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sábado, 28 de novembro de 2009

Filosofia - Refutando Descartes

Quem pensa? Descartes dizia que era um "EU". Quem é o "EU"?

O "EU" é uma entidade que existe dentro do corpo físico?

O "EU" pensa o pensamento?

O "EU" identifica-se com o pensamento? Neste caso, o "EU" tem vários pensamentos?

O "EU" e o pensamento são a mesma coisa?

O "EU" pode sobreviver à morte do corpo físico? Um raciocínio lógico é suficiente para comprovar a continuidade da existência após a morte?

O "EU" continua pensando após a morte do corpo físico?

O "EU" poderia pensar se ficasse isolado e não tivesse contato com nenhuma sociedade ou cultura, ou seja, como pensar sem aprender uma linguagem que só é possível vivendo em sociedade?

SE PENSO, LOGO EXISTO, COMO EXPLICAR o caso de Amala e Kamala que foram achadas no meio de lobos e tinham todas as atitudes dos lobos? Comiam carne podre, lambiam a água, andavam de quatro e uivavam à noite? Elas não pensavam? Por que, sendo "humanas," desenvolveram todos os hábitos dos lobos?

O argumento acima prova que não é possível pensar fora da sociedade humana? Se Descartes vivesse entre os macacos, tal qual TARZAN, ele estufaria o peito e diria: PENSO, LOGO EXISTO? Por acaso, TARZAN teria forma humana, mas seria um macaco fazendo todas as macaquices próprias de tais primatas? Ele teria consciência de Deus a quem recorreu para sair da gaiola solipsista? Ele poderia acreditar em Deus? Se pudesse, por acaso, o seu Deus não seria a imagem e a semelhança dos macacos?

Se temos um "EU" diferente dos pensamentos e sentimentos, por que sofremos? Por acaso, não bastaria o "EU" não se identificar com os pensamentos e sentimentos e ficar livre das fobias, medos e neuroses?

Afinal, quem é esse "EU" de Descartes? Uma substância pensante? O que é uma substância pensante? Um nome? Uma alma? Uma parte da matéria mais refinada?

Se Descartes tivesse dor-de-dente e tomasse um analgésico, ele melhoria? O efeito do remédio seria na alma? Como pode a alma sofrer o efeito de um comprimido material? A mente não seria o próprio cérebro? E então?
Se a mente for a mesma coisa que o cérebro, como explicar o dualismo psicofísico de Descartes, ou seja, por que Descartes chegou à uma conclusão que ele não poderia provar empiricamente, experimentalmente?

A lógica cartesiana é perfeita, mas ela resiste aos fatos? Que fato? Que nunca se soube até hoje que alguém pudesse pensar fora da sociedade humana. Somos humanos porque vivemos e temos relações sociais, principalmente, as de produção econômica. Quem vive de barriga vazia sem produzir e conviver com outros seres humanos? Descartes conseguia fazer isso? Ele, então, não era humano? Será que era um ET?

O que eu disse: UM PEQUENO FATO PODE DERRUBAR UM CASTELO LÓGICO. É só conferir no outro tópico.

Quem tiver as respostas que me dê, porque até agora, não fui convencido de coisa alguma. Só falácias e sofismas baratos. Uma pena!!

Eu parto de uma premissa ONTOLÓGICA, não de uma premissa LÓGICA. O que faz o ser humano ser humano são as relações sociais, econômicas e culturais. Sem a humanização, que só pode se dar no convívio com outros seres humanos, não poderia haver as condições para que Descartes afirmasse o seu famoso COGITO, ERGO SUM. Sem produção da vida social, não há ser "humano" que pensa. Principalmente, logicamente. As meninas-lobo, Amala e Kamala foram encontradas na Índia, no início do século XX, no meio de lobos. Não tiveram a oportunidade de se humanizarem. Não tinham nenhuma emoção humana: não choravam, não riam e não falavam. Em compensação, andavam de quatro, lambiam a água, comiam carne podre e uivavam. Foram recolhidas para uma instituição social, mas não conseguiram sobreviver. Uma delas aprendeu um vocabulário básico de 50 palavras. Essa é a prova que sem vida em sociedade, não há pensamento e nem linguagem, mas há a existência delas comprovada por outras pessoas. Há pouco tempo uma pastora de ovelhas se perdeu, num país da Ásia e ficou 17 anos perdida na floresta. Parece-me, que esqueceu-se do próprio nome. Desumanizou-se totalmente. A lógica tem importância, mas ela não é mais real do que o mundo natural e cultural. O homem inventou a lógica, mas a lógica não criou o homem: A NATUREZA, sim, pois antes de o homem aprender a falar, quando ele ainda grunhia, ele precisava se organizar de alguma forma socialmente para produzir a sua subsistência material. Mais: a razão foi inventada pelos gregos, ela não é algo natural; é cultural e histórica. E não foi Descartes que a inventou, ele a pegou pronta.

Texto: Marco Aurélio Machado