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sábado, 24 de abril de 2010

REFLEXÃO SOBRE O CONHECIMENTO, A IGNORÂNCIA E A LOUCURA

Algumas pessoas dizem que eu sou doido, porque escolhi estudar Filosofia e ser professor dessa disciplina. Outros dizem que pensar demais pode fazer a pessoa enlouquecer...Discordo. Em primeiro lugar, o que é a loucura? O que é ser doido? A nossa sociedade, com todos os seus padrões de consumo, de beleza, de fama, de destruição da natureza sem precedentes é, por acaso, normal? Se isso for normalidade, então, eu sou louco, pois quero distância dessa maneira de pensar, sentir e agir. A meu ver, está mais fácil uma pessoa ficar louca, doida, aloprada ou quaisquer outros adjetivos pouco magnânimos que possamos lembrar, lendo e questionando nada ou muito pouco, do que uma pessoa que estuda, ler muito, faz perguntas, enfim, mergulha profundamente nas questões essenciais da existência.

Saber de menos é o que prejudica a pessoa. Principalmente, leitores de um livro só: os livros dogmáticos e que dizem ter a palavra divina. Tudo o que estiver fora do que neles estão escritos, já é motivo de preconceitos. As certezas absolutas podem nos levar à loucura. Acreditar, cegamente, pode nos fazer cometer as maiores sandices. Quem sabe "muito", continuará sabendo pouco, pois tem muito o que aprender ainda. Imagine quem não sabe nada!! Pior...muito pior...Vai ser um ignorante, não apenas no sentido de não saber; a ignorância, quando compreendida com o sentido de não saber, é positiva. Por quê? Porque fica-se com o espírito aberto, amplia-se os horizontes.

A ignorância, por falta de leitura, escrita, espírito crítico, sabedoria, de não querer saber ou de recusar o saber, esta, sim, é o grande problema. Esse tipo de ignorância é ótima para os canalhas, os mentirosos, os manipuladores e os charlatães de toda espécie, fazerem a festa. A melhor maneira de ser um sábio, é ser um ignorante, no sentido de não saber e procurar o saber. E como se faz isso? Fazendo perguntas!! Aprender um pouco de raciocínio lógico e as falácias (argumentos falsos e que nos induzem ao erro). Um racicíonio distorcido, com certeza, distorcerá os nossos mundos, tanto subjetivamente como objetivamente.

Outra coisa muito comum é alguém dizer que eu deveria conhecer com o coração. E desde quando o coração conhece alguma coisa? O coração não conhece coisa nenhuma, sem um cérebro que o comande. Isso é tolice. Ditado popular de gosto duvidoso. O dia em que as massas forem conscientes, críticas, capazes de raciocinar e não depender de muletas dos vendedores de ilusões neste mundo e no além túmulo, veremos o povo ser feliz pela primeira vez...Porque, assim, faremos a nossa própria história. Seremos os nossos próprios guias e dispensaremos os "loucos" que querem nos indicar o caminho que nem eles seguem...Pensar "dói", mas nos liberta...

Texto: Marco Aurélio Machado