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sábado, 29 de novembro de 2014

"ÉTICA CAPITALISTA" E PUBLICIDADE INFANTIL



O Brasil é um país capitalista. Partindo de tal pressuposto, quais seriam os limites e os critérios éticos para decisões importantes que destinam-se a um ser ainda em formação?
O assunto é polêmico, no entanto, numa sociedade que engatinha na democracia, não deve ser uma espécie de tabu. Afinal, se a publicidade e a propaganda estimulam desejos e necessidades artificiais nos adultos, é preciso imaginar e refletir sobre os efeitos nefastos na mente das crianças.


O público infantil será os jovens e os adultos de amanhã, ou seja, do futuro. O ser humano não é apenas um consumidor, um ator apenas econômico. Pelo contrário, é um ser cultural, social, político e, por isso, deve ter uma formação integral, uma visão holística e um sentimento de pertencimento a uma coletividade.


Todavia, para muitos cidadãos, pais, mães, entre outros, nem toda publicidade infantil é prejudicial. Há vários assuntos que são considerados proibidos ao público infantil por parte dos conservadores, que deveriam ser debatidos e discutidos numa sociedade pluralista como o é a brasileira. Assuntos polêmicos como a união homoafetiva, o respeito às crenças e descrenças religiosas, as cotas reservadas aos negros nos mais diversos espaços da convivência humana, a inclusão social e a participação política. Esta, talvez, seja a mais importante de todas, pois o poder político está em toda parte e a carta magna brasileira diz que "todo poder emana do povo". Logo, o debate sobre a publicidade infantil é muito importante para ser decidido por aqueles que teoricamente representam o povo: a classe política.


Portanto, numa democracia não apenas abstrata, mas substantiva e concreta, o tema da publicidade infantil é fundamental, porque uma criança não deve ter a concepção apenas de nascer, crescer, trabalhar, reproduzir e morrer. Uma compreensão mais ampla da vida e, principalmente, de que é necessário ter uma identidade, saber e agir para a preservação do planeta para as futuras gerações, e compreender mais tarde que a publicidade infantil não é boa ou má em si, embora possa ser utilizada para formar futuros cidadãos críticos e conscientes ou alienados a serviço de um consumo desenfreado e irresponsável.


P.S: O TEXTO SUPRACITADO FOI PENSADO E ESCRITO A PARTIR DO TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM DESTE ANO.
 


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO