsunamis, tufões, furações, entre outros) , os piores são os econômicos, políticos, sociais e culturais ( este último é o resultado "irracional" da separação entre cultura e natureza). Pagaremos caro por isso, alguém ainda duvida?!! 

Nas esferas supracitadas, a maior parte da Humanidade, apenas opina,  que o capitalismo é o melhor modo de produzir e de gerar riquezas, todavia, não questiona que tal sistema também é o responsável por destruir o planeta e acabar com os recursos naturais, inclusive, o mais importante deles: a água, mais preciosa do que diamantes. Alguém já viu  um capitalista rico comer diamantes? São muito duros,  não é mesmo?!!!! A ideologia capitalista  dominante "demoniza" outras alternativas de o homem viabilizar a salvação do planeta. Palavras como "socialismo", "comunismo", "anarquismo" são vistas como ideologias obsoletas, ultrapassadas e sem futuro. O que temos visto no sistema capitalista atual (presente) é o ideal para o futuro das próximas gerações? Duvido. 

Afinal, o planeta é de quem? É da Humanidade ou de uma parte irrisória dela, mas que manda e desmanda, porque detém a última palavra sobre a política, a economia, a sociedade e a cultura, mormente, porque faz isso por intermédio de um poder muito importante: os meios de comunicação, e a força bruta,  se necessária...

O capitalismo existe em nível planetário e ele não cumpriu as promessas do "sonho americano" para todos, pelo contrário, causou fome e miséria para bilhões de pessoas. Quanto ao socialismo, a meu ver, nunca houve, pois desde quando ele foi uma conquista planetária? Ficou restrito a alguns países e mesmo assim que sofreram retaliações e sanções econômicas graves. Como poderiam obter "sucesso"? O comunismo é uma utopia, porque precisa da primeira etapa, o socialismo, que em tese,  seria uma transição,  cuja finalidade é a extinção estatal e a cooperação econômica entre os "trabalhadores livremente associados". O anarquismo é interessante, entretanto, tão utópico quanto o comunismo, pois é difícil imaginar como seria uma sociedade anárquica em nível planetário. Insisto em referir-me numa situação global, pois é onde o capitalismo chegou e não resolveu os graves problemas da Humanidade. Como resolveria, se ele é ontologicamente desumano?

Não se deve ser hipócrita e preconizar que não se gosta do conforto capitalista. O problema não está no conforto, mas no excesso dele. É um buraco sem fundo, pois tudo torna-se obsoleto, rapidamente. Talvez uma alternativa a médio prazo fosse a socialdemocracia - não a de um partido político no Brasil que tem o nome deste sistema-, mas a união de alguns princípios capitalista e do socialismo. A dificuldade aqui é como colocar limite à produção e ao consumo de mercadorias e serviços, além, evidentemente, do cassino global, também conhecido como Bolsa de Valores ou capitalismo financeiro. 

Conclusão: ou aprendemos a ter o planeta como horizonte, ou vamos todos sucumbir à ganância!! A escolha é nossa...Tenho inveja do instinto animal. Ainda bem que eles não são "racionais"...



TEXTO: Marco Aurélio Machado





domingo, 31 de maio de 2015

ONTOLOGIA

Pretendo, neste texto, escrever sobre um tema filosófico da maior relevância, e, mais uma vez, sem fazer  consultas. Penso que assim fico mais à vontade e reafirmo a proposta deste blog,  de trazer a Filosofia para o cotidiano, logo, longe do academicismo que, quase sempre, não articula teoria e prática.  A ontologia foi esquecida durante muito tempo,  por boa  parte  dos filósofos,  principalmente, na Filosofia Moderna,  quando houve um deslocamento da ontologia para a epistemologia  mas,   que,  na  Filosofia Contemporânea,  voltou a ser debatida.


Mas o que é ontologia? Não tenho condições de fazer uma História da Filosofia e explicitar,  em minúcias,  um dos temas filosóficos mais difíceis.  Portanto, vou apenas "roçar" de leve o assunto,   para que os interessados tenham uma ideia e possam investigar a respeito de um tema tão complexo. A ontologia, numa definição bem simples, é a parte da Filosofia que estuda o ser da forma mais geral possível. Todavia, não devemos confundir o "ser" como  verbo,  pois aqui ele deve ser compreendido como substantivo.


Há um outro problema: reportar-se ao "ser" é algo  abstrato;  por exemplo, quando pergunto sobre o que é a "verdade",  este conceito diz respeito ao "ser",  mas como descrever a "beleza" sem me dirigir a algo belo? Em vez de usar o conceito abstrato de "verdade", é mais simples definir o que é  o"verdadeiro".  Ao insistir na pura abstração nos perdemos em devaneios insolúveis. Por outro lado, quando questiono o que é  o "verdadeiro", refiro-me a algo particular, concreto, enfim, estou dizendo sobre aquilo que tenho contato ou que posso  pensar sobre ele de alguma forma, ou seja, refiro-me ao "ente". O ente pode ser uma pessoa, uma árvore,  uma pedra,  um pensamento,  uma possibilidade, entre outros.


A ontologia preocupa-se com inteligibilidade  do "todo",  aquilo que é comum a todos os entes, e as suas possíveis conexões.  Ela quer compreender o que "é"o que "é",  o porquê existe este mundo e quais são as entidades  mais simples e primitivas que constituem a estrutura da realidade . É evidente que não existe apenas uma explicação ontológica. Há muitas divergências entre os filósofos. Desde aqueles que negam a possibilidade de uma ontologia, porque, para tais filósofos, as ciências já estudam os objetos particulares e concretos, até os filósofos que, no século XX,  tentaram reduzir a Filosofia a uma simples análise da linguagem. O Positivismo, por exemplo, é uma destas correntes que rejeitam a ontologia, todavia, não percebem que fazem uma ontologia empobrecida, afinal,  como podem dizer algo sobre o mundo e as entidades que estão nele e, portanto, existem? Se não existissem, como fazer ciência? Sobre o nada? Mas o nada também é um assunto ontológico!!! Logo...


A ontologia faz um esforço enorme para compreender a relação, a duração, a identidade, a liberdade, o tempo, o espaço, a substância, os predicados, as categorias como qualidade, quantidade,  modo,  possibilidade, etc.


Eis alguns problemas colocados pela mais universal e abstrata das disciplinas  da Filosofia. Não é nada fácil dizer sobre a inteligibilidade deste mundo e de outros mundos possíveis.  Esta discussão existe desde os "pré-socráticos", e, até o momento,  não chegou-se  num consenso entre as diversas doutrinas filosóficas. Espero que compreendam o caráter superficial deste texto. Ele não tem a intenção de esgotar o assunto, mesmo porque, penso que se eu dedicasse a minha vida toda a estudar só tal disciplina, ainda, assim, ficaria apenas na superfície deste imenso oceano: A ONTOLOGIA.




TEXTO: Marco Aurélio Machado

quarta-feira, 29 de abril de 2015

RENASCIMENTO

As pessoas geralmente "vivem"e dificilmente pensam sobre a morte. Refletir sobre a dita cuja então nem se fala...


Vivemos a nossa rotina diária quase que como robôs programados. Até que um dia...Zás!!! Eis a "vida" escapando...Um acidente, uma batida de carro, uma queda, entre outras possibilidades...Um AVC, um infarto, e pode ser o fim da dádiva da natureza: a vida, a loteria pouco provável do nascimento de um ser em geral e a do ser humano em particular...


Ninguém está "livre" das contingências e do acaso: ninguém...Quando os fatos acontecem há opiniões, explicações e crenças para todos os gostos. É a velha tentativa dos seres humanos em dar um "sentido", um "significado" à existência. Sempre foi assim, sempre será assim...
Infelizmente, quando as situações supracitadas acontecem conosco, a "ficha" custa a cair!! Temos a mania de pensar que as coisas ruins só acontecem com os outros.


Quando menos esperamos eis a "dona morte" com a sua "foice" a nos tocar o ombro e nos chamar...No meu caso em particular ela não tocou no coração: arrombou-o e fez um grande estrago, "matando" boa parte desta bomba que distribui sangue e oxigênio por todo o organismo...Eis um verdadeiro encontro com a morte: um infarto agudo do miocárdio grave, muito grave...


Um filme passou pela minha mente quando saiu o diagnóstico: "você teve um infarto". Uma sentença de morte? No meu caso, felizmente,  para a minha família, amigos e cadelinhas, foi um susto muito grande...Para mim,  a "certeza" que aconteceria um dia, talvez por isso eu ter a mania de me despedir das pessoas...Vá saber o porquê de comportamento tão estranho a um "cético"...


Os dias que passei no hospital foram de grande aprendizado para mim. Lá tive a companhia até de uma psicóloga. Gostava de "filosofar" com ela sobre a vida e a morte: complementos necessários à própria renovação da vida. Um dia ela me perguntou como eu lidaria com os meus fantasmas...No aconchego de um hospital, do nível em que fiquei, não havia assombrações e fantasmas, pois me sentia seguro. Respondi que só saberia lidar ou não com os meus receios e medos depois que ganhasse alta. A alta tornou-se a minha "liberdade" e a minha "prisão".


Para quem carrega um pedaço da morte dentro do peito ( necrose de boa parte do coração), vou tentar encarar os meus fantasmas de frente, mesmo sabendo que jamais serei o mesmo, nem do ponto de vista físico nem psicológico. Muitas coisas morreram dentro de mim, e pouquíssimas renasceram. Todavia, o que nunca morreu foi o imenso carinho pela família, alguns amigos,  amigas e as minhas cadelinhas...
Ainda não foi desta vez, senhora morte!! Pode ficar longe de mim por mais alguns anos...




TEXTO: Marco Aurélio Machado

domingo, 29 de março de 2015

FILOSOFIA: UMA DISCIPLINA PARA A VIDA TODA

Se tem algo que me incomoda um pouco,  na sociedade, em geral, e, na escola,  em particular,  é o sentimento velado, portanto, implícito, sobre a "importância" da Filosofia, principalmente, no Ensino Médio. Evidentemente,  que as disciplinas da área de Humanas também sofrem preconceito, todavia, não se comparam à Filosofia.  Há uma espécie de deboche mascarado a respeito de tal disciplina: fato. Diante da situação supracitada, proponho, neste texto,  fazer uma análise e uma reflexão sobre o tema, afinal professores e profissionais da área precisam trazer à luz o que está oculto...


É importante relembrar aqui que a Filosofia é uma "senhora" idosa: existe desde o século VI a.C., só por isso, este texto já poderia ser concluído,  afinal,  a razão é histórica, foi inventada na Grécia, e a Filosofia é uma enciclopédia viva,  apesar de ter milênios de vida...Podemos dizer o mesmo de todas as outras disciplinas? Elas existiriam, se os gregos antigos não tivessem inventado a razão? Algum outro povo, contemporâneo dos gregos,  foi capaz de organizar o pensamento, sistematizar e abstrair conceitos,  muito além das "técnicas rudimentares" de outras "culturas" antigas? Basta refletir um pouco, para perceber o óbvio, mas quem se especializou numa determinada disciplina, quase sempre só vê a "realidade" de forma fragmentada; não tem uma visão de conjunto;  para simplificar a compreensão, vou ser bem didático: não percebe a totalidade da existência humana...


A pessoa que estuda Matemática e Física, por exemplo, as disciplinas mais valorizadas na sociedade capitalista contemporânea, mas que no Brasil são extremamente valorizadas,  apesar de que os professores que as lecionam não serem recompensados, financeiramente, por isso, são importantes até o estudante passar no "vestibular", no ENEM, ou se for fazer um curso superior que exija muito a presença de tais disciplinas. O mesmo se pode dizer em relação a quase todas as outras matérias, principalmente, as chamadas ciências naturais:  são necessárias até um certo ponto, depois depender-se-á da profissão que o indivíduo escolherá.


Entretanto, as disciplinas da área de Humanas são consideradas,  pela maioria, fáceis, quando,  não,  desnecessárias. Reflita sobre a ironia e o grau de ideologia e alienação a que estamos submetidos!! Seres humanos que dispensam a condição de humanos...


O que dizer, então, da Filosofia? Ela, só com muito esforço, poderia ser encaixada na área de Humanas, porque ela, além de poder ser interdisciplinar é, por natureza,  transdisciplinar. Ou seja, não tem um objeto específico,  mas contribui para que o saber não seja compartimentado, fragmentado...Ela "costura" uma percepção da realidade como um todo: enxerga além do horizonte, percebe o que está subentendido, implícito, e por isso traz à tona como os seres humanos poderiam ser mais "ricos". Não financeiramente, mas na relação com os seus semelhantes e com a natureza.


Filosofar deveria ser uma experiência ímpar na vida de uma pessoa, pois a Filosofia reflete, analisa, compara,  problematiza todos os objetos e saberes humanos. E ela está em toda parte, pois tudo é objeto da reflexão filosófica: a política, a ética, a arte, a religião, a ciência, o senso comum, o conhecimento, a lógica, a metafísica, a história, a cultura, e todas as demais práticas humanas.


A Filosofia só não é importante para quem abriu mão da autonomia e da liberdade para ser escravo da heteronomia e da manipulação. Estes estão a serviço dos deuses mitológicos do atual sistema escravagista do consumismo exacerbado e garantidor de uma felicidade até chegar a fatura do cartão de crédito. PIOR: quem mais fala mal da Filosofia são os que se acham adultos e esclarecidos, mas, que, na verdade, usam fraldas nos neurônios e não aprenderam a respeitar, por absoluta ignorância, a mãe de todas as demais disciplinas: A FILOSOFIA, O OUTRO NOME DA LIBERDADE...




Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O MITO DA "MERITOCRACIA"!!

Há uma discussão rasa,  preconceituosa, ideológica e alienada sobre a "meritocracia", principalmente, com o advento das reformas neoliberais no mundo, em geral, e, no Brasil, em particular. O mantra não vem de um místico, nem foi contemplado na metafísica platônica, por parte de algum capitalista "iluminado". Aliás, um capitalista iluminado existe? Acredito que sim!! Pelos holofotes em suas variadas formas: mídia, festas, badalação, ostentação...Depois? As trevas da alma!! Todavia, "a alma", neste contexto, não deve ser confundida com alguma substância eterna e imortal preconizada pelas religiões e " o esoterismo" dogmático.

A perplexidade só aumenta no atual sistema, pois a impressão que passa,  àqueles que têm uma percepção ampla da situação, é que há uma espécie de escatologia histórica e que o sistema capitalista de produção existe como se fosse o outro nome da História  e esta tem uma finalidade inexorável decretada por Deus!! Um Deus que estaria de acordo com a exploração e a opressão; com a destruição da criação, ou seja, a natureza?  Deus aceitaria a extinção da própria espécie humana por causa da ambição, ganância e egoísmo? Será? Duvido...

O maior problema é que a maioria das pessoas não desvela problema nesta concepção!! Enquanto o apocalipse não chega, podemos fazer deste mundo um "eterno" CARNAVAL!! Contudo, onde entra, neste texto,  a tal "meritocracia"? O que é meritocracia? O poder do mérito!! E de onde vem o mérito? Segundo a "nata" bem nascida,  sabe-se lá como, vence na vida quem é "esforçado", que estuda e trabalha duro"; que tem uma imensa "força de vontade"; que acredita em Deus e é abençoada por "Ele"; que a inteligência é apenas "inata", ou seja, está no DNA do indivíduo que nasceu para vencer, porque é merecedor!! Uma pessoa realmente inteligente acredita nisso? Duvido...

Evidentemente, que o esforço pessoal, a força de vontade, o estudo e o trabalho duro são essenciais para uma pessoa "vencer na vida". Mas,  não podemos esquecer,  que uma pessoa que nasceu numa família das classes com maior poder aquisitivo, tem muito mais possiblidade de garantir o "mérito". Senão, vejamos: a alimentação balanceada, o acesso à cultura: teatro, cinema, livros, intercâmbios, escolas particulares, aprendizado de línguas, maior preparo, por causa do sustento dos pais, que bancam os estudos nas melhores escolas públicas federais, inclusive, a extensão desses privilégios,  até mesmo nas melhores universidades do mundo, fará ou não,  alguma diferença?

Eis a prova cabal desta tese: basta supor a adoção, de algumas crianças pobres,  desde a mais tenra idade, por famílias abastadas. Elas teriam, ou não, mais chances de conseguirem a tal "meritocracia"? Usufruiriam o conforto e as benesses, incluindo, além do supracitado, as diversas influências: política, econômica, social e cultural. Se tais crianças nascessem e crescessem numa família pobre ou miserável, só com muita "força de vontade", todavia, esta é uma exceção e não uma regra, afinal o fundamento da MERITOCRACIA é o "berço" em que se nasce. Algumas pessoas conseguem fugir do destino de reprodução da pobreza, porém, não é fácil.


Conclusão: A MERITOCRACIA É UM MITO, uma ideologia que inverte a realidade, cujo objetivo é naturalizar o que é social, econômico, político, histórico e cultural. "Os denominados "coxinhas" não sabem disso, porque a alienação faz com que o sujeito não saiba a diferença entre ele e um objeto...Ele não pensa, é pensado!! A sua voz é um eco do que há de mais podre neste País: o ódio de ter que dividir o mesmo espaço com os sem quase tudo...


TEXTO: Marco Aurélio Machado





quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

REFLEXÃO SOBRE LIVROS DE AUTOAJUDA!!

Os denominados livros de autoajuda e aqueles "especialistas" que fazem das palestras sobre tal tema,  um meio de ganhar a vida, sobretudo os mais "famosos",  provavelmente,  não devem ter o que reclamar em termos financeiros, pois o mercado referente à autoajuda parece que aumenta na proporção que se aprofunda a depressão, a angústia, o vazio existencial e o desejo infinito de ser feliz das pessoas.


Estamos "vivendo" numa época em que trocamos a reflexão pessoal pela "sabedoria" superficial dos vendedores de soluções fáceis para a tal decantada "felicidade". O importante é ser feliz, mas não perguntamos, questionamos, indagamos ou problematizamos o que significa a felicidade. Substituímos um tempo, que deveria ser necessário para mergulhamos profundamente nas questões essenciais da existência,  para lermos livros e frequentar palestras  dos conselheiros de autoajuda,  de como devemos pensar, sentir e agir.


Em outras palavras, trocamos a autonomia pela heteronomia; a escolha pessoal pelas escolhas dos especialistas da "alma humana"; a liberdade pela suposta experiência de quem sabe o que é a vida e a felicidade. Será que tais livros e "especialistas" de autoajuda sabem mesmo o que é ser feliz e são felizes em ato e não apenas em potência, como talvez diria Aristóteles?
É difícil acreditar naqueles que preconizam soluções para todos os dilemas e sofrimentos da vida, vivam, de fato, a felicidade ditada em livros e em frases decoradas nas constantes palestras. Parece-me, para relembrar aqui o grande filósofo, Epicuro, que aquilo que não é natural nem necessário, não pode nos proporcionar alegria e uma vida digna, honrada e feliz.


Pelo contrário, a ânsia de fama, poder, glória e muito dinheiro são desejos artificiais que podem nos trazer muitas amarguras. Não seria justamente isso, que a sociedade do consumo faz apologia,  como a panaceia de uma vida feliz?


A meu ver, os livros de autoajuda deveriam ser "lidos" com uma lupa. Deveriam ser comparados com a biografia dos autores, porque parece-me que quem propõe soluções fáceis para os grandes desafios da existência,  quase sempre não consegue resolver os próprios problemas. Dizer o que o outro precisa fazer em tal e qual situação é uma coisa; colocar em prática as "teorias" (conselhos),  é outra muito diferente...


Além do mais, é preciso ter-se uma visão de conjunto da realidade humana, afinal as vicissitudes  pessoais estão num contexto mais amplo, não são apenas psicológicas: o homem é um ser econômico, religioso, cético, cultural, social, político, entre outros. Ao nos depararmos com livros de autoajuda e especialistas da área, devemos nos perguntar: estes livros e as pessoas que os escreveram são sujeitos que escolhem e vivem a felicidade, ou estão mais interessados em serem escravos do dinheiro e são tão vazios e infelizes quanto a maioria das pessoas que os idolatram? É possível ser feliz sem saber o que é a dita cuja ou a felicidade só pode existir em ato,  neste sentido,  as crianças seriam os nossos melhores exemplos? Pois é...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO