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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

AMOR PELOS PONTOS DE ???? !!!!!! ...



Hoje quero fazer uma reflexão sobre os três pontos, a meu ver, mais importantes da linguagem humana escrita, falada ou em forma de gestos: os pontos de ( ?, !, ...).
Há pessoas que passam pela vida e quase nunca utilizam esses verdadeiros "sinais" inventados pelo homem. A maioria gosta mesmo é do ponto final (.) e dos dois pontos (:). Afirmam e negam premissas baseadas no senso comum, no ouvir dizer, nas fofocas, nos discursos das "autoridades": políticos, cientistas, padres, pastores, professores, enfim, em supostos proprietários do "saber". Fazer perguntas, indagar, questionar é sinônimo de chatice, de querer ser o "dono" da verdade, de curiosidade inútil...É uma espécie de tabu para quem encontrou a verdade: "DOS OUTROS"!!!!!

Quantas pessoas tenho encontrado pela vida que baseiam o seu "conhecimento" em livros escritos por "especialistas, sagrados, pessoas de renome, autoridades, doutores, pós-doutores? Evidentemente, é impossível que uma pessoa possa descobrir sozinha  teorias,  fatos científicos e demais áreas do conhecimento humano. A maior parte do que sabemos é de "segunda mão". Contudo, quem é a referência neste mundo para nos dizer que tem a última palavra sobre quaisquer assuntos?

Podemos não saber as respostas para a maioria dos nossos questionamentos, e a famosa frase de Sócrates já nos alertava: "SEI QUE NADA SEI". Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe que há uma contradição com a frase supracitada, mas tal contradição é lógica. A linguagem humana gera muitos paradoxos dessa natureza, e quem não estiver atento para isso, confundirá o conceito de fome com a fome real. Bom, mas quem quiser mergulhar nessas discussões lógicas, fique à vontade. O compromisso deste autor e deste blog,  é trazer a Filosofia para o cotidiano, para a vida comum dos homens. Aqui não há muito interesse por uma grande erudição, repetir tal qual um papagaio o que os outros disseram, mas usar a linguagem para resolver problemas práticos. Alguma coincidência com o livro "INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS",  de Wittgenstein?

É muito importante, numa época em que as pessoas usam de artimanhas e recursos para a persuasão, analisar as frases e atitudes com muito cuidado. Uma pessoa não precisa ser paranóica, mas perguntar, espantar-se, e evitar o ponto final (.) e os dois pontos (:), como se fossem verdades divinas,  evitará muitos problemas na vida...
Particularmente, gosto muito de observar discursos, atitudes, me espantar e me admirar com coisas simples, fazer perguntas "inocentes", contemplar coisas e situações de um ponto de vista amplo. Talvez seja por isso que eu goste de ter uma visão de conjunto das coisas; relacionar aquilo que aos "olhos" do leigo está fragmentado, separado...

Ao escrever este texto, me lembrei da minha mãe...Desde criança fazia muitas perguntas a ela. PIOR: não ficava satisfeito com quaisquer respostas. Será que me apaixonei pela Filosofia por causa disso??? Quem sabe!!! Quem sabe...

TEXTO: Marco Aurélio Machado

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CARTA A UM AMIGO IMAGINÁRIO!

Uma das formas de escrever textos filosóficos é por meio de cartas. Hoje vou escrever uma carta para um "amigo imaginário". Nada como uma boa reflexão sobre a vida para o fortalecimento do espírito ( nada a ver com a dimensão religiosa, espiritual), afinal, refiro-me ao intelecto, à consciência de ser e estar no mundo...

Sabe, "amigo imaginário", durante a sua existência neste mundo, você teve muitas experiências: como todo ser humano, muitas foram agradáveis, mas os maiores desafios que você enfrentou, deixaram marcas profundas. Quando se é criança,  somos conduzidos pelos adultos. O problema é que há adultos e "adultos". Estas pessoas também têm uma história de vida; muitas foram vítimas da estupidez, da ignorância, que por sua vez...

Todavia, depois de uma certa idade, escolhemos grande parte do nosso "destino". Você sabe, "amigo imaginário", que a vida foi madrasta contigo. Evidentemente, que comparando a sua vida com a de  grande parte da Humanidade, a sua situação foi, e é ainda muito "boa". Mas, por favor, não me pergunte, por enquanto, o que é ser "bom", porque, hoje, o mais importante não é o conceito de bondade,  mas a sua condição de ter nascido sem saber o porquê...

Nesta vida, como o "amigo imaginário" deve saber, pagamos um preço por todas as nossas escolhas. Uma pessoa revoltada,  rebelde e questionadora incomoda...A sociedade e o sistema gostam das ovelhas, dos rebanhos, dos que dizem amém, dos que se ajoelham para garantir benesses milagrosas, dos hipócritas que vendem a alma aos poderosos que possuem uma conta bancária recheada, mas que não têm o poder sobre a própria vida. São escravos com máscaras de senhores e senhoras...

As pessoas livres, autônomas, independentes são ridicularizadas, mas os verdadeiros palhaços não sabem que o são,  porque o espelho deles é o outro nome do Photoshop. Vivem uma vida "rica", mas às custas de uma pobreza da liberdade. Sabe, "amigo imaginário",  essas pessoas nunca ouviram falar de um Diógenes, de um Epicuro. Elas precisam da riqueza material ou do desejo de adquirir muitos bens terrenos, porque na verdade,  no lugar de uma "alma" elas têm um buraco sem fundo. E o que não tem fundo, não pode ser preenchido...É o eterno buscador,  que não pode encontrar o que busca, pois não sabe o que busca. Logo, "amigo imaginário",  aquilo que o tolo busca, pode estar ao  lado, mas como se pode encontrar o que não se conhece?

Há pessoas que "juram" que o conhecem...Como estão enganadas!! Conhecem o espelho distorcido da própria imagem. Como a imagem é bonita na aparência e horrível na essência, projetam a sua carência nos outros, confundindo momentos de fraqueza, natural em todo ser humano autônomo,  e que enfrenta a angústia das suas escolhas, como se fosse uma necessidade que habita a pessoa desde a sua infância.  Nada mais falso.

Agora eu preciso ir, "amigo imaginário". Numa outra oportunidade, continuaremos o nosso diálogo...


TEXTO: Marco Aurélio Machado

sábado, 5 de outubro de 2013

FRASES "DOCES"!!

Há pessoas que dizem tantas mentiras, que quando falam a verdade,  a gente sempre pensa que é mentira;  e escutá-las com seriedade passa a ser uma comédia...

Não diga aos outros o que você não suportaria saber se a mesma frase fosse dita a você.

As sutilezas devem ser feitas pelos sábios, pois  o estúpido acreditará que pode iludir e continuar pensando que a confiança nele está intacta...

A maior comédia que faz a minha "alma" sorrir é a  do mentiroso que acredita no próprio engodo.

Há pessoas que se acham tão inteligentes para tentar enganar, mas não passam de idiotas por pensarem  que uma pessoa realmente inteligente acredita no seu teatrinho de gosto duvidoso!!

Não utilize a mesma técnica de sedução que você usa para lidar com um imbecil, e uma pessoa que é capaz de saber aonde você quer chegar, porque ela sabe que você cairá no abismo.

Os maiores idiotas que eu conheço sempre pensam que livros de autoajuda são a solução para resolver todos os problemas humanos.

Os maiores canalhas que eu conheço acreditam em Deus,  mesmo sendo fã das seduções diabólicas, e ainda rezam e oram e se sentem especiais aos "olhos" da divindade...

A única pessoa que tem obrigação de gostar de mim sou eu, afinal não sou proprietário dos pensamentos, dos sentimentos nem da vontade dos outros.

O filósofo sabe que sabe muito pouco; o imbecil sabe que é sábio, porque é iluminado por Deus!!!

O humilde que se acha humilde é o arrogante que não reconhece a própria arrogância.

Se você me acha arrogante, farei o possível para ser mais parecido contigo!!

Se a felicidade é algo interno, então esqueça os bens materiais, pois eles são externos e não contribuirão para preencher o seu vazio existencial.

A carência é a condição ontológica de todo ser que não é Deus...


TEXTO: Marco Aurélio Machado

sábado, 14 de setembro de 2013

A MORTE DO TEMPO!

Uma reflexão sobre a morte de todos os seres vivos da natureza não é um tema muito agradável de abordar, principalmente, numa época que cultua e desfruta  objetos, que além de não terem vida, são descartáveis antes de poderem ainda ser utilizados por algum tempo.

Apesar de ser extremamente preocupante a situação supracitada, há algo pior. O homem, que já foi definido como animal racional, simbólico, econômico, político, cultural, social, histórico, entre outros conceitos;  acredita-se que ninguém tenha a última palavra sobre o assunto, pois uma definição essencial, metafísica, portanto, eterna,  pode ser até bela, mas não retrata a época que estamos "vivendo", se é que podemos dizer que tenha algum ser humano vivendo de fato. Os animais vivem,  mesmo que não tenham consciência disso, entretanto, por paradoxal que seja, se prestarmos atenção aos demais seres naturais, aprenderemos muito mais com eles do que com a maioria dos seres humanos. Talvez seja por isso que algumas artes marciais foram desenvolvidas,  por pessoas que observaram por longos anos o comportamentos dos "seres irracionais".

Diante do exposto, vou definir o homem como o prisioneiro do tempo psicológico e o assassino do tempo  cronológico, ou seja, o tempo que é marcado pelo espaço: os ponteiros dos relógios provam tal tese...Até quando haverá relógios com ponteiros? Alguém sabe? Eu, como sempre, não sei...Já não basta ao homem ser o assassino de todas as demais espécies da natureza ( pode-se perdoar o filósofo francês, René Descartes? Afinal, por acaso, não foi o dito cujo quem disse que os animais não têm alma?) O interessante,  é que segundo ele,  o homem tem alma...e desde quando o homem deixou de assassinar o seu semelhante, inclusive, em nome de um suposto amor divino?

O homem é, então, o prisioneiro do tempo psicológico e o assassino do tempo cronológico. Prisioneiro, porque "tempo é dinheiro"; porque é "necessário" ter fluência em algumas línguas estrangeiras; porque é "essencial" ter músculos e um corpo padronizado pela ditadura da beleza; porque a felicidade humana é mensurada pela quantidade de bens materiais que se adquire; porque é preciso ter um tempinho para realizar múltiplas experiências sexuais, mesmo que sejam com vários parceiros e durem apenas quinze minutos; porque é fundamental ter um tempo para frequentar as igrejas,  para Deus abençoar às pessoas com bens materiais e perdoar os pecados pelo desejo de ter desejos estimulados pelo capitalismo; porque é preciso ter alguns minutinhos para tentar garantir uma vaga no paraíso...Mas não é só isso, mas isto: para quem não é espiritualista, há os novos templos e palcos. Shoppings, arenas, onde se jogam futebol, shows de artistas medíocres, mas que são transformados em deuses humanos, enfim, jogos e mais diversões para "matar" o tempo!!!

Infelizmente, ainda temos que nos referir ao tempo cronológico, que está intimamente relacionado ao tempo psicológico. Para começar,  não vai demorar e o atual modo de produção capitalista vai inventar um dia de 48 horas, porque só 24 horas está ficando impraticável!! O sistema precisa produzir num ritmo cada vez mais rápido, pois objetos descartáveis "têm vida útil escassa". "Vivemos" numa época em que a memória está sendo transferida para as máquinas, logo, matamos o passado, as lembranças, as memórias. Pior: como não temos paciência, não toleramos frustrações, porque o importante é não esperar e viver para o futuro em pleno período presente. Somos os assassinos do passado e do presente, mas queremos ressuscitar o que nunca morreu, ou seja, o futuro! Desejamos viver no futuro, justamente o tempo que não existe e nunca existirá, a não ser pela imaginação. Eis o homem!! O assassino do tempo que existiu e que existe agora e o inventor do futuro!! O inventor do "objeto inexistente...


TEXTO:  Marco Aurélio Machado

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

PROFESSOR OU EDUCADOR?

Observo, atento, há anos, um processo ideológico ocorrendo na educação por parte dos "pensadores da educação", os chamados especialistas. Confesso que quando ouço dizer que alguém é especialista numa determinada área, procuro observar com "olhos de lince" tais afirmativas. Nada contra o especialista em si, mas a carga ideológica implícita no conceito...

Parece-me também que ao chamar alguém de especialista, não nos damos conta da "falácia da autoridade", ou seja, passa-se a impressão "inocente"de que o especialista aprofundou-se tanto em uma área do conhecimento humano que os "leigos" devem estudá-lo, ouvi-lo, prestar atenção e reproduzir o discurso sem uma análise crítica ampla. Desconfio sempre do que não aparece como poder num primeiro momento, mas em nome de uma suposta "especialização," em vez de termos estudos sérios, tenhamos uma "autoridade" sobre o assunto. Assim, trocamos estudos científicos aprofundados, baseados na experiência, e generalizamos a ideologia de um determinado grupo como se fosse uma verdade inquestionável, porque a falácia da autoridade passa a ser a verdade. Quem nunca ouviu neste país? "Sabe com quem você está falando"?

Evidentemente, que não faço neste texto uma crítica generalizada sobre a especialização em si, mesmo porque em muitos aspectos ela é essencial. Questiono, sim, uma ideologia que se passa por ciência, cujo objetivo é ocultar e não desvelar,  interesses econômicos, sociais, políticos e culturais como se fossem tabus,  afinal, são teorias de especialistas na área, uma autoridade! 

Diante do supracitado,  tenho observado vários colegas de profissão que têm muito orgulho de dizer que são educadores. Participam de vários cursos, leem os grandes "filósofos da educação", encantam-se com as belas palavras encadeadas através de deduções lógicas impecáveis, mas quase sempre não se dão conta que a ideologia violentou a ciência. Principalmente, quando esses "especialistas" estão a serviço de algum governo que se preocupa mais com a quantidade do que com a qualidade do ensino.

Penso que é necessário tomar muito cuidado e não confundirmos a figura do professor com a de educador. Por quê? Porque o professor ensina, leciona, tem um compromisso de preparar aulas, corrigir provas, avaliações, testes, trabalhos, exercícios e demais rotinas da profissão. O educador, não, pois além de tudo o que foi mencionado acima, torna-se uma espécie de pai, mãe, irmão, babá, psicólogo, amigo, disciplinador, referência, enfim, uma espécie de ser mitológico supra-humano. E se o "educador" não fizer isso, a culpa é dele, e não do sistema educacional, ou seja, o "educador" é o bode expiatório ideológico para as mazelas da educação. E quem prepara a "teoria"? O especialista!!

De minha parte, prefiro dizer que sou um professor e um "educador complementar". Afinal, a educação informal, básica deve vir da família. O problema é que a família também está situada no contexto do capitalismo; é mais uma peça desta imensa engrenagem. Contudo, apesar das dificuldades, valores, princípios, regras, normas e virtudes devem começar no seio familiar. Como pode um jovem chegar à escola como se nunca tivesse ouvido um "não" na sua curta existência?

O discurso do talento, do dom, da profissão "nobre", da missão divina já está ultrapassado. O profissional da educação não é uma máquina de ferro e nem é filósofo estóico, para fazer um papel que ultrapassa a sua capacidade de ser um ser humano como outro qualquer. Portanto, reflitam sobre este assunto e procurem perceber que o conceito de "educador" é de uma responsabilidade enorme, tão grande que pouquíssimos profissionais têm conseguido carregar sem adoecer...Quem está numa sala de aula sabe disso na prática, afinal, apenas palavras bonitas não mudam a realidade nas suas várias dimensões...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO

terça-feira, 9 de julho de 2013

ÉTICA NO FACEBOOK!!

É muito comum nos debates e diálogos filosóficos a ideia de que um filósofo pensa os problemas e possíveis soluções da época em que viveu ou vive. Assim, o que não falta na nossa época é a importância da computação em geral e da internet em particular. Esta traz uma novidade que só o distanciamento no tempo será capaz de analisar: um "poder" jamais visto na História.
Apesar dos acontecimentos políticos e sociais que estão acontecendo no país, e da importância da reflexão sobre tal fato histórico inédito, neste texto eu vou escrever a respeito da ética e das prescrições morais no Facebook. Parece-me que a maioria gosta de Filosofia e ainda não sabe disso...

Há um outro dado importante que gostaria de salientar: as frases e textos que aparecem e que dificilmente constam os nomes dos autores das mensagens. Uma espécie de plágio "inocente"? Um espaço para demonstrar a inteligência alheia, mas usado como se fosse da pessoa que posta? Um ambiente paradoxal: distante e próximo ao mesmo tempo?  Um consultório psicológico coletivo? Uma farmácia de placebos de autoajuda e terapia virtual? Eis as redes sociais: o Facebook é a moda do momento, assim como o Orkut fora um dia. Até quando? Não sei, ninguém sabe...

A impressão que tenho quando leio frases, textos, mensagens, pequenos trechos de romances, lições e prescrições morais, é que a pessoa que as escreve é proprietária de todas as virtudes que preconiza aos leitores. Como nem sempre é possível comparar o discurso com a prática cotidiana das pessoas, ficamos do outro lado da tela admirando, criticando, nos emocionando, rindo, irados, desconfiados, enfim, aliviados ou mais entediados. Todavia, a nova "droga" continua nos viciando, pois quantas pessoas viram as madrugadas no Facebook?

Entretanto, há situações que chegam a ser hilárias. A pessoa escreve frases e a impressão que nos passa é de que existe uma divisão interna na sua personalidade, pois afirma algo categoricamente a respeito dos mais variados assuntos, principalmente, aqueles relacionados ao amor, contudo, após alguns minutos,  a mesma pessoa posta outras frases que contradizem as primeiras, demonstrando o quão o estado emocional dela está em conflito. Pior: na maioria das vezes são frases de outras pessoas e sem os devidos créditos.

Evidentemente, que o que escrevi aqui são impressões e interpretações pessoais. Não segui um método científico rigoroso e nem fiz estatísticas. A intenção foi apenas colocar neste texto algumas constatações divertidas e na medida do possível tentar compreender o tão rico universo psicológico do ser humano: o ser das contradições!!!


TEXTO: Marco Aurélio Machado

sexta-feira, 7 de junho de 2013

FRASES TÓXICAS!!

Intoxicar-se com o próprio veneno mental é desejar o sofrimento alheio e  morrer em vida...


Viver como um zumbi é o passatempo  preferido do alienado...


A ambição em excesso é o passaporte gratuito para o sofrimento, pois, quem ganha,  convive com o receio de perder, e quem perde, tem como companhia a culpa...


Procurar a felicidade nas distrações é como fazer comédia em grupo e lidar com a tragédia na solidão.


O assassino dos desejos será o carrasco de si mesmo, e aquele que realiza todos os desejos conviverá com o prazer e a dor até a morte.


A desgraça alheia parece satisfazer imensamente gente que não tem noção da própria desgraça!


A crença na riqueza fácil é a descrença na dignidade de si mesmo.


A ilusão de um prazer contínuo já é o sofrimento que consome a alma do tolo.


Viver é conviver com o tempo, conviver com o tempo é a certeza do aniquilamento de todas as coisas e situações...


A esperança em excesso é a paciência sem limite e o que não tem limite não tem amor próprio...



TEXTO:  MARCO AURÉLIO MACHADO






sexta-feira, 3 de maio de 2013

O CORPO!

O corpo humano é um dos assuntos mais polêmicos e paradoxais que o homem se depara. Ele é ao mesmo tempo cultuado e negado. Cultuado, na nossa época, que padroniza uma espécie de beleza universal, onde músculos misturam-se com silicones, anabolizantes e alimentos "saudáveis", e, por outro lado, negado e rejeitado como se fosse um fardo para as correntes de pensamento de cunho religioso e idealista. O corpo, neste sentido, passa a ser o "templo" da alma, do espírito, e que como tudo aquilo que existe no espaço e no tempo,  está fadado à mudança e ao desaparecimento.

Mas, afinal, temos um corpo ou somos o próprio corpo? O corpo é o responsável pela prisão de uma suposta alma ou espírito que o habita? Em caso de a resposta ser afirmativa, como comprovar a existência de uma alma ou espírito? Constatamos milhares, milhões de corpos humanos nas mais diversas relações: social, econômica, política, cultural, mas apesar de o homem estar sempre numa determinada situação e condição no mundo, não constatamos uma alma ou espírito o habitando.

Elaboramos crenças, temos fé que o corpo não passa de um recurso para a evolução de algum ser de natureza espiritual,  e que só está no plano terreno de passagem. A mensagem é: temos um corpo,  e numa linguagem filosófica, ele é mera aparência, pois a essência, esta sim, é imortal e eterna e vem de uma outra dimensão. A verdade? Apenas o desejo de ser especial e merecer residir num outro reino, em tudo diferente deste mundo de lágrimas, dores, sofrimentos, desesperos e injustiças, contudo, com alguns lampejos de alegrias e prazeres.  A rejeição de encarar a finitude e o nascimento aleatório é uma verdade muito dura para ser confrontada. O homem precisa de ficções e ilusões para poder suportar o fardo pesado de um corpo que envelhece, adoece e morre como todos os outros seres viventes da natureza. A ideia de ter um corpo, mas ser uma alma ou espírito, "alivia" a angústia existencial da companheira e ao mesmo tempo inimiga: a morte.

Na falta de uma prova peremptória, fico com a crença de que somos um corpo, e que a matéria foi capaz de, no decorrer de milhões de anos, formar desde corpos mais simples aos mais complexos, como é o caso do ser humano. É através do corpo que o homem se relaciona, produz e reproduz a sua existência material, tem experiências sexuais e, portanto, reproduz a sua espécie, escolhe e é determinado pelas circunstâncias também, trabalha e com isso transforma a natureza,  produzindo cultura, dá sentido e significado à sua vida, comete atos e é responsável por eles, sejam pela consciência ou pela força das leis.

É pelo corpo que o ser humano está no mundo,  ocupando mais do que um lugar no espaço, mas vivendo também a sua dimensão temporal. É o corpo de um bebê nascendo que, geralmente,  é fonte de uma das maiores alegrias que o homem pode vivenciar, mas é o mesmo corpo que não tem garantia de sobreviver neste mundo, pois a existência pode ser longa,  quanto extremamente breve. E seja a existência breve ou longa, a alegria do nascimento é substituída pela dor da morte e a certeza do aniquilamento de uma pessoa ou quaisquer seres viventes.

Nunca vi uma alma desvinculada de um corpo. Existe? Não sei. Eu até gostaria que existisse, mas entre a realidade que percebo e o desejo de que o mundo fosse diferente,  e a necessidade de o homem inventar, imaginar e especular a respeito de um mundo metafísico, nada mais é que um paliativo e a esperança de uma recompensa que possa fazer justiça aos infortúnios de quem "passa" por aqui, pois até mesmo essa passagem é muito improvável. Deste ponto de vista, ser um corpo é um privilégio, dependendo da concepção de cada um. A meu ver, sou um corpo e fico feliz por estar apenas de "passagem" por aqui, pois a perspectiva da eternidade me gera um tédio maior. Jamais morrer? Isto, sim, é angustiante...


TEXTO: Marco Aurélio Machado

terça-feira, 2 de abril de 2013

O QUE É O PENSAMENTO?




O homem é um ser que pensa, memoriza, imagina, visualiza, representa, abstrai, recorda, compreende intelectualmente, dentre outros processos criados pelo "pensamento". Usamos a palavra pensamento no cotidiano e dificilmente refletimos sobre o que ela significa. O que é o pensamento? Qual é a origem do pensamento? Qual é a função do pensamento?

O pensamento é algo difícil de ser definido. Ele é algo imaterial e, por isso, não ocupa lugar no espaço,  entretanto, ele percebe e reflete sobre o espaço, e no que se refere ao tempo, o pensamento humano situa o homem nas suas três dimensões: passado, presente e futuro. Tudo o  que há no mundo humano como produto cultural , antes de vir à existência,  estava presente enquanto ideia, pensamento,  na mente do homem. O pensamento distancia o homem dos objetos, ou seja, não há necessidade de haver algo concreto diante do homem para que ele possa saber do que se trata. O homem é capaz de lembrar, recordar, visualizar e imaginar aquilo que não está presente às suas impressões sensoriais.

Mas qual é a origem do pensamento? Penso que não há dúvida que o pensamento começa com as impressões sensoriais e com o aprendizado da linguagem em suas várias dimensões na vida em sociedade. O pensamento está em íntima conexão com a palavra em toda a sua riqueza: escrita, falada, gestual, etc.

A função do pensamento é dar ao homem a capacidade e a competência de usá-lo nas mais diversas circunstâncias e situações da vida. Ele não é bom e nem mau em si; mas é capaz de gerar obras nobres e também causar tragédias inimagináveis, pois quando recordamos o passado, por mais que pensemos nas catástrofes geradas pelo homem, nunca podemos afirmar peremptoriamente que a humanidade não será capaz de superar a sua capacidade de causar atrocidades em todos os níveis.

Todavia, é na vida pessoal que o pensamento costuma ser motivo de grandes alegrias, mas também de enormes tristezas e sofrimentos. O homem não é apenas razão enquanto poder de dominar sentimentos, emoções e a imaginação. Uma pessoa que conseguisse fazer uso apenas da sua razão  empobreceria a sua condição de ser humano. Por outro lado, alguém totalmente dominado pelas emoções, imaginação e sentimentos, seria um escravo de um verdadeiro caos interior.

Evidentemente, que o ideal é o equilíbrio dessas esferas que habitam a mente do homem, ou seja, nem a "frieza" racional nem a "fervura" emocional e sentimental. Como cada ser humano conseguirá realizar tal projeto é uma outra "história". O certo é que o pensamento é uma espécie de anjo ou demônio que reside na mente humana. E enquanto houver vida numa determinada pessoa, haverá paz ou guerra no íntimo de cada um. Eis o que é bendito e maldito no homem: O PENSAMENTO e a sua capacidade de construção e de destruição...Cabe ao homem carregar a sua cruz...


TEXTO: Marco Aurélio Machado




sexta-feira, 1 de março de 2013

A CARÊNCIA EXISTENCIAL

O homem é finito, contudo, dificilmente reflete sobre a sua situação no mundo como um ser que carrega no seu âmago uma carência ontológica,  e o desejo que ele tem de complementar tal falta com a angústia de uma busca incessante de preenchimento do nada que o habita.

O fato de ele ser finito,  quase nunca se torna um problema filosófico, visto que a maioria só se dar conta disso quando enfrenta uma crise, uma ruptura radical na monotonia do cotidiano, um fato inesperado que lhe tira o chão até então sólido.  A areia movediça e o abismo passam a ser algumas das suas escolhas...Todavia, mesmo diante do mais profundo desespero, quase sempre o homem recorre aos mais diversos paliativos para não ter que enfrentar a realidade de frente: bebidas alcoólicas, drogas, religião, amigos, astrologia, psicólogos e até mesmo supostos videntes do além-túmulo e do "futuro".

Refugiar-se em ilusões e em dogmas sobrenaturais que lhe prometem a infinitude e a eternidade é um "placebo" importante.
Entretanto, encarar a finitude, a consciência dos nossos limites e a certeza de que estamos atolados num tempo e espaço que não escolhemos e que a vala é o nosso destino, é o grande desafio e a noite negra em que todo ser humano deveria mergulhar. A consciência da finitude faria o homem repensar valores, práticas, regras e normas que não fazem o menor sentido...

Se  fôssemos eternos, talvez eu seria o homem mais ambicioso do mundo, mas que diferença fará daqui a alguns anos se fui famoso ou anônimo, rico ou pobre, bonito ou feio? Nenhuma. Escolher, porém, uma ética que fará de mim uma pessoa mais digna,  mesmo durante o curto período que estarei neste mundo, é, com certeza, uma escolha mais interessante. Não sabemos de outras realidades e dimensões espirituais, mas ninguém duvida de que alguém morre, é colocado no féretro,  e nos demais rituais humanos a respeito desta grande conhecida: a morte e um corpo cremado, enterrado ou jogado em qualquer lugar.

Infelizmente, a imensa maioria dos seres humanos passa pela vida sem fazer uma pergunta sequer sobre a carência humana. Mascaramos as nossas angústias com diletantismos de gosto duvidoso. 

Todavia, o difícil é perceber o buraco existencial e as dores deste mundo com dignidade. Neste sentido, um mergulho nas trevas da nossa "alma" pode ser um grande diferencial. Compreender que,  apesar da carência, da falta, do vazio, o homem pode distinguir o que é essencial para ele e o que é aparência. A primeira é escolher a liberdade e a autonomia, a segunda é fingir escolher e, assim, alienar a própria consciência, quase sempre com gente estúpida e que vive como um pé-de -quiabo...


Texto: MARCO AURÉLIO MACHADO









sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ESPERANÇA E DES(ESPERO)

Nas aulas de Filosofia, quando digo aos alunos que a esperança, ao contrário do ditado popular, deve ser a primeira a morrer e não a última, quase sempre vem uma avalanche de questionamentos e rótulos de que o professor de Filosofia é "doido". Estamos tão acostumados à aceitação sem crítica e reflexão dos ditados populares, que muitas vezes não percebemos o componente "ideológico" implícito em frases tão "ingênuas". E eu que cheguei a ficar farto do filosofar e, por um momento, queria me perder no senso comum...

É preciso ir além das aparências para perceber o que está oculto e torná-lo explícito. A esperança, tal qual o Mito de Sísifo, aquele que foi condenado, eternamente,  a subir com uma pedra enorme morro acima,  e quando chegava ao topo, a pedra caia,  e todo o trabalho teria que recomeçar. Penso que podemos fazer uma analogia entre a esperança e este mito grego tão rico de significado. 

A esperança, palavra bonita, mas que tomou um sentido cristão, não é tão inocente assim. A esperança está na temporalidade, pior, numa parte do tempo que é impossível viver: o futuro. Sísifo rola a pedra à sua frente, e num raciocínio de semelhança, a esperança está no futuro. Mas o futuro existe? O senso comum diz: "Quem espera sempre alcança"; " A esperança é a última que morre"; mas isto é verdade?  Não estou livre dessas armadilhas, mormente em alguns momentos em que abrimos mão da reflexão, mas quem vive de esperança, ou seja, quem espera do futuro, que é um tempo apenas imaginário, será um forte candidato à depressão e terá a tristeza como companhia. 

Penso que é justamente o contrário: quem espera, vai ficar esperando, e alcançará a ansiedade e dará asas à sua imaginação, esta "senhora" angelical e demoníaca que habita a mente humana. O recado da esperança é claro: "viva sempre o futuro e carregue o fardo pesado de viver num tempo que não existe". "Faça sempre o bem aqui e a recompensa virá com a salvação no paraíso". Alguém pode ser realmente "feliz" vivendo desta forma? A pessoa viverá atormentada pelos fantasmas da imaginação e nunca terá certeza se alcançará os seus desejos e objetivos. RESULTADO: SOFRIMENTO.

Por incrível que pareça, a palavra "desespero," na nossa cultura,  tem uma carga de negatividade enorme, mas poucas pessoas pararam para refletir sobre ela. Desesperar, a meu ver, não é o oposto da esperança apenas, mas significa não esperar por nada que esteja além do âmbito de domínio da pessoa humana. Há uma frase que eu penso ser de Sartre, mas não tenho certeza, que é a seguinte: "Fazer o possível, mas sem esperança". Em outras palavras, devemos agir, porque ao agir, escolhemos, mas se as coisas darão certo ou não, já é outra história. Desespero, então, é não esperar nada do futuro, do comportamento das outras pessoas, das suas pirraças, de toda situação externa à nossa mente. Há situações, ações e coisas que dependem de mim; infelizmente, a maioria delas não está sob o nosso controle. 

Desespero, portanto, é viver o presente, é não antecipar o futuro pela imaginação e não se culpar pelo passado. É fácil? Não, não é fácil. Vivemos numa cultura cristã e desde a mais tenra idade somos bombardeados com os dogmas cristãos. A palavra desespero para nós é uma espécie de tabu: não deve ser pronunciada. Todavia, se as nossas ações se mostrarem infrutíferas, na esperança de conquistar e reconquistar os nossos desejos, para o bem da nossa saúde mental, a palavra de ordem é "DESESPERO. (DES (ESPERO.) Os desejos são os vilões do sofrimento humano. E desesperar, não esperar, é o mesmo que não desejar. Desejar e conquistar nos dão sempre uma sensação boa, de poder, capacidade e competência, mas não existe desejo satisfeito sem dor. 

Estou ciente disso, pois sou humano. Mas "EU" ( outra ilusão) sei o preço de cada desejo "satisfeito". E quando embarco num desejo, estou convicto da dor que me espera. E o sistema capitalista sabe lidar bem com esta fraqueza humana, pois o próprio ser humano é, neste sistema, uma mercadoria temporária,  da esperança de que alguém o possua, posse esta, sempre ilusória...O que fazer?  Se sempre abrirmos mão, não viveremos; se sempre dermos vazão à satisfação dos desejos, sofreremos até a morte. Isto,  se a morte física por fim ao sofrimento. Para quem acredita que existe uma alma que habita o corpo físico, talvez a morte do corpo físico seja apenas o início dos sofrimentos da alma. Só não me perguntem como uma alma pode sentir dor sem um corpo...Os místicos adoram viajar nesses desejos e nas suas especulações, mas cada um tem o seu dicionário, que nunca tem o mesmo significado! E tome sofrimento...


Texto: Marco Aurélio Machado








quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

REFLEXÃO SOBRE O SER HUMANO!

No cotidiano,  nos deparamos com os mais variados conceitos e palavras. Reproduzimos-os como senso comum e,  por isso,  não paramos para refletir sobre a importância de lançarmos luz naquela que possibilita ao homem ser quem ele é de direito e de fato: a linguagem. Em vários outros textos que escrevi,  no meu blog, sempre refiro-me a respeito da importância do pensamento, da palavra e do conceito como condição de percepção e compreensão da realidade nas suas várias dimensões. E, portanto,  neste texto gostaria de tentar fazer uma conexão, uma ponte entre a linguagem e o ser humano, afinal é impossível darmos sentido e significado à vida e ao mundo,  sem a mediação dos pensamentos e das palavras como representações do universo humano.


Todavia, como já dissera em outros textos, o ser humano não existe como algo abstrato e, assim, pudéssemos nos livrar,  como num passe de mágica,  da sua situação concreta, existencial  e tendo como fardo um corpo,  que não apenas ocupa um lugar no espaço como os outros objetos,  mas percebe tal espaço, convive com outros e estabelece relações sociais de produção e reprodução da sua vida material e tem consciência da sua dimensão temporal. Isto significa que o homem coexiste consigo mesmo e com os seus semelhantes de uma forma contingente no espaço-tempo. É impossível conceber um sem o outro, pois estão intricados, relacionados e, com isto, estabelecemos uma relação de causa e efeito com o mundo.


Evidentemente, que tudo o que foi supracitado,  é belo,  e faz do ser humano, apesar da sua insignificância diante do Universo, um ser único e de uma certa forma especial. Contudo, paradoxalmente, o ser humano como ser belo e especial, também é um dos maiores abortos já gerados casualmente, aleatoriamente, pela "mãe" natureza. Em outras palavras, um ser capaz de construir e destruir com a mesma eficácia, eficiência, capacidade e "competência".


O pensamento, a palavra, o conceito como representações do mundo, da realidade fazem do ser humano a única espécie que vive no tempo e, com isto, relembra o passado, tem consciência do presente e projeta o futuro,  antecipando-o pela imaginação. O ser humano "controla" e manipula o seu meio ambiente da forma que lhe convier e quiser.


Todavia, um dos piores defeito humano,  é a arte de enganar o seu semelhante; mentir ou faltar com a verdade. O filósofo alemão, Kant, já dissera algo muito profundo sobre a importância da verdade e de como o homem deveria ser tratado como um fim em si mesmo e não um meio. Evidentemente, que a mentira é uma das formas de se usar uma pessoa como meio, portanto, a serviço dos interesses pessoais, e quem é usado fica carente da sua humanidade.


E, o que mais me entristece,  é o ser humano com toda essa capacidade, fazer um mau uso da palavra, palavra esta que o coloca numa posição de destaque na natureza e na cultura, mas ao mesmo tempo é a mesma que o que o faz rastejar na lama e ser pior dos que os vermes. Os vermes não têm culpa de ser vermes, mas o homem tem culpa de ser pior do que as víboras. Não sou religioso nem sei se existiu,  de fato,  um homem na História com o nome de Jesus, contudo, o mais importante foi a frase que a tradição lhe atribui: " O HOMEM É UMA RAÇA DE VÍBORAS". E digo mais: o ser humano é pior do que as víboras, pois estas não podem escolher, o homem, se não for vítima de nenhuma doença mental grave, pode fazer belas escolhas e assim contribuir para colocar a luz da razão e da ética a serviço da humanidade, usando, sempre que possível,  a VERDADE.


TEXTO:  Marco Aurélio Machado