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terça-feira, 29 de junho de 2010

O QUE É A FELICIDADE?

O que é a felicidade? Sempre escuto alguém dizer: "Eu sou muito feliz"! Mas quase nunca escuto alguém perguntar: "O que é a felicidade"? Penso ser muito difícil responder tal pergunta e não sei se alguém tem respostas, mas de qualquer forma, às vezes, que não eu tive consciência da minha felicidade, percebi que era feliz em ato. Não há tempo e nem espaço. A ação da pessoa está focada num grande prazer, que, por incrível que pareça, as palavras não são capazes de descrevê-lo. Não há nada de místico nisso. É apenas uma constatação. Quantas vezes já ouvir alguém dizendo que era feliz e não sabia?

O que é a felicidade? Se não sei o que é uma coisa, como posso saber que tenho ou sou essa coisa? Estas questões me lembram a constante presença de Platão. A assombração de uma suposta alma que já vivera no Mundo das Ideias e que conhecera a felicidade. Como? Através do método dialético platônico, que preconizava a purificação dos erros e equívocos "fabricados" pelas nossas opiniões, para chegar ao mundo "verdadeiro". É a chamada Teoria das Reminiscências. A alma conheceu antes e, por isso, pode reconhecer...Mas não é sobre isso que quero escrever...

Outros dizem que são felizes, porque sentem a felicidade. O que é sentir a felicidade? Mas as coisas se complicam, pois outra pergunta continua a nos incomodar: "O que é o sentimento"? Vou tentar responder, todavia, não tenho a intenção de ter a última palavra sobre assunto tão espinhoso. Enquanto houver pensamentos dirigidos a um fim, não haverá felicidade. Uma criança é feliz em ato. Se você tem consciência da própria felicidade, então, não há felicidade alguma. Uma pessoa feliz não lembra do passado e nem antecipa o futuro. Ela vive num eterno presente. Não há pensamento e nem sentimento. Há somente o ato no presente. Nada mais!

Vou citar um princípio cristão, apesar de não ser religioso: " Se vós não voltares a ser como as crianças, não entrarás no Reino do Céus". Jesus Cristo. As crianças são puras, inocentes. Brigam e, logo em seguida, estão brincando. Não guardam mágoas. E não sabem o que é o egoísmo. Não sabem, porque agem e não ficam raciocinando sobre se agiram certo ou errado. É do ponto de vista de um adulto que as crianças ganham os rótulos. Elas simplesmente são o que são. Nunca querem ser o que não são. Depois que se vira adulto, isto por acaso acontece? Quantos são capazes disso? Eis a felicidade: a felicidade das crianças!

O mais engraçado disso tudo, é que ainda dizemos que é preciso educar as crianças. Deveríamos, isto, sim, sermos educados por elas...




TEXTO: Marco Aurélio Machado

sábado, 19 de junho de 2010

TEORIA DO CONHECIMENTO!

A Teoria do Conhecimento é a parte da Filosofia que faz uma reflexão a respeito dos fundamentos do conhecimento humano. Faz perguntas e procura respondê-las, mas, como sempre, em Filosofia, as perguntas não param. Penso que a Teoria do Conhecimento é a base da Filosofia. E há teorias divergentes sobre qual o filósofo ou corrente filosófica foram capazes de responder, peremptoriamente, à pergunta nuclear: " O que é o conhecimento"?

Os filósofos gregos antigos já diziam que o homem é um animal racional. Mas o que é ser racional? O homem pode conhecer alguma coisa com certeza? Alguns dizem que sim, outros, que não. Vamos, desde o ceticismo radical que nos leva fatalmente ao solipsismo, ao ceticismo relativo, que preconiza ser possível conhecermos algumas coisas. Temos filósofos e correntes filosóficas que são dogmáticos e, por isso, afirmam que é possível conhecer a "verdade". Há filósofos, por exemplo, crentes que a razão pode conhecer a essência das coisas, pois ela pode ir além das aparências. Existem teorias sobre o conhecimento para todos os gostos!

Entre as perguntas, para os que pensam ser possível termos algum conhecimento verdadeiro, portanto, aqueles pensadores que discordam do ceticismo absoluto, temos as seguintes: "Quantos elementos é preciso para que haja o conhecimento"? Esta pergunta é fácil de responder e aproveito para respondê-la agora: dois. Quais são? O sujeito que conhece e o objeto que é "conhecido". Lembrando, que o próprio sujeito pode ser objeto de conhecimento. As ciências humanas, por exemplo, lidam com essa forma de conhecer. Fácil, não? Daí para frente, caímos na mais profunda escuridão, mas a tentativa de iluminar essa escuridão existe desde o surgimento da Filosofia, no século VI a.C.

Entretanto, continuemos...A "verdade" está no objeto? Está no sujeito? Está na relação entre o sujeito e o objeto? Neste caso, não está nem no sujeito e nem no objeto, pois não existe um sem o outro. A verdade é histórica? É cultural? Ela se faz na produção e reprodução da vida material dos seres humanos? Ela é convencional, um acordo das instituições humanas? Novos problemas vão surgir, evidentemente. Não darei nomes a essas correntes filosóficas, porque não é a minha intenção lecionar Filosofia no blog, mas apenas despertar curiosidades, para que os interessados possam pesquisá-las.

Outras perguntas que a Teoria do Conhecimento procura responder são: "O conhecimento é pragmático, ou seja, verdadeiro é aquilo que é útil e funciona"? Quais são os limites para a razão humana? Qual é o valor do conhecimento? É possível um conhecimento racional puro? O conhecimento racional puro é impossível, pois tudo começa com os dados sensoriais? Há imparcialidade dos sujeitos envolvidos? O poder econômico, político, cultural e ideológico interferem na busca pela verdade? E por aí vai...

Fica evidente, neste pequeno texto, que em Filosofia nada é fácil. Mas isso não é motivo para que fiquemos paralisados e acomodados. Geralmente, as pessoas que gostam de Filosofia se identificam com uma ou mais correntes filosóficas, e procuram defender as suas teses. De minha parte, gosto muito do ceticismo, em geral, e, do pirrônico, em particular, do existencialismo de Sartre e do Marxismo. O conhecimento, para mim, tem uma base material, concreta e sensível: ele começa nas relações sociais humanas com a natureza, na produção e reprodução da vida material. Ele é ontoprático, como dizia o meu ex-professor José Chasin.

Neste sentido, a Teoria do Conhecimento torna-se uma ontologia, em que o homem vivo e ativo transforma a natureza e é transformado por ela. Os que são enfeitiçados pela linguagem e pela lógica como forma de fazer Filosofia, invertem a ordem do mundo, para o deleite dos exploradores e da Filosofia idealista de inspiração platônica, o reacionário aristocrata...

Talvez seja por isso que a tradição idealista tenha ganhado a parada. Ela é essencial para que os conceitos abstratos sejam mais importantes do que o mundo material e para a invenção de um paraíso eterno imaginário: o combustível da esperança, de um mundo melhor para as massas alienadas...Pergunto: "Alguém já viu um pensamento pensando sozinho"? Acho graça!


Texto: Marco Aurélio Machado

sábado, 12 de junho de 2010

OS NARCISISTAS QUE NÃO GOSTAM DE ESPELHOS

Neste texto, eu quero fazer uma reflexão "superficial" sobre o conceito de "narcisismo". Muitas coisas têm sido ditas e escritas sobre o Mito de Narciso, principalmente, quando se trata da referência ao espelho. Eu quero escrever um pouco sobre o narcisista que não gosta de espelhos...Eu li ou ouvi (não me lembro mais) há muito tempo, mas não sei se tudo não passou de um delírio...O título,  se alguém pensou antes,  nunca soube, pois esta ideia me veio assim que acordei, e escrevi o texto. Esclarecido, vamos aos “fatos”.

A meu ver, os piores narcisistas são aqueles que não se sentem atraídos pelos espelhos. Talvez, eles até poderiam gostar de um espelho que multiplicasse a sua "beleza" ao infinito...A vaidade, o orgulho e a arrogância deles estão na "alma". Por isso, não perdem tempo com um objeto tão insignificante. Para quê? Um reles espelho? Não precisa!

Conta a lenda que um determinado rei queria casar a sua filha com um rapaz sábio, humilde, honesto, leal, trabalhador, entre outras qualidades. Para isso, mandou chamar alguns pretendentes. O rei colocou um espelho na entrada do castelo e ficou da sacada a observar os "candidatos". Passou um, parou diante do espelho e ficou arrumando o cabelo; outro, se a barba estava bem feita; um terceiro, se o corpo estava bem "malhado", diríamos hoje; e, assim, sucessivamente...O rei, por sua vez, ao observar o suposto narcisismo dos pretendentes, ficara desapontado...

Quando estava quase desistindo de tarefa tão inglória, eis que surge um cavalheiro muito bonito, parecia um deus grego. Este candidato passou diante do espelho e nem o notou. Não parou diante do imã que reflete imagens. Apresentou-se ao rei, que ficou encantado com tanto "refinamento": educado, sábio, entre outras qualidades que o rei queria para aquele que desposaria a sua linda princesa: a sua filha.

Pois bem. O rei casou a filha com o suposto cavalheiro "humilde". Na verdade, o agora genro, era o mais narcisista entre todos os concorrentes. A sua vaidade não estava em ficar admirando-se no espelho. Era tão vaidoso, arrogante e orgulhoso, que essas "qualidades" estavam na sua alma. Exteriormente, existia todo aquele jogo de aparências refinadas; interiormente, no entanto, o genro não se sentia superior, tinha certeza que o era...

Os maiores narcisistas não gostam de espelhos. Eles têm tanta convicção da própria superioridade, que não perdem tempo com "pobres mortais". Não se expõem, evitam discutir, fogem dos debates. Para quê, não é? Já ganharam mesmo. Na verdade, eles continuam debatendo, porém, na intimidade dos seus pensamentos. Dizem, através dos pensamentos: "COMO são idiotas e imbecis esses pobres coitados, não devo perder o meu precioso tempo com essa gentinha". Externamente, dizem: "Puxa, como vocês são inteligentes"!!!

Conclusão: o rei só descobriu a verdade muito tempo depois...Mas aí já era tarde, pois o narcisista já havia tomado posse de tudo...

Texto: Marco Aurélio Machado