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sábado, 29 de janeiro de 2011

CRÍTICA AO RACIONALISMO CARTESIANO!

Neste texto, gostaria de fazer uma crítica ao racionalismo cartesiano e a uma suposta linguagem privada que, infelizmente, ainda encontra defensores...

Descartes é um racionalista. Ele, depois de colocar tudo em dúvida, chega à conclusão que existe, porém, como RES COGITANS, como alma, como pensamento, como consciência, como EU, ou o nome que se queira atribuir às piruetas e acrobacias lógicas dele. O PENSO, LOGO EXISTO, é isto: existe apenas e tão-somente enquanto algo que está separado do CORPO FÍSICO. É como se a alma, o espírito, existisse fazendo presepada por aí, tal qual um fantasma. Não tem nenhuma correlação com o mundo material, carnal, corporal.

Quando ele percebeu que existia como um FANTASMA apenas, o que ele fez? Recorreu a Deus. Para quê? Para que Deus assegurasse a existência do mundo e o do próprio corpo de Descartes. Ora, para Descartes existiam ideias inatas que não dependiam de nenhuma experiência. Uma delas é a da perfeição divina e a sua infinitude. Só que ele está apenas num plano lógico, racional, idealista.

Ele inverteu tudo. O que eu questiono? Ele não poderia pensar sem um corpo físico; sem aprender uma linguagem; sem viver em sociedade, porque não há um EU que possa existir sem O OUTRO; sem intersubjetividade; sem relações sociais de produção, porque ninguém pensa de barriga vazia, certo?

Não é muito difícil refutar tal tese. Para isto, vejamos um pouco o EMPIRISMO. Qual é o lema principal do EMPIRISMO? "Nada existe na mente que antes não tenha passado pelos sentidos". Descartes desconfia dos sentidos, ora. Mas ele dependeu, para formular o COGITO, ERGO SUM, justamente daquilo que ele negava: O CORPO FÍSICO. Mais do que isso eu não posso ir. É preciso mergulhar nisso. Descartes e o raciocínio lógico são apaixonantes, tal qual Hegel também o é. Entretanto, ideias lógicas são apenas ideias. É uma inversão do mundo. Para mim, ele não provou coisa nenhuma. NADA. Apenas viajou em devaneios a priori e entrou na gaiola solipsista!

Nada em FILOSOFIA é óbvio. Se fosse, ela já teria acabado há tempos. Se ela existe desde o século VI a.C, é porque as diversas correntes filosóficas partem de questionamentos e premissas diferentes. Uma Filosofia perfeita, apenas num plano lógico, não serve para mim. A Filosofia só tem valor para mim se tiver relação com o mundo dos fenômenos e deve ser engajada nas diversas dimensões da vida política, econômica, social e cultural. É por isso que a tradição idealista de Platão, Descartes, Espinosa, Hegel, entre outros, para mim, não serve para nada.

O conhecimento deve ser práxis. Relação do sujeito teórico com a prática e relação da prática com o sujeito teórico. Uma aperfeiçoando a outra. Mas o sujeito só pode ser sujeito dentro de uma sociedade, pois não existe sociedade sem sujeito e vice-versa. INTERSUBJETIVIDADE HUMANA, no mundo natural, fenomenal. Aqui e agora; não no além-mundo e na esperança que se sustenta num tempo futuro. E tenho dito!!!


Texto: Marco Aurélio Machado