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segunda-feira, 3 de maio de 2010

O QUE É A MORTE?

A morte é a certeza inexorável e implacável, de que todos os seres humanos, animais e vegetais não escaparão. O ser humano, ao que tudo indica, por enquanto, é o único que sabe conscientemente e peremptoriamente (definitivamente), que a destruição do seu "corpo" material é inevitável.

Eis a grandeza e a miséria humana: por um lado, a consciência, a razão e, portanto, a capacidade de dar significado e sentido às coisas, pessoas e ações. Por outro, essa capacidade humana impõe ao ser humano, tragicamente, a consciência da finitude e, consequentemente, o desaparecimento e o aniquilamento total. Devolveremos os nossos átomos à mãe de todos nós: a natureza.

O homem não sabe o que é a morte. Se soubesse, não sofreria tanto...A imaginação, faculdade humana por excelência, pode ser benigna ou maligna, dependendo da dose. O ser humano, por isso, inventa as crenças, as superstições e os demais recursos que a sua imaginação coloca a seu dispor para tentar domar esta senhora implacável: a morte. A recusa da finitude e a aposta na imortalidade da alma são apenas algumas das muitas crenças que dão significado ao imenso vazio existencial humano.

Todavia, em Filosofia temos que ser honestos intelectualmente. A "verdade" nua e crua é que ninguém sabe o que é a morte. Se existe uma alma, um espírito, um princípio vital, uma energia que frequenta o corpo de todo ser vivente, em geral, e do homem, em particular, é um profundo mistério...Talvez, seja melhor assim...

Num assunto metafísico e altamente especulativo como o é a morte, cabe ao ser humano procurar um sentido para a sua vida. Ninguém tem a receita, porque a vida, por ser dinâmica, não se deixa enquadrar tal qual uma receita de "bolo". O caminho não tem luz própria, logo, a iluminação virá da razão, da imaginação, dos sentimentos e, principalmente, da ação humana. Se houver uma vida após a morte, ótimo, pois a vida continuará; se não houver, excelente, pois não saberemos que morremos. Melhor ou pior para quem fica, pois dela será a responsabilidade de julgar se a pessoa que morreu fez alguma diferença neste mundo. A meu ver, devemos fazer o melhor que pudermos, apostando na finitude. Assim, faremos o bem sem a esperança de ganhar: única forma verdadeiramente de amar...

Texto: Marco Aurélio Machado