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terça-feira, 14 de setembro de 2010

O MITO DO LIVRE-ARBÍTRIO

O livre-arbítrio é um dos maiores argumentos utilizados pelas pessoas de boa-fé ou má-fé para tentar explicar o mal que acomete os seres humanos. Todavia, uma pequena reflexão pode jogar por terra a tentativa de explicar o que não tem explicação.

A maioria das pessoas, para fazer predominar as suas crenças e opiniões infundadas, parece ter um certo horror à lógica, e muitas querem encarcerar deduções lógicas em prisões dogmáticas. Vejamos mais de perto o tão decantado argumento do livre-arbítrio e as contradições lógicas que insistem em desaprová-lo. Recorrer ao argumento do livre-arbítrio é o mesmo que dizer que somos livres e responsáveis pelos nossos atos e atitudes. Em primeiro lugar, qual é o livre-arbítrio que uma criança de cinco anos tem? E uma criança de dois anos? Um pai responsável seria capaz de colocar uma criança de dois anos num ônibus, para viajar para o centro de uma cidade grande? Por acaso, os seres humanos em relação a DEUS, não teriam menos de dois anos? Deus, por ser onisciente, já não sabia desde a eternidade o que um dos seus filhos faria? Se sabia, como poderia colocar à prova alguém cuja atitude já estava escrita? Se, por outro lado, Deus não sabia, como pode ser DEUS e onisciente? Parece o Mito de Adão e Eva. Deus já sabia que Adão e Eva pecariam. Se dissermos que não, então duvidaremos também da onisciência, onipotência e onipresença divina. Se sabia, não precisava experimentá-los, certo? A lógica é fria e não podemos colocá-la a serviço do nosso narcisismo divino...

O argumento do livre-arbítrio é totalmente contraditório. Uma criança de dois anos pode escolher não ser vítima de um pedófilo? Pode escolher não cair da sacada de um edifício? Quem poderia olhar por ela? Os pais? Mas os pais são imperfeitos, não são oniscientes, onipotentes e onipresentes. O único "pai" com todos esses atributos é o "pai" divino. Entretanto, é triste constatar que as crianças são vítimas de violências as mais variadas e, infelizmente, ainda não se viu intervenção do único ser que poderia fazer isso. Dizer que Deus deu livre-arbítrio para os seres humanos, é mais improvável do que afirmar que um pai responsável deixa um filho de dois anos viajar sozinho. Pior: o primeiro "pai' é DEUS, o segundo, um ser humano. Não tem o menor cabimento. Todavia, é nesse tipo de absurdo que as pessoas ingênuas querem nos fazer acreditar. A palavra é providencial: acreditar. Crença não é um fato, é apenas uma crença!

Essas pessoas não conseguem explicar quase nada, mas querem explicar a mente divina através de argumentos pueris, crenças e superstições. É o cúmulo da arrogância.

Eu poderia desenvolver este assunto com muitas e muitas páginas e demonstrar, cabalmente, que de um ponto de vista lógico o argumento do livre-arbítrio é fraco e infantil. Mas fico por aqui e espero ter contribuído para que as pessoas possam refletir sobre o assunto sem paixões, devaneios e piruetas acrobáticas que não explicam nada...

Texto: Marco Aurélio Machado